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Um Olhar Para o Homem Pós-Moderno Relacionado ao Filme Medianeras

Por:   •  9/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  754 Palavras (4 Páginas)  •  488 Visualizações

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Alana Gonçalves Dias e Thamires Aragão

Humanismo e cultura religiosa

Professor: Dr. Wilmar Luiz Barth                        

Turma: 269        

Um olhar para o homem pós-moderno relacionado ao filme Medianeras

Devido ao individualismo, o homem pós-moderno tem vivido cada vez mais em razão do seu próprio eu. Entretanto, a necessidade de comunicar-se com outros não diminui.  Devido a essa necessidade, o espaço virtual tem ganhado uma forma cada vez mais ampla. Porém, o contato demasiado com a máquina – a praticidade que nos é dada – agravou a solidão humana. Medianeras: "A internet me aproximou do mundo, mas me distanciou da vida."

O homem pós-moderno carrega consigo marcas de estresse, pessimismo, desencanto e, acima de tudo, a depressão. A internet, televisão, as drogas, as formas de arte são os meios de fuga que este homem encontrou.

Em geral, o homem contemporâneo tem sempre o mesmo perfil. É autoconfiante devido a infinidade de escolhas.  Consegue facilmente resolver seus problemas econômicos. Possui direitos e, acima de tudo, a liberdade. Este homem é calculista, vive para o futuro e, por isso, tem responsabilidades. O seu emocional está acima do racional. Resgata valores subjetivos. O homem faz parte do Cosmos e tem consciência da imensidão do Universo.

O filme Medianeras, do argentino Gustavo Taretto, retrata o homem pós-moderno fazendo alusão ao livro Procurando Wally: dois jovens vivem sozinhos na grande Buenos Aires em prédios fronteiriços, e cruzam-se nas ruas sem nunca se encontrar. Os personagens são rodeados de tantas informações, que são incapazes de notarem-se. Martin, que tem por única companhia um cachorro "herdado" da ex-namorada; e Mariana é decoradora de vitrines, fria e silenciosa como os manequins que utiliza.

O filme tem um olhar crítico para essa solidão contemporânea do homem cada vez mais virtual: “Quando seremos uma cidade sem fios? Quem será que foram os gênios que taparam os rios com prédios e o céu com cabos? Tantos quilômetros de cabos servem para nos unir ou nos manter afastados? Cada um em seu lugar. A telefonia celular invadiu o mundo com a promessa de te deixar conectado sempre. Mensagens de texto. Uma nova linguagem adaptada para dez teclas que reduz nossas línguas mais belas a um vocabulário primitivo, limitado e sem cultura. O futuro está na fibra ótica e no céu limpo. Dentre tantas vantagens eles prometem que você vai conseguir ajustar a temperatura da sua casa mesmo estando no trabalho. É claro que eles já sabem que não tem ninguém te esperando com a casa quentinha. Bem vindo a era das relações virtuais. ” O diretor do filme, Em entrevista à Folha de São Paulo de 12/09/11, diz que "já estamos todos acostumados com esse tipo de solidão. É uma solidão que não é dramática, é uma solidão de todos os dias. Solidão urbana. A solidão que sentimos quando estamos rodeados de desconhecidos. A das cidades em que as pessoas se sentem mais seguras entre quatro paredes. A solidão do delivery, da mensagem de texto e do e-mail".  

O filme, ainda, fala sobre a pluralidade de escolhas que temos. Reflete, metaforicamente, de forma filosófica, sobre as medianeiras dos prédios e a vida humana: “Buenos Aires cresce descontrolada e imperfeita. É uma cidade superpovoada num país deserto. Uma cidade onde se erguem milhares e milhares de prédios sem nenhum critério. Ao lado de um muito alto tem um muito baixo. Ao lado de um racionalista, tem um irracional. Ao lado de um em estilo francês, tem um sem estilo. Provavelmente essas irregularidades nos reflitam perfeitamente. Irregularidades estéticas e éticas. Esses edifícios que se sucedem sem nenhuma lógica demonstram falta total de planejamento. Exatamente assim é a nossa vida que construímos sem saber como queremos que fique. Vivemos como quem está de passagem por Buenos Aires. Somos os criadores da cultura do inquilino. (...) Os prédios, como todas as coisas pensadas pelo homem, servem para diferenciar uns dos outros. (...) O que se pode esperar de uma cidade que dá as costas ao seu rio? Estou convencido de que as separações e os divórcios, a violência familiar, o excesso de canais a cabo, a falta de comunicação, a falta de desejo, a apatia, a depressão, os suicídios, as neuroses, os ataques de pânico, a obesidade, a tensão muscular, a insegurança, a hipocondria, o estresse e o sedentarismo são culpa dos arquitetos e incorporadores. Esses males, exceto o suicídio, todos me acometem.”

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