Resenha Sobre Memórias Póstumas de Brás Cubas

RESENHA

Memórias póstumas de Brás Cubas é uma obra bem complexa e confusa, que tem como ponto principal a narração da vida de um homem, que depois de morto, resolve contar a sua vida em forma de escrita. Mais conhecida como a narrativa de um defunto, por causa do seu início com a declaração da morte de Brás Cubas, cujo é o narrador e protagonista relata as memórias da sua vida depois de ter sido vítima de pneumonia. Desde o seu nascimento até a sua morte, mas não tendo uma sequência cronológica só explicando as suas fases, sempre com uma alta dose de humor e visão pessimista.

O livro se passa contextualizando fatos, desde eventos da sua infância, adolescência e fase adulta como: o caso amoroso com marcela, a viagem ao exterior aos estudos na Europa, o romance com vigília (a mulher do político lobo neves), a explicação da nova filosofia do humanitismo, que afirma que toda atitude humana, boa ou má, é justificável como um ato de preservação da espécie, o quase casamento frustativo com nha lolo e por fim o emplasto, remédio que curaria todos males, entre o principal a morte.

O livro em si é bem interessante e diferente pelo fato de estar relatando lembranças de um falecido, não começando pelo nascimento, como de costume em clássicos, acredito que a morte sempre lhe perseguia, como uma sombra levando quem ele amava e te acompanhando, assim o livro foge dos padrões clássicos, associados com um final feliz.

Machado conseguiu representar nesse romance através de reflexões e pensamentos com tendo capítulos soltos que no final se interligavam diversas críticas sociais, a grande injustiça racial, e a realidade das relações humanas daquela época, que a sociedade tinha caracterizada como o espaço do jogo entre aparência e essência.

Vimos uma pessoa que se arriscou na vida, tanto profissional e amorosa, só querendo se estabilizar emocionalmente, apesar disso não tinha uma vida dura, pois se tinha tudo em mãos. Contudo acredito-me que em sua vida por mais que seja tão vazia, foi repleta por fracassos, onde os acompanhavam e assim não sendo solitária.  

CARACTERISTICAS

Machado de Assis foi marcadamente pelo romantismo, mas na década de 1881 sofre uma grande mudança estilística e temática, apresentando um novo estilo e rompendo a tradicional narração no Brasil com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, assim dando início ao realismo brasileiro.

Essa obra literária de fato representou uma mudança radical no contexto, com isso ele perdeu todas as ilusões sobre os homens, deixou de lado o convencionalismo que o marcou em seu livro anterior, sempre narrada em terceira pessoa e com todos os resíduos do romantismo, e então quis inovar com um novo método arriscando o defunto autor, repleto pela ironia, pessimismo, dialogo direto com o leitor, espírito crítico, uma profunda reflexão sobre a sociedade brasileira, e também revigorando bastante os detalhes, assim se tornarão as principais características de suas obras. Sendo tão atrevido que logo na saída do livro comentou “Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver”. Com isso, o essencial são os detalhes, como o autor achou tantos adjetivos e substantivos para descrever, ele deu um grande salto e colocou-se ao lado dos maiores escritores da literatura do século XX.  

PERSONAGENS DO ROMANCE

Nessa estrutura armada por machado todos os personagens têm certa ligação que entra em contato com Brás, é assim que a Marcela “luxuosa” foi o seu amor na juventude por quem se encantara e enriqueceria por das mais belas jóias “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis” Aos olhos do pai essa paixão seria reprovada, o mandando assim para uma faculdade na Europa com uma volta imprevista pela beira da morte de sua mãe, foi então arranjado um casamento com Vigília, certamente de negócios e interesses políticos, mas ela acaba se casando com o Lobo Neves, mas logo depois surge Eugenia, filha de dona Eusébia, moça pobre e moço rico, então deu-lhe desculpa de que ela era coxa, insultando com “aleijadinha”

Vigília voltou a ocupar o palco, mas como amante. Mesmo nesse amor secreto, correndo grandes riscos para o escândalo, foi a diante até o quarto quando o narrador der seus últimos suspiros, antes de partir. Os três fazem parte de umas mesma classe social “ambos regidos por caprichos”  

• Virgília: Filha do conselheiro Dutra e também a sua grande paixão de Brás Cubas e ponte para o filho se dar bem na política.
• Marcela: Foi o amor na sua adolescência
• Nhã Lo Ló: última possibilidade de casamento para Brás Cubas, moça simples, que morre de febre amarela aos 19 anos.
• Conselheiro Dutra: político e pai de Virgília.
• Sabina: irmã de Brás Cubas, casada com Cotrim.
• Cotrim: marido de Sabina
• Dona Plácida: empregada de Virgília e álibi da relação forasteira
• Quincas Borba: filósofo, mendigo e amigo de infância
• Marcela: prostituta e paixão da juventude de Brás Cubas.
• D. Eusébia: amiga da família de Brás Cubas.
• 
  Brás Cubas: filho abastado da família Cubas, é o narrador do livro; conta suas memórias, escritas após a morte, e nessa condição é o responsável pela caracterização de todos os demais personagens.
• Virgília: grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional.
• Eugênia: a “flor da moita”, nas palavras de Brás, já que era filha de um casal que ele havia flagrado, quando criança, namorando atrás de uma moita; o protagonista se interessa por ela, mas não se dispõe a levar adiante um romance, porque a garota era pobre e coxa.
• Lobo Neves: casa-se com Virgília e tem carreira política sólida, mas sofre o adultério da esposa com o protagonista.
• Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere, morre demente.

DESTAQUES IMPORTANTES

Pessimismo

A vida de Brás Cubas foi inútil, ele mesmo reconhece que nunca sequer precisou trabalhar para comprar o próprio pão com seu suor, tendo uma repleta de derrotas, decepções e tragédias.