Resumo Da Obra Adolescência Normal, De Arminda Aberastury E Maurício Knobel
Trabalho Escolar: Resumo Da Obra Adolescência Normal, De Arminda Aberastury E Maurício Knobel. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: TayAdams • 15/5/2014 • 4.312 Palavras (18 Páginas) • 15.348 Visualizações
O presente texto tem por objetivo sintetizar a obra Adolescência Normal ((1981), Arminda Aberastury e Maurício Knobel, no intuito de destacar as principais ideias que os autores trazem neste livro, que trata sobre a adolescência e os processos por que os adolescentes passam.
Na introdução, escrita por Knobel, ele afirma que os fatores intrínsecos relacionados com a personalidade do adolescente são os que determinam as diferentes manifestações do comportamento que interessam para o tratamento de qualquer tipo. A adolescência, assim, aparece como uma verdadeira experiência clínica, onde é muito difícil assinalar o limite entre o normal e o patológico nesse período, que mais do que uma etapa estabilizada, é processo e desenvolvimento. O adolescente passa por desequilíbrios e instabilidades extremas, o que o autor denomina como “síndrome normal na adolescência”. Para isso, o adolescente deve enfrentar o mundo dos adultos e desprender-se de seu mundo infantil. Pode-se dizer que o adolescente realiza três lutos fundamentais: a) o luto pelo corpo infantil perdido; b) o luto pelo papel e a identidade infantis; c) o luto pelos pais da infância. Esses lutos, verdadeiras perdas de personalidade, adquirem as características do luto patológico. Esta situação do adolescente leva-o à instabilidade, que o autor descreve como “síndrome da adolescência normal. Esta síndrome surge da interação do indivíduo com o seu meio. O adolescente isolado não existe, pois não existe ser algum desligado do mundo. Em virtude da crise existencial da adolescência, esta idade é a mais apta para sofrer os impactos de uma realidade frustrante. O adolescente apresenta uma vulnerabilidade especial para assimilar os impactos projetivos de pais, irmãos, amigos e de toda a sociedade. Atualmente a sociedade projeta suas próprias falhas nos assim chamados excessos da juventude, responsabilizando-os pela delinquência. Assim, vemos o adolescente, de um e outro sexo, em conflito ante ao mundo que o reprime.
Capítulo 1: O adolescente e a liberdade, Arminda Aberastury
Nesse capítulo, a autora afirma que entrar no mundo dos adultos significa para o adolescente a perda definitiva de sua condição de criança. As mudanças psicológicas que se produzem neste período, e que são a correlação de mudanças corporais, levam a uma nova relação com os pais e com o mundo. Com essas mudanças, o adolescente passa a adquirir uma ideologia que lhe permita sua adaptação ao mundo e/ou sua ação, sobre ele para mudá-lo. É um período de contradições, onde as mudanças corporais são entendidas como uma invasão. Estas mudanças, nas quais perde a sua identidade de criança, implicam a busca de uma nova identidade, que se constitui consciente ou inconscientemente. No entanto, somente quando o adolescente aceita essas mudanças corporais que sua identidade poderá ser definida.
As flutuações de identidade se experimentam também nas mudanças bruscas, uso de diferentes vestimentas, na menina adolescente, mas igualmente notáveis no menino. Não só o adolescente padece este longo processo, mas também os pais têm dificuldades de aceitar esse processo de mudança dos filhos. Quando o comportamento dos pais denota uma incompreensão das transformações, há também a dificuldade de o adolescente aceitar o luto.
O adolescente é uma combinação instável de vários corpos e identidades. Nessa dificuldade de adquirir uma identidade coerente reside o principal obstáculo para resolver sua identidade sexual. Só alguns conseguem a descoberta de encontrar o lugar de si mesmo no seu corpo e no mundo. Este processo, cujo destino é o desprendimento definitivo da infância provoca uma verdadeira revolução do seu meio familiar e social. Também os pais têm que se desprender do filho criança e evoluir para uma relação com o filho adulto, o que impõe muitas renúncias de sua parte. Deve abandonar a imagem idealizada de si mesmo, que seu filho criou e na qual ele se acomodou. É neste momento do desenvolvimento onde o modo pelo qual se conceda a liberdade é definitivo para a independência e da maturidade do filho. O problema mostra uma sociedade difícil, incompreensiva. O desprezo que o adolescente mostra frente ao adulto é, em parte, uma defesa para eludir a depressão que lhe impõe p desprendimento de suas partes infantis. A criança e seus pais devem aceitar a prova de realidade de que o corpo infantil está se perdendo para sempre. Os pais costumam usar a dependência econômica como poder sobre o filho, o que cria um abismo e um ressentimento social entre as duas gerações, o que faz com que o adolescente defenda os seus valores e despreze os que o adulto quer lhe impor.O sofrimento, a contradição, a confusão, os transtornos são deste modo inevitáveis.
O adolescente procura a solução teoria de todos os problemas transcendentes e daqueles com os quais enfrentará a curto prazo: o amor, a liberdade, o matrimônio, a paternidade, a educação, a filosofia, a religião. A inserção no mundo social do adulto é o que vai definindo sua personalidade e sua ideologia. Sua hostilidade frente aos pais e ao mundo em geral se manifesta na sua desconfiança, na ideia de não ser compreendido, na sua rejeição da realidade. Todo este processo exige um lento desenvolvimento no qual são negados e afirmados seus princípios, lutando entre a sua necessidade de independência e a sua nostalgia de reafirmação de dependência. Com todo este conflito interno, o adolescente se enfrenta na realidade com o mundo do adulto, que ao sentir-se atacado, julgado, incomodado e ameaçado por esta onda de crescimento costumar reagir com total incompreensão. Nesta circunstância, a atitude do mundo externo será outra vez decisiva para facilitar ou obstaculizar o crescimento.
Neste momento, vivemos no mundo inteiro o problema de uma juventude inconformada. A violência dos estudantes não é mais do que a resposta à violência institucionalizada das forças da ordem familiar e social. O adolescente, cujo destino é a busca de ideais para identificar-se, depara-se com a violência e o poder e também os usa. Tal posição ideológica no adolescente é confusa porque ele está procurando uma identidade e uma ideologia.
O diálogo entre pais e filhos deve iniciar-se ainda na infância, para que a relação entre ambos na adolescência, período de conflitos, se dê de forma cordial. À maior pressão familiar, à maior incompreensão frente à mudança, o adolescente reage com mais violência por desespero. A liberdade para eles é muito mais do que o fato de receber de seus pais a chave de casa. Sabem que há outra liberdade que envolve a cada um deles e a toda comunidade de jovens. O amor, Além disso, é só um aspecto da problemática da adolescência.
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