Romantismo: O Início de Uma Literatura Nacional
Por: paola dionizio • 8/5/2020 • Artigo • 1.478 Palavras (6 Páginas) • 197 Visualizações
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA MATA SUL -
FAMASUL
ROMANTISMO: O INÍCIO DE UMA LITERATURA NACIONAL
PALMARES/PE
2020.1
WANDA PAOLA DIONIZIO DE MELO
ROMANTISMO: O INÍCIO DE UMA LITERATURA NACIONAL
Trabalho a ser entregue a disciplina de Literatura Brasileira II, como requisito obrigatório para obtenção de nota, na Faculdade de Formação de Professores da Mata Sul – FAMASUL.
Orientador: Prof. Gleidistone Silva
PALMARES/ PE
2020.1
ROMANTISMO: O INÍCIO DE UMA LITERATURA NACIONAL
Wanda Paola Dionizio de Melo
RESUMO: O presente trabalho pretende mostrar de forma clara, a inauguração do Romantismo como uma literatura nacional, apresentando o processo de acolhimento e adaptação das teorias românticas europeias para uma literatura mais próxima a nossa, com embasamento na nacionalidade e no indianismo.
Palavras – chave: romantismo, literatura, nacional.
ABSTRACT: The present work intends to show the inauguration of Romanticism as a national literature, presenting the process of welcoming and adapting European romantic theories to a literature closer to ours, based on nationality and Indianism.
Keywords: romanticism, literature, national.
APRESENTAÇÃO
O romantismo é um movimento literário que revolucionou a sociedade nos séculos XVIII e XIX, pois este tinha como objetivo se desprender dos valores clássicos e trazer uma arte mais individualista e subjetiva. Algumas das características mais valorizadas desse movimento é o sentimentalismo exagerado, o nacionalismo e natureza, a idealização, liberdade, religiosidade, a evasão, pessimismo e a imagem heroica.
O Romantismo em Portugal se deu após a Revolução Francesa, sendo assim, os ideais iluministas e os ideais dessa revolução que propagavam a liberdade, fraternidade e igualdade de todos são de grande influência para este movimento.
O Brasil, assim como vários outros países, também adotou a postura romântica, todavia, há o questionamento: Seria o Romantismo uma literatura genuinamente brasileira? Este tópico é o objetivo da pesquisa a seguir, que objetiva trabalhar a temática em prol de defender que sim, é uma literatura nacional, utilizando argumentos para fortificar a tese.
1. INAUGURAÇÃO DO ROMANTISMO NO BRASIL
Durante séculos, a literatura brasileira esteve à mercê da influencia europeia, ou melhor, não só a literatura, mas a nação toda. Entretanto, a partir de 1822, aquilo começa a mudar. Isto é, com o processo de separação entre o Brasil e Portugal, o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa e passou a ser uma nação independente, e nesse período, sair debaixo das asas alheias se tornou prioridade.
O Brasil, que sentiu a necessidade de adotar instituições diferentes daquelas que lhe foram impostas pela Europa, experimenta já a necessidade de ir buscar sua inspiração poética a fontes que realmente lhe pertencem; e na sua nascente glória ele nos dará, em breve, as obras-primas desse primeiro entusiasmo que atesta a juventude de um povo. (...) Nessas belas paragens, tão favorecidas pela natureza, o pensamento deve alargar-se como o espetáculo que se lhe oferece; majestoso, graças às obras-primas do passado, tal pensamento deve permanecer independente, não procurando outro guia que a observação. Enfim, a América deve ser livre tanto na sua poesia como no seu governo.
(DENIS, 1978:36)
Muitas mudanças resultaram desse acontecimento, inclusive uma que afetou drasticamente a cultura brasileira, trata-se do Romantismo, movimento literário, cultural e filosófico. Sua inauguração se deu em 1836, com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães. É com essa obra que o autor busca estabelecer uma literatura nacional para o país, se apegando a estética ufanista.
2. CONSOLIDAÇÃO DO ROMANTISMO BRASILEIRO
Como já foi apresentada acima as características desse movimento, pode-se perceber que uma delas é a figura heroica nacional. Na Europa, essa figura heroica era o cavaleiro medieval. Mas, o Brasil não teve essa Era Medieval, pois não tinha sido “descoberto” – invadido –, com isso, entra uma das mais peculiares características dessa época: o Indianismo. A Europa já tinha um representante, mas quem seria o nosso? Devidamente, seriam as pessoas que já estavam aqui defendendo nossa nação antes mesmo de invadirem: Os índios. E é nisso que o indianismo trabalha, na idealização do indígena, transformando-o no herói nacional e diferenciando nosso Romantismo do de Portugal.
Esse projeto romântico consistiu em, basicamente, na intenção de dotar o país de uma literatura que expressasse aquilo que tínhamos de típico, de nacional, de nosso, que fosse diferente de qualquer outro país.
(FACIOLI, 1993:5)
Dessa forma, fica nítido que indianismo e o nacionalismo dançam juntos sob a literatura romântica brasileira, provocando tais peculiaridades tão notáveis e de suma importância em nossa cultura literária.
3. TENDÊNCIAS DO ROMANCE ROMÂNTICO
Ressaltando mais uma vez a necessidade de dar vida a uma literatura nacional, há inúmeros autores que se destacaram por inserir a essência brasileira em suas obras. Com isso, estabelecem tendências do romance romântico, que podem ser o Romance urbano, Romance sertanejo ou regionalista, Romance histórico e Romance Indianista.
3.1 Romance urbano
O romance urbano se destaca por se preocupar em retratar fielmente a sociedade, mostrando seus costumes, hábitos, problemas, variedade de pessoas, ou apenas fatos corriqueiros do dia a dia, criticando-os, denunciando-os, ou simplesmente fazendo caricaturas. Obras como A moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo, Diva, Lucíola e Senhora, de José de Alencar e Memórias de um sargento de milícia, de Manuel Antônio de Almeida ganham destaques no romance urbanista.
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