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VARIAÇÃO E MUDANÇA: CONCEPÇÕES NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Por:   •  13/5/2019  •  Artigo  •  1.768 Palavras (8 Páginas)  •  301 Visualizações

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VARIAÇÃO E MUDANÇA: CONCEPÇÕES NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Luana de Sousa Lima[1]

Luciana de Oliveira Dias[2]

RESUMO:

 Esse trabalho tem como objetivo definir e aprender sobre “variação e mudança”. Sendo assim, na presente pesquisa, procuramos explicitar de forma concisa, a história, os avanços da língua e notamos que ao longo desta história, a língua tem se modificado de forma significativa. E além do mais, propomos apurar de forma bibliográfica as concepções sobre a variação linguística no ensino de língua portuguesa.

PALAVRAS-CHAVE: Variação. Mudança. Língua portuguesa

ABSTRACT:

This work aims to define and learn about "variation and change". Therefore, in the present research, we try to make a concise explanation of the history and the advances of the language and note that throughout this history, the language has changed significantly. And furthermore, we propose to ascertain in a bibliographical way the conceptions about the linguistic variation in the teaching of Portuguese language.

1. Introdução

Este artigo tem como objetivo definir e aprender sobre o tema “Variação e mudança. Sendo assim, propusemo-nos a realizar uma pesquisa de forma bibliográfica, apurando as concepções sobre o tema, procurando nos fundamentar teoricamente em alguns linguistas. Assim, procuramos explicitar de forma concisa, a história, os avanços da língua e notamos que ao longo desta história, a língua tem se modificado de forma significativa. E além do mais, propomos apurar de forma bibliográfica as concepções sobre a variação linguística no ensino de língua portuguesa.

Para Faraco (2005) a realidade empírica central da linguística histórica é o fato de que as línguas humanas mudam com o passar do tempo, ou seja, as línguas humanas se alteram continuamente com o tempo. As línguas mudam, mas organizadamente para oferecer a seus falantes recursos necessários para a circulação dos significados.

Ainda segundo Faraco, os falantes normalmente nem tem consciência de que sua língua esta mudando, mas há situações em que eles acabam por perceber, por exemplo, quando são expostos a textos muito antigo escrito em sua língua. O fato é que a língua passou ou esta passando por mudanças , por exemplo, o português embora mantenha muitas das características correntes no século XIII ou XVI, passou no decorrer dos anos por varias mudanças, desde substituições lexicais até alterações estilísticas, conhecendo também alterações sintáticas, sonoras e semânticas.

Mais a percepção das mudanças não se dá apenas pelo contraste entre manifestações linguísticas afastadas entre si no tempo. É também possível detectar fenômenos de mudanças concentrando nossa atenção no tempo presente, por exemplo, se contratarmos o português falado hoje na maioria das regiões brasileiras por pessoas de gerações bem diferentes.

As variações linguísticas existentes hoje no Brasil, nos permitem reconhecer uma pluralidade de falares, que são frutos da dinâmica populacional e  do contato dos diversos grupos sociais, nos diferentes períodos da nossa história.

2. Variações linguísticas

Para Callou e Leite (2003), todas as variedades da língua estão sujeitas a variação e, que em todos os dialetos, há elementos de diferenciação. Ainda segundo as autoras, a língua não é um código único, usado da mesma forma por todas as pessoas, e mesmo reconhecendo que o sistema admite uma infinidade de realizações, uma língua não é uma soma de variações, senão uma integração. Em princípio, uma língua apresenta pelo menos três tipos de diferenças internas, que podem ser mais ou menos profundas:

  1. Variação geográfica ou diatópica- são as variações relacionadas às diferenças lingüísticas entre falantes de origens geográficas distintas.
  2. Variação social ou diastrática- relaciona-se a um conjunto de fatores que têm a ver com a identidade social dos falantes e também com a organização sociocultural da comunidade de fala. (Alkimim, 2007, p. 35).
  3. Variação diafásica- são as variações que se dão em função do contexto comunicativo, isto é, a ocasião determina o modo como falaremos com o nosso interlocutor, podendo ser formal ou informal.

Segundo Cagliari (2001), são fatos dessa natureza que demonstram que não se pode pensar no uso de uma língua em termos de „certo‟ e „errado‟ e em variante regional „melhor‟ ou „pior‟, „bonita‟ ou „feia‟. No ensino da língua escrita, contudo, devemos procurar neutralizar as marcas identificadoras de cada grupo social, a fim de atingir um padrão supranacional.

A língua Portuguesa, como qualquer outra, é uma língua que sofre variações e mudanças condicionadas, ora por fatores internos, ora por fatores externos. Alguns componentes das línguas, entretanto, constituem-se em variáveis que oferecem mais possibilidades de variação. Vale ainda, mencionar que o social, também é um fator determinante das variações linguísticas, de acordo com Bagno(2002, p.73).:

[…] mesmo que tenhamos tudo isso muito claro em nossas mentes, é preciso sempre lembrar que, do ponto de vista sociológico, o “erro” existe e sua maior ou menor “gravidade” depende precisamente da distribuição dos falantes dentro da pirâmide das classes sociais, que é também uma pirâmide de variedades linguísticas. [...] O “erro” linguístico, do ponto de vista sociológico e antropológico, se baseia, portanto, numa avaliação estritamente baseada no valor social atribuído ao falante, [...]

       Para o autor, a questão de se julgar certos falares como certo ou errado, podem também estar ligadas a questões das divisões das classes sociais, classes consideradas superiores, consideram seus dialetos sempre como corretos. No entanto, Soares (2000.p.16-17) apresenta o papel fundamental que a linguagem desempenha na formação do indivíduo.

Desde já, porém, é necessário destacar que as relações entre linguagem e cultura constituem a questão fundamental, nuclear, tanto na ideologia da deficiência cultural quanto na ideologia das diferenças culturais; em consequência, desempenham um papel central nas explicações do fracasso escolar, […]. O papel central atribuído à linguagem numa e noutra ideologia explica-se por sua fundamental importância no contexto cultural: a linguagem é, ao mesmo tempo, o principal produto da cultura, e é o principal instrumento para sua transmissão. […] em consequência, nesse quadro de confrontos culturais, a lingaugem é também o fator de menor relevância nas explicações do fracasso escolar das camadas populares. É o uso da língua, na escola, que evidencia mais claramente as diferenças entre grupos sociais e que geram discriminação e fracasso: o uso, pelos alunos provenientes das camadas populares, de variantes linguísticas social e escolarmente estigmatizadas provoca preconceitos linguísticos e levam a dificuldades de aprendizagem, já que a escola usa e quer ver usada a variante padrão socialmente prestigiada.

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