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Um homem, um gato e um mistério: um conto de terror

Por:   •  6/2/2019  •  Resenha  •  700 Palavras (3 Páginas)  •  241 Visualizações

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Um homem, um gato e um mistério

Um conto de terror

O conto O gato preto, de Edgar Allan Poe*, retrata cenas de um filme de terror: crimes hediondos e sucessivos acontecimentos inexplicáveis, que despertam, no leitor, a emoção mais forte e mais antiga do mundo: o medo.

[pic 1]

Edeilson de Jesus Correia

Evando Marcos dos Santos

Islan Bispo de Oliveira

José Humberto dos S. Santana

Telma Andrade Sandes

*Edgar Allan Poe (1809-1849), poeta, crítico e contista, nasceu em Boston, capital do estado de Massachusetts (EUA). Representando uma tendência à parte do movimento geral do Romantismo nos EUA, Poe incorporou às suas obras temas ligados ao fantástico, ao misterioso e ao macabro.

N

arrado por um presidiário que fora sentenciado à morte e que, às vésperas de sua execução, procura explicar, racionalmente, uma série de acontecimentos aparentemente sobrenaturais, ocorridos nas residências onde ele morou com a esposa e Plutão, seu gato de estimação, o conto O Gato Preto (1843), de Edgar Allan Poe, revela a ambígua índole humana e explora a relação entre o real e imaginário. Esse conto trata de sentimentos humanos que envolvem amor, ódio e medo, evidenciando a crueldade e o desequilíbrio humanos em uma relação amorosa aparentemente estável, provocados por traumas psíquicos ou desencadeados por acontecimentos explicados por leis que desconhecemos.

        Procurando eximir-se da responsabilidade de seus atos (“aliviar o espírito”), o narrador acusa Plutão de influenciá-lo a praticar crimes hediondos e de revelá-los à sociedade, e responsabiliza-o por sua angústia, desventura e destruição. O clima de suspense, criado por Poe, proporciona ao texto uma atmosfera aterrorizante, ressaltando a profundidade da alma humana e intensificando o caráter trágico da vida. O narrador, por meio da focalização interna, insere, na narrativa, elementos que causam, no leitor, desconforto, repulsa e, ao mesmo tempo, curiosidade, compondo, assim, um cenário propício à encenação de um filme de terror: “gato preto”, “extração de olho com canivete”, “enforcamento”, “incêndio inexplicável”, “corpo arremessado contra a parede”, “morte e possível ressureição/reencarnação”, “mancha no pescoço em forma de forca”, “adega mofada”, “assassinatos”, “tentativas de ocultamento de cadáveres”, “corpos emparedados” e “grito de horror”.

[pic 2]

        Relacionado à bruxaria e à feitiçaria, e conhecido por, em sua trajetória terrestre, conseguir enxergar espíritos, o gato preto tem uma grande influência sobre o imaginário popular. Carregando, sobre si, uma simbologia representativa do maléfico e do mágico, representa a morte e a obscuridade. A crença de que o gato tem mais de uma vida cria, após a morte de Plutão, uma atmosfera de incerteza acerca de sua imortalidade, pois o segundo gato adotado pelo narrador pode ser Plutão ressurreto ou apenas outro gato muito semelhante ao primeiro. Antecipando a realização dos fatos, o narrador-protagonista se nutre de um repúdio absoluto a seu animal de estimação, demonstrando, assim, dúvidas acerca dos verdadeiros poderes e da identidade do felino.

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