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Réquim: Poesia no Estado Totalitário

Por:   •  15/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  732 Palavras (3 Páginas)  •  729 Visualizações

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         Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Letras

Prática de Interpretação de Texto II        

Prof.: José Carlos Prioste

Aluna: Dandara Lopes Carneiro

Turma: 02

“O poeta e o Estado Totalitário.”

Os regimes totalitários são caracterizados pela concentração do poder nas mãos de um único partido político, pela falta de garantia dos direitos individuais dos cidadãos e pela forte repressão do governo contra os opositores ao sistema. Nessa perspectiva encontrava-se a Rússia durante o Stalinismo, período governado por Josef Stalin, com ideais marxistas. Durante esse período, a antiga União Soviética foi extremamente castigada pela perseguição.

O totalitarismo além de ferir as liberdades individuais, ocasiona também um grande retrocesso à arte em geral, e especificamente no caso da Rússia, perdas irreparáveis.

Para T. S. Elliot, a poesia é “a expressão de algo que sentimos mas para a qual não temos palavras, que amplia nossa conscientização ou apura nossa sensibilidade. “ Partindo dessa definição, nota-se o motivo pela qual a poesia sofria tanta opressão.

A arte individualista representava uma ameaça ao regime. Nessa época, a poesia era muito significativa para a população. Além de ser uma fonte de alegria, a poesia conta a história através da arte das palavras. Não só a história, mas expressava o sofrimento, as lágrimas, as lutas e perseguições vividas naquele momento. A poesia era uma forma de protesto, de denúncia, e uma maneira de perpetuar toda aquela barbárie que a população russa estava vivendo. Os poetas estavam divididos: de um lado estava a morte, a prisão e o exílio, e do outro o silêncio.

No entanto, o silêncio também não era a melhor solução, já que o poeta é naturalmente mais sensível que a maioria, e se calar diante das privações, das perseguições e do medo constante é uma verdadeira tortura psicológica, o que levou diversos poetas ao suicídio. Mandelshtám, que presenciou um pouco daquilo de pior que se passava no interior russo, escreveu nessa época "mas aqui, neste país, a poesia é algo que cura e devolve a vida, e as pessoas não perderam o dom de beber nela o que lhes restaure a força interior. Aqui, pode-se matar as pessoas por causa da poesia - um sinal de respeito sem paralelo - porque as pessoas ainda são capazes de viver por causa dela." Maiakovski, um dos principais poetas da literatura russa e do mundo, suicidou-se na época e para o escritor Isaak Bábel "A única explicação para o suicídio de Maiakóvski foi ele ter chegado à conclusão de que era impossível trabalhar nas condições criadas pelo regime soviético."

Diante desse cenário desesperador encontra-se Anna Akhmátova: mãe, esposa, amiga e poetisa. Anna pôde sentir e expressar através de sua poesia tudo o que a população vivia naquele período. Teve seu ex-marido assassinado, seu filho preso, teve amigos assassinados, presos, e que se suicidaram diante de toda a barbárie cometida pelo estado russo. Foi censurada, tendo que fazer traduções para sobreviver e escrever poemas exaltando o estado e louvando Stálin, humilhando-se para conseguir a libertação do filho Liev.

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