Resenha: O Doador de Memórias
Por: vanderson.tec • 29/6/2015 • Resenha • 847 Palavras (4 Páginas) • 246 Visualizações
LOWRY, Lois. O Doador de Memórias. São Paulo, Arqueiro, 2014. 190 p.
O Doador de Memórias, dirigido por Phillip Noyce (The Giver,11 de Setembro de 2014), não recomendado para menores de 12 anos.
Lois Lowry autora estadunidense com mais de 30 obras literárias, ficou conhecida mundialmente pela quadra de livros O Doador, lançada em 1994, com a publicação do livro homônimo.
Narrado inteiramente em terceira pessoa, Lois inicia sua obra expondo os medos e incertezas de um jovem que está se aproximando de uma idade limiar naquele mundo pós-moderno; na sociedade futurista e distópica criada por Lowry, a cúpula de conselheiros atribuía às crianças que chegavam aos doze anos, a profissão que estes achavam que seria perfeita a cada criança; a sociedade onde o livro se passa vive de maneira pacífica e harmônica, onde todos têm acesso ao emprego, à educação, à saúde; vivem sem conhecer os medos, as memórias do mundo que se passou e o pior, sem conhecer amor. O filme lançado 20 anos após o lançamento do livro, é um pouco mais empolgante que a obra literária, se inicia basicamente no mesmo tempo em que filme, perto da cerimônia dos 12; Ao contrário do livro, que basicamente são 70 páginas de introdução ao nada, o filme expõe de maneira mais sucinta a sociedade e como eles vivem; o preto e o branco do filme são um ponto a mais a adaptação cinematográfica, vide que a falta de cor, nos leva a pensar que é por conta da falta sentimentos. Durante a cerimônia dos 12, Jonas recebe a atribuição de guardador de memórias, que como o próprio nome já diz, é o único que detém as memórias dos tempos de outrora. A partir dessa atribuição, como todos os outros, ele passa a ser treinado para garantir que ele cumpra sua atribuição. Com o progresso do treinamento de Jonas, vem a parte mais interessante tanto do livro quanto do filme: com o receber das memórias, ele passa ver as coisas de outra forma, a enxergar que nem tudo naquele mundo em que ele está limitado é o correto, e que antes, as pessoas tinham liberdade; e passa a querer compartilhar a descoberta com as outras pessoas (No filme por questões de vendagem, os diretores colocaram uma espécie de romance entre Jonas e Fiona, que é retratado no livro como atiçamento, mas que é controlado com medicamentos; medicamentos esses, que Jonas deixa de usar, após “conhecer a verdade”). Todavia, nem tudo o que Jonas recebeu foram memórias boas, algumas das memórias que o rapaz recebeu, também eram imagens de guerra e destruição, porém, ele continuou a acreditar que todos deveriam possuir a liberdade de escolher o que era certo e o que era errado. E é então, que ele resolve partir em busca de devolver as memórias de todos; ele foge de sua cidade, levando consigo um bebê que seria dispensado (morto). O livro, por fim acaba sem fim, ou pelo menos não um fim que alguém que tenha gostado da estória (o que não é meu caso) queira ler, simplesmente não se sabe ao certo o que acontece com ele e o bebê. Já no filme, ficou bem claro que Jonas conseguiu devolver a memória a todos ao ter chegado ao limite da cidade e ter acabado com a espécie de campo de força que impedia que as memórias dos cidadãos da civilização chegassem até eles.
Ao ler o livro pude refletir sobre o ideal de vida perfeita, e se realmente vale a pena abrir mão de do que nos torna humanos, para viver uma vida que, pode-se dizer, não é vida. Um ponto fraquíssimo do livro, é que em momento algum a autora expôs como que aquela sociedade começou, ou como eles haviam perdido suas memórias; mas, por se tratar de uma quadra de livros, espero que nos livros que vieram depois, ela tenha feito isso. Como já havia exposto, o filme me agradou bem mais que livro, principalmente por conta dos finais, que deram rumos diferentes aos desfechos da estória.
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