Resenha de Teleco, o Coelho

Originalmente publicado no ano de 1965 sendo um conto dentro do livro Os Dragões e Outros Contos “Teleco, o Coelhinho” hoje é publicado como um livro solo pela Editora Positivo, tendo 48 páginas e com ilustrações de Odilon Moraes. Tem um prêmio Jabuti de ilustrações infantis.

No início parece um livro bem bobo e infantil, mas resolvi dar mais uma chance à ele, e perecebi que é muito mais do que isso. O livro conta a história de um coelho doce e gentil que faz um amigo e vai morar com ele. O que torna esse coelho mais especial ainda é que ele se transforma em outros animais para se adaptar aos humanos. Trata também de assustos mais pesados, como as injustiças e a hipocrisia humana. O grande desejo de Teleco era se tornar homem, fato que o autor deixa bem claro, quando o Teleco acredita realmente ter se tornado um homem apenas por andar nas duas patas traseiras. Após todos esses acontecimentos ele conhece uma mulher chamada Teresa, eles se apaixonam, e o mais inacreditável é que ela também acha que ele é um homem. Eles fogem para o circo, mas o coelho passa a conhecer valores humanos que ele não conhecia, como a ambição. Ele então retorna pra casa sem Teresa. Então ele começa sucessivas vezes à se transformar em diversos animais, o que deixa claro ao leitor, que mesmo que ele tente, ele nunca vai conseguir absorver a natureza humana. Ao final da obra, teleco assume a forma de um carnerinho, e é acolhido pelos braços por seu amigo. Exaustos com a situação eles adormecem. E na manhã seguinte o narrador acorda com uma criança morta, encardida e sem dentes em seus braços.

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