Resumo Lolita

Análise da escrita.

O livro é escrito de dentro da ótica da personagem principal. O prefácio nos dá a entender, que a própria personagem o escreveu e foi publicado por um amigo,John Ray Jr., em 1955, já depois de sua morte na prisão. O autor não se faz presente na narrativa.

Esse estilo em primeira pessoa, serve para que os leitores sintam exatamente tudo o que a personagem sente, desde seu desejo, até sua culpa por saber do erro que ele comete ao amar Lolita. Talvez mesmo com um narrador onisciente e onipresente, o escritor não conseguisse narrar os sentimentos de forma tão íntima. É uma ótima escolha para o tipo de narrativa retratada.

O narrador não usa exatamente do tempo cronológico, fugindo dessa sequencia ao relatar fatos da época de quando "escreveu" a obra, na cadeia. Ou simplesmente, se perdendo nas lembranças e na ordem delas.

Infância

A personagem inicia a narrativa nos relatando alguns fatos de sua infância que, segundo ele, podem ter sido o começo de sua estranha obsessão por meninas de pouca idade.

O principal, foi um romance "inacabado" com uma garota em sua pré adolescência, Annabel. Os dois viveram um romance regado a carinho e amizade, que só passou de alguns beijos quatro meses antes da mesma falecer, vítima de Tifo. Ele diz que aquela paixão por Annabel ficou com ele por muito tempo, ele nunca conseguiu esquecê-la "Até que por fim, vinte e quatro anos depois, quebrei seu feitiço encarnando-a em outra" diz se referindo a Lolita, que sendo descrita assim não é nada mais que uma frustrante tentativa de recuperar um romance perdido e nunca esquecido da infância.

Também na fase da infância, relata a morte de sua mãe, que aconteceu quando tinha apenas três anos. Desde então, teve a figura materna de sua tia, que era secretamente apaixonada por seu pai, mas que morreu quando ele tinha apenas 16 anos, como ela mesma previu e o disse.

Parte 1

Depois de todo relato de sua infância, alguns sentimentos são descritos, como por exemplo, a atração que ele sente por garotas mais novas. Diz que não se sente atraído por todas, apenas pelas "Ninfetas" como as denomina, essas são as garotas mais sensuais que "não tem consciência de seu próprio poder".

As mulheres com quem ficava durante sua vida adulta, não passavam de agentes paliativos, enquanto sua mente viaja quando via alguma "ninfeta" na sua frente.

Relata muitos casos históricos de pedofilia, e também algumas culturas que fazem menininhas se casarem com homens velhos normalmente. Esses casos parecem ter sido pesquisados por ele durante sua vida, como se numa tentativa de aliviar sua culpa ou justificar seus atos como algo diferente e não aceito pela sociedade, não algo errado e motivo para receber tratamentos psiquiátricos e afins.

Depois de muito pensar, resolveu que casar-se seria uma boa ideia, tanto pelos benéficios do casamento, como ter uma mulher lhe servindo de empregada em casa e também quem sabe "O eventual desabrochar de certos valores morais".

A escolha de sua esposa, baseou-se em seus gostos peculiares; escolheu uma mulher que tinha trejeitos infantis "Consistia numa lastimável tentativa de ter o melhor dos dois mundos". O casamento não durou muito, se separaram após sua esposa, Valéria, declarar que tem outro homem e ir embora com ele.