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O Conto "O homem que sabia javanês"

Por:   •  8/10/2019  •  Resenha  •  926 Palavras (4 Páginas)  •  489 Visualizações

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O HOMEM QUE SABIA JAVANÊS

O conto “O homem que sabia javanês” escrito por Lima Barreto se inicia com o narrador-personagem Castelo, descrevendo um episódio em que contava a um amigo as partidas que havia pregado às convicções e às respeitabilidades, para poder viver. O tema central do conto é uma dessas partidas, a qual ele foi em busca de ser professor de javanês, sem ao menos saber a língua. Porém, ele aprendeu poucas palavras e conseguiu exercer o cargo. Fica claro, que a função dele era ler um texto em língua javanesa para um velho supersticioso chamado Barão de Jacuecanga, assim ele fez e conquistou o senhor. Depois, disso, o senhor lhe indicou ao Visconde de Caruru para que o ajudasse a entrar na diplomacia. Ele conseguiu entrar e também ficou sendo bem-sucedido, passando a ocupar um cargo no consulado, no qual persiste até o final da narrativa, mesmo tendo passado por várias situações que quase o desmascararam.  

O autor desenvolve o conto utilizando uma linguagem coloquial e criando uma esfera de informalidade, comédia e deboche. Além disso, ele aponta um subjugamento de virtudes, em que Castelo mostra respeito pelo velho e afeição por sua figura, quando ele aponta a ambição de conseguir o cargo, até perder completamente o remorso, tendo um único sentimento, o medo de ser revelado como uma fraude. Tudo isso pode ser comprovado pela forma como ele narra a história, trazendo graça e enfatizando a ingenuidade e estupidez daqueles que acreditam nele.

A temática abordada no conto é o oportunismo, pois a atitude de Castelo durante toda a narrativa é conseguir exercer um cargo do qual ele não está preparado, sendo este o conflito da história. Junto a isso, pode-se ver vários motivos durante a narrativa, como a ambição, a esperteza, astúcia, tolice, superstição, sorte, valorização da aparência.

O conto “A colcha de retalhos” escrita por Monteiro Lobato retrata a vida da população brasileira do interior. A história é contada por um sujeito-narrador que vai a um sítio, no interior de São Paulo, contratar, por empreitada, os serviços do proprietário, José Alvorada, na plantação de terras. No sítio moram a filha adolescente de Alvorada, Maria das Dores, apelidada de Pingo D’Água, sua esposa, Sinh’Ana, e a avó, Joaquina que tem 70 anos.

Tanto o sítio quanto a família vivem dias de decadência, pois devido problemas de saúde, José Alvorada não planta suas terras, recusando a oferta que lhe faz o narrador, assim vive de trabalhos eventuais prestados a conhecidos. Sua esposa passa os dias adoentada, e a menina, que foi do sítio à cidade apenas para o batizado, é analfabeta. A avó, Joaquina, dedica-se a reunir, numa colcha, pedaços dos vestidos usados ao longo dos anos por Pingo D’Água, na pretensão de concluir a colcha por ocasião do casamento da neta.

O narrador vai ao sítio duas vezes, na primeira vez para propor negócios e, na segunda, dois anos depois, por curiosidade acerca de uma história ouvida na cidade: a fuga de Pingo D’Água com o filho de um vizinho dos Alvorada, além da morte de Sinh’Ana. O narrador encontra no sítio, ainda mais decadente, a velha Joaquina, que lhe conta sobre a fuga da moça e toda a vida dela ao falar sobre cada retalho da colcha, que permaneceu inacabada.

Os sujeitos apresentados no conto sintetizam em suas características o meio a que pertencem, em conformidade ao regionalismo. As questões tratadas não são individualidades dos sujeitos, mas sim, representantes de grupos ligados a um dado ambiente.

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