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A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS NAS SÉRIES INICIAIS

Por:   •  9/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  5.322 Palavras (22 Páginas)  •  920 Visualizações

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 A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS NAS SÉRIES INICIAIS

 

 

Daniela Bessani[1] 

Prof. Ms. José Aparecido Celório (Orientador) [2] 

 

 

RESUMO

 

Atualmente vemos a necessidade de renovar as atividades que trabalhem os sentimentos e a afetividade dos alunos. Trabalhar com histórias na sala de aula estimula os alunos/as na elaboração de uma série de dificuldades de aprendizagem, muitas delas tendo como pano de fundo a dimensão das emoções. O presente trabalho tem por objetivo discorrer sobre a importância da contação de histórias para a compreensão do imaginário infantil no processo ensino aprendizagem. Sabemos que a arte de contar histórias se apresenta desde tenra idade no seio familiar, na relação entre pais e filhos, avós e netos. Na contação de histórias tanto contador como o ouvinte tende a viajar pelas palavras narradas indo para o seu interior e voltando-se para mundos desconhecidos, vividos ou fantasiados e imaginados em um mundo próprio ou coletivo, o que significa a possibilidade um auto-conhecimento e um caminho para enfrentar os próprios sentimentos.  

A contação de histórias se faz  presente até os dias atuais por sua tradição oral, mesmo em pleno século XXI a contação de histórias ainda rouba a cena da era tecnológica mesmo esta sendo um dos recursos  da arte de contar no período atual.      

 

Palavras-chave: Imaginário Infantil. Contação de histórias. Educação. Afetividade.

 

 

INTRODUÇÃO 

 

 

O presente trabalho tem por objetivo discorrer sobre a importância da contação de

histórias para a compreensão do imaginário infantil no processo ensino aprendizagem. Sabemos que a arte de contar histórias se apresenta desde tenra idade no seio familiar, na relação entre pais e filhos e avós e netos.

Na sociedade contemporânea, principalmente no final do século XX, nossas

crianças recebem histórias prontas por meio de CD-ROM, livros com muitas ilustrações, da televisão e dos jogos eletrônicos. Notamos que a capacidade de criar ou imaginar histórias fica dispensada diante de tanto aparato tecnológico. Nossa proposta está em ressaltar a contação como meio de estimular a imaginação das crianças e também compreender o papel dessas histórias na constituição desse mesmo imaginário, sem o recurso de objetos ou imagens prontas. Acreditamos que dessa forma essa prática de contar histórias faz com que as crianças viajem por mundos desconhecidos e entrem em contato com seu próprio mundo, sua psiquê.  

Nosso trabalho está dividido em dois momentos: no primeiro momento fizemos

algumas considerações sobre o imaginário infantil, sua formação e importância no desenvolvimento da personalidade. Dessa forma, consideramos os sonhos, devaneios, fantasias e a própria imaginação como partes do mundo infantil e de que forma esses  termos alimentam e são alimentados pelo imaginário de cada um. Em um segundo momento, argumentamos se a escola se dedica à instigar a imaginação infantil ou tenta apenas  domesticá-la por meio dos livros didáticos e planejamentos prontos estabelecidos pelos professores. Por fim, fizemos considerações sobre a importância que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação aponta para o imaginário infantil.

 

O imaginário infantil

 

A imaginação foi por muito tempo considerada pelos estudiosos como a “louca da

casa”, pois ela desestrutura a razão e conturba o pensamento lógico.Todavia esta definição foi aos poucos se transformando e hoje ela é vista como irmã gêmea da razão, porque sabemos que o imaginário não é só aquilo que imaginamos, mas aquilo que fundamenta nossas crenças e ate nossas ideias (racionais) tem um fundo imaginário.

O imaginário, segundo Postic (1993), pode ser compreendido como um produto

interior que age, de forma exorcista, sobre os efeitos maléficos do real indivíduo, dando ênfase nos efeitos benéficos com o intuito de produzir uma harmonia interna; em outras palavras, é uma realidade contrária a nós mesmos, pois imaginar é um encontro da minha realidade com o meu próprio interior, é através do imaginário que conseguimos voltar para o recôncavo de nos mesmos.        

Imaginar é evocar seres, colocá-los em determinada situação, fazê-los viver como se quer. É criar um mundo a seu bel-prazer, libertando-se. Tudo é possível. Tudo acontece. Na vida artística, imaginar é um ato criador. Na vida cotidiana, imaginar é uma atividade paralela à ação que exercermos, ligada à realidade. A imaginação é um processo. O imaginário é seu produto (POSTIC, 1993, p. 13). 

Como toda atividade humana, imaginar é a re-construção ou transformação do

real, é sair do mundo exterior em viagem ao mundo interior de cada indivíduo ao mesmo tempo, é uma forma de representar situações vividas ou nunca colocadas em práticas pois muitos de nossos sonhos e devaneios são uma  viagem a um mundo conhecido somente por nós, que nos acompanha ou, de outra maneira, são fantasmas  que criamos em nosso interior para realizar tarefas e atividades que jamais teríamos realizado em nosso mundo exterior. Esses processos de imaginação ocorrem em todas as etapas de nossas vidas. Os processos de imaginar sempre têm o intuito de nos levar às lembranças da infância e muitas vezes, fazem suscitar fantasmas de nossas almas pois, criança ou adulto, todos têm esse meio de voltar ao seu interior para reorganizar questões que devem ser resolvidas na atualidade. Por isso, trabalhar com o imaginário infantil é propiciar um espaço de autoconhecimento para as crianças, tão necessário na atualidade.  

A imaginação não pode ser considerada como  singular, tendo em vista que ela é

composta por um mundo alimentado por sonhos, devaneios e símbolos. Estes  vão dar a ênfase que a imaginação precisa para sair de um estágio real e buscar  para um mundo irreal.  

 

Sonhos, devaneios e símbolos

 

Dessa forma, podemos definir sonho como idealização, desejo intenso, ansiar por

algo e ficar a espera. Essa seria a definição de sonho segundo a língua portuguesa, mas também podemos dizer que é um estágio da imaginação enquanto dormimos.

Conforme Bachelard (1988), o devaneio suscita, por meio das imagens poéticas,

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