Resenha do livro: Preconceito linguístico
Por: Stefanne Candeira • 20/6/2018 • Dissertação • 595 Palavras (3 Páginas) • 270 Visualizações
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO MARANHÃO – FACEMA
CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
STEFANNE JÉSSICA NOGUEIRA CANDEIRA
RESENHA SOBRE O LIVRO PRECONCEITO LINGUISTICO
CAXIAS -MA
2018
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 49. ed. São Paulo: Editora Loyola, 2007.
Marcos Bagno é professor na USP (Universidade de São Paulo), doutor em filologia e língua, mestrado em letras, tradutor e escritor brasileiro, que tem experiência na área da sociolinguística e literatura infanto-juvenil, voltando-se para o ensino do português, política linguística, gramática tradicional e português brasileiro. Além disso, ele é autor de obras como “Gramática de bolso do português brasileiro”, “Marcéu” e “Gramática: passado, presente e futuro”.
No início da obra o autor, Bagno, avisa sobre o seu tom marcadamente politizado que foi utilizado ao longo do texto, já que para ele é impossível se falar de língua sem levar em consideração quem as fala. Portanto, para o mesmo, a língua e a gramatica normativa devem ser desmitificadas, para que não haja o preconceito linguístico. Também tendo o objetivo de mostrar que a gramática normativa é muito restrita, assim não podendo conter a variedade que é a língua.
O autor faz com que o leitor pense sobre os mitos linguísticos existentes. Primeiro mito, fala que existe uma língua única do português brasileiro. Sendo que na realidade existe um alto grau de variabilidade e diversidade dessa língua, e prejudica no quesito aprendizado pois cobra aos alunos falar e escrever conforme a norma, como se fosse exercida por todos. Se for acreditar nessa língua única, significa que existem vários sem-língua que não podem usufruir dos órgãos públicos já que são baseados na língua padrão, assim marginalizando os que já são excluídos por outros motivos. Bagno afirma que o português do Brasil tem sua gramática a ser seguida, acaba se tornando diferente da de Portugal. Existe também, a tentativa de aproximação das duas gramáticas, brasileiras e de Portugal, o que se torna um dos motivos por acharem português muito difícil, e só é considerada difícil por quê as regras que aprendemos na escola não é o utilizado diariamente. No final, a ideia de que “português é muito difícil” serve como mais um dos instrumentos de manutenção do poder das classes sociais privilegiadas.
Pessoas sem instrução falam errado, o que é um dos mitos, na verdade ele mostra as razões pela qual existe essa variedade e a lógica por trás dela. Ele também ressalta o preconceito pelas variações resultantes da região que se origina. Portanto, se associa diretamente com o mito que Maranhão é o lugar onde melhor se fala português, acreditando-se nisso retorna ao mito segundo mito, já que se assemelha ao de Portugal. Assim reafirmando a ideia de a nossa gramática deveria ser mais semelhante à nossa fala, já que não existe necessidade da antiga forma de se aprender.
Mas, ele mostra que a manutenção do preconceito é feita a partir das gramáticas tradicionais que são utilizadas como fonte de pesquisa e que há uma tentativa de adaptação para a realidade. Mostra também que além das gramáticas e dos ensinos, existem o bombardeamento através das mídias. Bagno mostra que é preciso perceber o problema que é o abismo social entre as classes. Primeiro, o alto índice de analfabetos no Brasil; Segundo, a falta do hábito de ler e escrever da população, por motivos culturais e históricos; E, terceiro, a confusão semântica com o termo norma culta, que apesar de ser um ideal, é atrelada à ideia de língua realmente usada pelos cultos do país. Um dos últimos problemas abordado pelo autor, é a falta de atualização dos conteúdos ensinados no quesito português.
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