TG Estudos Disciplinares III
Por: JPSBO • 29/10/2016 • Trabalho acadêmico • 878 Palavras (4 Páginas) • 1.027 Visualizações
Considere a relação entre “conteúdo e expressão” em um texto não verbal, em termos do percurso do olhar.
Introdução
Nos estudos da disciplina Estudos Disciplinares III, nos deparamos com uma abordagem sobre a leitura de textos, sejam eles verbais, cujo já possuímos certa familiaridade, como por exemplo os livros, jornais, revistas, dente outros; e os textos não-verbais, compostos por imagens, esculturas, pinturas, músicas etc. O enfoque desta disciplina é abrir nossos olhos para a leitura e compreensão justamente dos textos não-verbais, pois vivemos na era da imagem e torna-se extremamente necessário o entendimento do assunto. Conforme a teoria da semiótica, existem textos verbais, não-verbais e sincréticos, sendo este quando se ocorre uma mistura de texto verbal e não-verbal, as charges são um ótimo exemplo de textos sincréticos, onde um complementa o outro. Todo e qualquer tipo de texto é formado por um “plano de conteúdo” e um “plano de expressão”. No plano de conteúdo, encontram-se estruturas da significação do texto organizadas em um “percurso gerativo de sentido”, a tematização do mesmo, a ideia do artista, enquanto que no plano de expressão, encontra-se a manifestação do conteúdo apresentado por um sistema não verbal, como por exemplo em uma pintura, inclui-se a cor, o tipo de pintura, seja ela linear ou pictórica, a luz e a forma. “O percurso gerativo de sentido é um modelo de construção de sentidos que pode ser usado para a compreensão de um texto não-verbal. ” (MORATO, [entre 2009-2016], p. 1)
Iremos neste trabalho analisar 3 obras distintas de modo a fazermos sua leitura e compreensão através da abordagem semiótica, buscando entender os planos de conteúdo e expressão em um texto não-verbal.
Análise
Noite Estrelada (1889) – Vincent Van Gogh
No quadro Noite Estrelada do renomado artista holandês Vincent Van Gogh, podemos perceber analisando o plano de conteúdo, um céu cheio de vida e movimento em contraste com o tranquilo vilarejo na parte inferior da pintura. A lua em seu esplendor, tão luminosa quanto o sol durante o dia, as estrelas brilhantes, todos elementos da noite enfatizados na pintura, mostrando o fascínio do artista pela noite. Dentre o pequeno e pacato vilarejo destaca-se a torre de uma igreja ao centro, algumas casas com as luzes ainda acesas e arvores ao redor da vila. O cipreste em destaque no canto inferior esquerdo chama muita a atenção, dando a impressão de que o vilarejo se encontra abaixo de um monte. No plano de expressão podemos notar as características pictóricas da pintura, sem traços lineares bem definidos.
Criança Morta (1944) Candido Portinari
Acima temos o quadro Criança Morta (1944) de Candido Portinari, retratando a realidade e sofrimento dos retirantes nordestinos em sua luta pela sobrevivência. Através da análise do plano de conteúdo, vemos pessoas agrupadas ao redor de um cadáver e todo sofrimento causado pela dura realidade da morte, os corpos magros, rostos desfigurados pela dor, lágrimas que molham o chão tornando-o ainda mais escuro, o céu retratado por cores escuras intensificando o sentimento de tristeza, uma pintura dantesca que retrata o conflito entre a vida e a morte. O plano de expressão indica que o quadro possui linhas bem definidas caracterizando uma pintura linear.
A Última Ceia (1498) – Leonardo Da Vinci
Na belíssima pintura A Última Ceia do mestre Leonardo Da Vinci, uma intensa passagem bíblica (João 13:21) é representada. No plano de conteúdo, através da análise da obra, o rosto de Cristo, é representado por Da Vinci expressando calma e serenidade, mesmo tendo conhecimento de sua morte eminente. Podemos ver o tumulto que a notícia da morte de Cristo, através da traição de um de seus seguidores causa nos discípulos, que discutem entre si quem seria aquele a cometer tamanha atrocidade.
A obra foi simetricamente projetada, o rosto de Cristo está no centro da pintura, ao lado
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