VARIAÇÃO E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Por: crok • 10/5/2018 • Artigo • 1.149 Palavras (5 Páginas) • 322 Visualizações
VARIAÇÃO E ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
A linguagem é um dos meios de comunicação que caracteriza o ser humano, como afirma José Fiorin “A linguagem responde a uma necessidade natural da espécie humana, a de comunicar-se.” (FIORIN, 2013, p. 13). Através da língua seja ela verbal ou não verbal que conseguimos expressar sentimentos, imprime opinião e ideias, revelar conhecimentos e nos unir em um meio social.
A língua está sempre em mudança, isso se justificar pelo fato de que as palavras que utilizamos estão sempre se renovando, palavras antes usadas pode cair em desuso com o tempo e outras vão surgindo. As variações linguísticas permitem varias forma de se falar e por isso não há um modo mais correto, mais sim uma maneira mais adequada de se expressar de acordo com o contexto e ambiente que estar inserido.
As variações linguísticas não estão restritas só na fala mais está presente também na concordância e escritas das palavras e são resultados tanto do meio social como regional, como afirma Hosana Silva,
É possível encontrar variações em todos os níveis da estrutura linguística, isto é, no nível fonológico, morfológico, lexical, sintático etc. Essas variações são condicionadas por fatores propriamente linguísticos e também sociais, relacionados à origem geográfica, idade, gênero, classe social, situação interacional etc. (SILVA, 2015, p.20).
Ao analisar a situação proposta no exercício 01, notamos que a professora utiliza a tirinha para trabalhar a variação linguística em sala de aula. O utilizadas o dialogo entre os personagem ela demostra um exemplo de variação linguística. Mussalin & Bentes descreve a variação linguística em dois paramentos:
A variação geográfica ou diatópica está relacionada às diferenças linguísticas distribuídas no espaço físico, observáveis entre falantes de origens geográficas distintas. A variação social ou diastrática, por sua vez, relaciona - se a um conjunto de fatores e que têm a ver com a identidade dos falantes e também com a organização sociocultural da comunidade de fala (Mussalin & Bentes, 2006, p.34, 35 grifo meu)
De acordo com a descrição apresentada, podemos afirma que a variação linguística apresentada na tirinha não pertence à uma variação padrão da língua portuguesa e sim uma variação regional ou diatópica.
A Professora ao utilizar o texto como exemplo para trabalhar a variação linguística em sala de aula deve destacar que a língua na forma escrita deve seguir um padrão de norma culta “variações e mudanças na fala prenunciam variações e mudanças que podem vir a se fixar também na escrita.” (Görski, Coelho, 2009). Entendemos que as variações linguísticas ocorrem tanto no fonológico, morfológico, lexical, sintático, que devemos levar em conta a forma culta da escrita utilizada na gramatica, pois é ela que rege a escrita em seu sentido amplo de normatização de um determinado idioma. Como afirma Bagno, que:
Seria mais justo e democrático explicar ao aluno que ele pode dizer “bulacha” ou “bolacha”, mas que só pode escrever bolacha, porque é necessária uma ortografia única para toda a língua, para que todos possam ler e compreender o que está escrito (BAGNO, (2008) apud SANTANA, NEVES, 2015, p. 12).
É importante que o professor enfatize que falar diferente da norma padrão não é errado, que existem variações na língua, no entanto, na escrita há normas que devem ser seguidas para um entendimento globalizado do idioma. Também é preciso ressalta que existe mais de uma variação linguística e que uma não deve ser considera melhor que outra, a escola deve se livrar da ideia que existe uma única forma “certa” de falar desvalorizando assim outras.
Na situação 02 na qual o professor corrigir a fala do aluno segundo a norma culta, ao fazer essa correção o professor desconsidera as diferenças entre fala e escrita. O professor não leva em consideração que a criança ao entrar na escola já sabe falar tem
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