Resenha o Contador de Historia

O filme “O contador de histórias”, é um filme bibliográfico baseado na história de vida de Roberto Carlos Ramos. A trama se passa na década de 1970 enquanto ainda vigorava o Código de Menores. Roberto nasceu em uma família pobre em Minas Gerais, e desde os 6 anos de idade passou ter como lar a FEBEM, pois haviam propagandas na mídia que mostravam a instituição como um lugar capaz de cuidar e educar as crianças, sendo assim sua mãe vê a FEBEM como uma solução dos seus problemas. Até então Roberto não era um menor infrator, mas mesmo assim foi deixado lá pela própria mãe. Roberto fugiu diversas vezes, quebrando o recorde de 162 fugas, mas sempre acabava retornando a instituição. Lá ele conhece a Pedagoga francesa Margherit Duvas que está no Brasil para concluir um projeto de pesquisa sobre a assistência ás crianças e aos adolescentes e ela então resolve ajuda-lo, oferecendo casa, educação, carinho, comida, etc. Mesmo com a ajuda de Margherit, ele ainda se envolve com outros adolescentes e juntos cometem pequenos delitos, como cheirar cola e praticar pequenos furtos e está sempre fugindo de casa, mas a situação muda quando Roberto passa a dar valor na educação que está recebendo. Uma diferença muito importante entre o código de menores e o ECA pode ser percebida no filme na cena em que Margherit leva Roberto ao estádio para ver um jogo de futebol, lá ele se sente intimidado pela policia que está revistando os torcedores, pois naquela época crianças e adolescentes eram tratados como caso de polícia, característica que o ECA não possui nos dias atuais, o próprio Roberto sentia a descriminação que sofria e por isso se sentia intimidado. Margherit têm que voltar para sua terra natal, mas leva Roberto junto com ela e o adota como filho, lá ele cursa a faculdade de pedagogia e depois volta para o Brasil, reencontrando a sua mãe biológica e trabalhando na própria instituição em que ele passou anos de sua vida, a FEBEM. Hoje Roberto Carlos Ramos é um dos melhores contadores de história do mundo, superou muitos paradigmas e até mesmo o que ouviu na FEBEM assim que entrou na instituição, que ele seria incapaz de se desenvolver intelectualmente. O filme nos mostra do começo ao fim a desigualdade social presente naquela época, e o tratamento oferecido ás crianças e aos adolescentes de forma irregular, tratando-os de forma descriminalizada.

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