Tarallo Fernando. Pesquisa sócio-linguística
Tese: Tarallo Fernando. Pesquisa sócio-linguística. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: gntg • 14/4/2014 • Tese • 2.080 Palavras (9 Páginas) • 534 Visualizações
Resumo/Síntese
TARALLO, Fernando. A pesquisa sócio-lingüística. 5. ed. São Paulo: Ática, 1997.
O livro A pesquisa sócio-lingüística, de Fernando Tarallo, nos capítulos 1 e 2, propõe-se a iniciar uma análise da realidade lingüística do português do Brasil baseando-se na influência de aspectos sócio-culturais que interferem no processo de comunicação, estabelecendo o que o autor denomina de “caos” ou “variantes lingüísticas”, refletido, sobretudo, na língua falada. A partir desta relação entre língua e sociedade, é possível perceber o caráter heterogêneo e diversificado da língua, observado em cada situação de comunicação na qual o falante está inserido. Para estudar estes aspectos, o autor sugere o método denominado de “teoria da variação lingüística” baseado em procedimentos teórico-metodológicos que assumem o caos lingüístico como principal objeto de estudo. Ele cita a diferenciação entre variantes-padrão e não-padrão, caracterizando-as como conservadoras e inovadoras, respectivamente, salientado, ainda, que a primeira goza de prestígio social, enquanto que a segunda é estigmatizada pelos membros da comunidade. Posteriormente, esclarece a relação entre teoria, método e objeto aplicando estes conceitos à sócio-lingüística. Tarallo aborda, ainda, no capitulo dois do seu livro, a relação existente entre a língua falada e o conceito de vernáculo, que se confluem em uma única perspectiva. Além disso, comenta-se também sobre a importância da coleta de narrativas de experiência pessoal, a partir do relato dos entrevistados, como um dos métodos de investigação da pesquisa adequados para ciência da sócio-lingüística.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade.
1. Gêneros textuais como práticas sócio-históricas
O texto Gênero textuais: definição e funcionalidade, de Luiz Antônio Marcuschi, nas páginas de 1 a 7, propõe-se a iniciar uma análise da realidade dos gêneros textuais como práticas sócio-históricas, novos gêneros e velhas bases, definição de tipo e gênero textual e algumas observações sobre os tipos textuais.
do português do Brasil baseando-se na Já se tornou trivial a idéia de que os gêneros textuais são fenômenos histó¬ricos, profundamente vinculados à vida cultural e social. Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comu¬nicativas do dia-a-dia. São entidades sócio-discursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa. No entanto, mesmo apre¬sentando alto poder preditivo e interpretativo das ações humanas em qualquer contexto discursivo, os gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da ação criativa. Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Surgem emparelhados a necessidades e atividades sócio¬-culturais, bem como na relação com inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se considerar a quantidade de gêneros textuais hoje existentes em relação a sociedades anteriores à comunicação escrita.
Quanto a esse último aspecto, uma simples observação histórica do surgimento dos gêneros revela que, numa primeira fase, povos de cultura essencialmente oral desenvolveram um conjunto limitado de gêneros. Após a invenção da escrita alfabética por volta do século VII A. c., multiplicam-se os gêneros, surgindo os típicos da escrita. Numa terceira fase, a partir do século XV, os gêneros expan¬dem-se com o flores cimento da cultura impressa para, na fase intermediária de industrialização iniciada no século XVlII, dar início a uma grande ampliação. Hoje, em plena fase da denominada cultura eletrônica, com o telefone, o gravador, o rádio, a TV e, particularmente o computador pessoal e sua aplicação mais notável, a intemet, presenciamos uma explosão de novos gêneros e novas formas de comunicação, tanto na oralidade como na escrita.
Isto é revelador do fato de que os gêneros textuais surgem, situam-se e integram-se funcionalmente nas culturas em que se desenvolvem. Caracteri¬zam-se muito mais por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que por suas peculiaridades lingüísticas e estruturais. São de difícil definição formal, devendo ser contemplados em seus usos e condicionamentos sócio¬-pragmáticos caracterizados como práticas sócio-discursivas. Quase inúmeros em diversidade de formas, obtêm denominações nem sempre unívocas e, assim como surgem, podem desaparecer.
Esta coletânea traz estudos sobre uma variedade de gêneros textuais relacio¬nados a algum meio de comunicação e analisa-os em suas peculiaridades organizacionais e funcionais, apontando ainda aspectos de interesse para o trabalho em sala de aula. Neste contexto, o presente ensaio caracteriza-se como uma introdução geral à investigação dos gêneros textuais e desenvolve uma bateria de noções que podem servir para a compreensão do problema geral envolvido. Certamente, haveria muitas outras perspectivas de análise e muitos outros caminhos teóricos para a definição e abordagem da questão, mas tanto o exíguo espaço como a finalidade didática desta breve introdução impedem que se façam longas incursões pela bibliografia técnica hoje disponível.
2. Novos gêneros e velhas bases
Como afirmado, não é difícil constatar que nos últimos dois séculos foram as novas tecnologias, em especial as ligadas à área da comunicação, que propi¬ciaram o surgimento de novos gêneros textuais. Por certo, não são propria¬mente as tecnologias per se que originam os gêneros e sim a intensidade dos usos dessas tecnologias e suas interferências nas atividades comunicativas diárias. Assim, os grandes suportes tecnológicos da comunicação tais como o rádio, a televisão, o jornal, a revista, a internet, por terem uma presença marcante e grande centralidade nas atividades comunicativas da realidade social que ajudam a criar, vão por sua vez propiciando e abrigando gêneros novos bastante característicos. Daí surgem formas discursivas novas, tais como editoriais, artigos de fundo, notícias, telefonemas, telegramas, telemensagens, teleconferências, videoconferências, reportagens ao vivo, cartas eletrônicas (e-mails), bate-papos virtuais, aulas virtuais e assim por diante.
Seguramente,
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