A ATUAÇÃO PEDAGÓGICA INCLUSIVA DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO BÁSICA

INTRODUÇÃO

Ao considerar a escola um espaço privilegiado de construção do conhecimento e de socialização, é importante pensarmos no docente como agente ativo desse processo, porque é ele que recebe, acolhe e media a aprendizagem de todos os alunos, interagindo com toda comunidade escolar inclusive com os pais de seus alunos.

Segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, inclusão significa, “ato de incluir; abranger; inserir; envolver; introduzir; compreender”.

Portanto, a educação inclusiva tem a ação de promover de modo abrangente tanto o desenvolvimento humano quanto a preservação e a continuidade da cultura, envolvendo neste proceder todos os indivíduos em fase de formação de sua personalidade.

De acordo com Alves (2012), entende-se como conceito de educar para inclusão o seguinte:

O conceito de Educar para a Inclusão estende-se para além das noções de que a compreensão e o envolvimento de educados estejam unicamente voltados para aqueles portadores das chamadas “Dificuldades de Aprendizagem”, ou seja, que educar para a constituição de um País Nação, constituído por cidadãos cônscios de suas origens, contribuintes para o enriquecimento de sua cultura e costumes, sem deixar de se responsabilizar por seus atos e de poder realizar seus próprios sonhos e necessidades como pessoa; não fica restrito, apenas, ao grupo das pessoas com necessidades especiais, tais como: os deficientes mentais, os deficientes sensoriais, os doentes mentais, como são classificados. Pois, por incrível que possa parecer, ao nomearmos como o grupo de pessoas com necessidades especiais, já estamos, pela articulação linguística, classificatória e lógica, incluindo-os no “Grupo dos não pertencentes” ou dos diferentes excluídos... (ALVES, 2012, p. 83-84)

O ambiente escolar deve ser planejado e estruturado, pois é por meio deste método que o desenvolvimento infantil será promovido e terá um papel decisivo no futuro do indivíduo. Para que haja esse planejamento e estruturação adequada, faz-se necessária a ampliação do raio de abrangência da reflexão pedagógica.

Segundo Soares, (2008, p. 11): “a função da escola... é ajustar os alunos a sociedade segundo suas aptidões e características individuais”.

Apesar das leis, projetos, estudos e publicações científicas no campo da educação inclusiva, na prática percebe-se que muitas escolas ainda não romperam com a política de integração dos alunos com deficiência e docentes que trabalham e defendem o método tradicional de ensino em que as especificidades dos alunos não são consideradas relevantes no processo ensino-aprendizagem.

De acordo com Oliveira (2010), o olhar do docente sobre a diversidade exige a aceitação das diferenças como algo ao ser humano. A política inclusiva não depende somente de uma reforma da escola, como também de uma formação inicial e continuada dos docentes, a qual possa torná-los capazes de conceber e ministrar uma educação plural e democrática.

O referido autor salienta que a nova proposta nacional de educação inclusiva exige um novo modelo de escola enquanto instituição e consequentemente um novo perfil dos docentes. “A formação deve ser considerada sob uma nova ótica que vise ao constante aperfeiçoamento de modo a considerar sua condição de sujeito social com saberes, valores e subjetividade”. (OLIVEIRA, 2010, p. 14)

Segundo a Declaração de Salamanca as escolas devem se ajustar às necessidades dos alunos, quaisquer que sejam suas condições. O princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças devem aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. Na inclusão é a escola que deve estar preparada para receber todo e qualquer aluno, apresentando meios para lidar e extinguir qualquer tipo de discriminação que possa existir.

A inclusão educacional precisa ser entendida como o espelho na educação, já que consiste em oferecer uma oportunidade de desenvolvimento e aprendizagem para todos, respeitando as diferenças, valorizando a diversidade.

A tarefa da escola consiste em fazer todos os esforços para encaminhar a criança na direção de superar limites e desenvolver, com a intervenção dos processos culturais, aquilo que lhe falta. Dessa maneira, o papel do professor é decisivo para o sucesso desse processo.

A ATUAÇÂO PEDAGÓGICA INCLUSIVA DO PROFESSOR NA EDUCAÇÃO BÁSICA

A política inclusiva não depende somente de uma reforma da escola, como também de uma formação inicial e continuada dos docentes, a qual possa torná-los capazes de conceber e ministrar uma educação plural e democrática.

A respeito do papel do docente Oliveira (2010) ressalta que:

Precisamos de docentes que não sujeitem os alunos a saberes que os impeçam de ser, de pensar e de decidir por si mesmos e que reconheçam a integridade e plenitude de cada um, apesar de serem diferentes e principalmente, livres de preconceitos e que tenham consciência do seu papel e poder diante da sociedade em que vivem. (OLIVEIRA, 2010, p. 15)

O professor tem a capacidade de orientar o desenvolvimento da criança deficiente para caminhos alternativos que possam incluí-la na vida em sociedade. Isso se dá por meio de ações e recursos auxiliares sob a forma de procedimentos, instrumentos técnicos que favoreça essa criança na busca de desafios e de novos objetivos.

Mantoan (2006) enriqueceu essa visão do papel do docente com a seguinte proposição:

O professor não procurará eliminar as diferenças em favor de uma suposta igualdade do anulado, que é tão almejado, pelos que apregoam a (falsa) homogeneidade das salas de aulas. Antes, estará atento à singularidade das vozes que compõem a turma, promovendo o diálogo entre elas, contrapondo-as, complementando-as. (MANTOAN, 2006, p. 53)

Portanto, é necessário que o professor conheça cada aluno em particular e dedique-se em planos de estudos individualizados. Fazendo com que o planejamento pedagógico deixe de ser único para toda a turma e torne-se singular a partir da necessidade e da possibilidade de cada um.

Para isso, o professor deve aproximar-se do aluno, conhecer