A Antropologia na Educação
Por: lais.pinheiroo • 2/8/2021 • Trabalho acadêmico • 1.352 Palavras (6 Páginas) • 250 Visualizações
A carreira docente de Maria Firmina
Já adulta, em 1847, aos 25 anos, Maria Firmina foi aprovada em um concurso público para a Cadeira de Instrução Primária em Guimarães, tonando-se assim a primeira professora efetiva a integrar, oficialmente, os quadros de magistério maranhense, função que ocupou até o início de 1881, ano em que se aposentou, então ela trabalhou por uns 34 anos. P Como já vimos, ela nasceu no ano de 1822 mesmo q algumas fontes digam que foi no ano de 1825 data de seu batismo, e faleceu no ano de 1917, aos 95 anos, mas mesmo ela vivendo o que consideramos ser muito tempo, uma questão ainda não abordada na historiografia sobre Maria Firmina é o fato de ter sido uma mulher acometida de enfermidade. E nesse tópico A carreira docente de Maria Firmina, as autoras do artigo nos trazem informações precisas a respeito disso e esclarece algumas outras informações que são dadas como certas em sites da internet como a que Maria Firmina tenha criado uma escola mista. Conclui-se sobre a sua fraca saúde quando se analisam documentos oficiais que fazem referência a ela. Grande parte se origina de pedidos de licença para tratamentos de saúde com o tempo solicitado que variava entre um e três meses, até um ano. Os atestados enviados pela professora declaravam que ela se encontrava acometida de “inflamação no fígado” (Publicador Maranhense, 19 fev. 1880, p. 2). Um dos mais interessantes eventos que retratam os problemas de saúde de Maria Firmina é identificado no ano que antecede a sua aposentadoria, após ser submetida a junta médica do governo que atestou que a mesma estava incapacitada para a docência. E foi assim que, após a sua aposentadoria, a professora seguiu para o Pará na companhia de sua tia, D. Henriqueta Romana dos Reis (Pacotilha, 4 jun. 1881, p. 2-3). Não foi possível saber ao certo o objetivo da viagem de Maria Firmina para o Pará. Mas devido o seu alegado estado de saúde, pode-se deduzir que ia em busca de algum tratamento mais confiável fora do Maranhão. O que de fato se pode inferir com os dados levantados é que nos últimos anos de trabalho sua escola feminina de primeiras letras não dispunha de grande número de alunas. Na década de 1860 variava entre 8 a 14 o número de discípulas de Maria Firmina. Dessa forma, podemos ver que sua turma não era grande, enquanto se percebe que a luta no ano anterior a sua aposentadoria estava centrada no descanso, e restabelecimento da saúde. Tais fatos permitem duvidar do pioneirismo atribuído a Maria Firmina em relação a abertura de uma aula gratuita e mista em Guimarães no povoado de Maçaricó, no ano de 1880.
Se fosse o caso de atribuir pioneirismo no assunto, poderia considerar o feito de outra Firmina, que foi a Sra. Herculana Firmina Vieira de Souza, professora pública de primeiras letras de Cururupu, que em 1862, contava com o número de 42 discípulas e 12 discípulos menores de 16 anos. As autoras esclarecem ainda que o funcionamento da aula mista da professora Herculana Firmina era algo ilegal, já que, na época ainda estava vetado a presença de meninos na qualidade de alunos em escolas femininas. P As articulistas finalizam o artigo argumentando que com a trajetória de Maria Firmina dos Reis não se pode ignorar que houve mulheres no século XIX que marcaram espaço como protagonistas da história, apesar da pouca expectativa alimentada pela sociedade patriarcal em relação ao desempenho de funções intelectuais pelo gênero feminino e que dada a grande importância de Maria Firmina dos Reis para a história das mulheres no Brasil torna-se urgente o desenvolvimento de estudos que considerem a ampla gama de fontes primárias produzidas oficialmente sobre a autora e suas obras. Então, esse artigo de autoria da professora Mariléia e suas duas alunas Érica de Lima de Matos e Ediane Holanda Silva é uma fonte precisa ao pesquisarmos sobre a vida de Maria Firmina pois nos traz informações fundamentadas e esclarecedoras. P
Em comemoração à assinatura da Lei Áurea, em 1888, Maria Firmina dos Reis compôs, também, o “Hino a libertação dos escravos”.
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Nesse hino podemos ver que Maria Firmina utilizou expressões do tipo “Pátria do Progresso”, sinalizando o discurso que vinculava o progresso da nação com o fim da escravidão. Ela ainda fez uma crítica a escravidão, exaltando a igualdade entre todos e, enfatizando o “aquele que antes oprimias”, como uma reafirmação da sua própria postura em relação à escravidão. Então lendo esse hino podemos perceber a postura da autora em relação a libertação dos escravos, assumindo uma posição política importante em um contexto da quebra do sistema escravista no Império.
Apesar dos seus feitos, Maria Firmina não escapou do silenciamento da sua obra. Ela falava sobre questões que incomodavam a elite. Por isso, muito do seu trabalho ainda é desconhecido. Aos poucos, a sua história e obra têm sido resgatadas, aproximando os brasileiros dessa grandiosa figura histórica.
Rompendo com as barreiras impostas pelo patriarcado e manifestando o exemplo de sabedoria e determinação, Maria Firmina continuou fértil em sua produção literária.
No que diz respeito à Maria Firmina dos Reis constata-se que a mesma, filha de forra, ocupava uma posição de mulher negra livre. A autora não deixou nenhuma foto ou descrição de suas características físicas, entretanto, seu biógrafo Morais Filho reuniu testemunhos de pessoas próximas que a descreveram. Segundos tais testemunhos, Maria Firmina dos Reis possuía rosto arredondado, cabelo crespo, grisalho, fino, curto, amarrado na altura da nuca; olhos castanho-escuros, nariz curto e grosso; lábios finos; mãos e pés pequenos, meã (1,58, pouco mais ou menos), morena.
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