A ALFABETIZAÇÃO PARA ALÉM DA DECODIFICAÇÃO DE SIGNOS

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A escrita e a leitura são classificadas como um sistema de códigos utilizados nas diversas esferas sociais e nas mais diversificadas circunstâncias, sendo não apenas um instrumento de aprendizagem escolar, mas um produto social, que se torna imprescindível para o exercício da cidadania, numa sociedade aonde as informações chegam cada vez mais rápidas e têm acesso fácil. Assim, a mecânica do ler e escrever perpassa o caráter de decodificação, eles constituem o principal meio de interação humana.

Dessa forma, este trabalho visa o estudo acerca da alfabetização, o papel dos docentes mediante o trabalho com programas de alfabetização frente às novas interpretações sobre o sentido de alfabetizar na sociedade.

Justifica-se essa pesquisa por ter ocorrido vários estudos durante todo o processo de formação, que visa, à interpretação sobre uma aprendizagem na alfabetização condizente às práticas sociais. Além disse, nosso trabalho justifica-se pelo imenso desejo de desmitificar a errônea ideia que ainda permanece arraigada em muitas práticas pedagógicas de alguns docentes sobre o que é a alfabetização e como deve ser desenvolvido esse processo diante as novas exigências sociais.

Fazer parte do mundo da leitura e da escrita é um privilégio que propicia ao ser humano, entre outros aspectos manter a sua linguagem e, no entanto, construir a sua identidade, bem como, desenvolver o seu pensamento. Somos sujeitos meramente vivenciados pela comunicação, seja esta forma direta ou indireta, formal ou não formal e entrar no mundo do letramento é adquirir mais conhecimentos e compreensão das coisas que estão a nossa volta.

Nesse contexto, é relevante buscarmos um ensino de alfabetização que venham atender os interesses dos alunos na vida em sociedade, pois como afirma Ferreiro (2001), “ somente é possível atribuir ignorância as crianças pré-escolares quando pensamos que o ‘saber’ sobre a língua escrita limita-se ao conhecimento das letras”, ou seja, limitar o saber somente na (de)codificação de signos sem dar a eles um sentido, é não compreender a formação humana em sua completude.

Nosso trabalho encontra-se dividido em três capítulos: o capítulo inicial tem por título Contextualizando a Pesquisa, neste encontra-se o objeto de nossa pesquisa, “ A alfabetização para além da decodificação de signos”, uma discussão na qual pretendemos compreender as diferentes visões que se desenham em relação aos processos de ensino-aprendizagem da alfabetização. Neste capítulo ainda explicaremos os objetivos que orientam a pesquisa, os procedimentos metodológicos, os instrumentos utilizados e os sujeitos que colaboraram em nosso trabalho.

No segundo capítulo, sob o título Caminhos teóricos da pesquisa, desenvolvemos os aspectos teóricos da pesquisa fazendo um breve percurso histórico sobre métodos de alfabetização no Brasil.. Nesse percurso nos apoiamos em Mortatti (2006) e Colello (2004), entre outros, numa perspectiva de analisar os processos de alfabetização em outro contexto histórico. Ainda neste capítulo procuramos interpretar diferentes concepções conceituais sobre alfabetização na visão de teóricos e professores alfabetizadores.

No terceiro capítulo, Analisando programas de alfabetização: se Liga e Acelera e Alfa e Beto, desenvolvemos