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A Bússola do Escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações

Por:   •  19/12/2018  •  Resenha  •  2.646 Palavras (11 Páginas)  •  612 Visualizações

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BIANCHETTI, Lucídio; MACHADO, Ana Maria Netto (Org.). A Bússola do Escrever: desafios e estratégias na orientação de teses e dissertações. 2.ed. Florianópolis: UFSC; São Paulo: Cortez, 2006[pic 1].

                                                                         Aluna: Francislene Santos Castro

Mestranda/UFPI

                                                                         

O livro a Bússola do Escrever: desafios e estratégias na organização e escrita de teses e dissertações organizado por Lucídio Bianchetti e Ana Netto Machado é uma coletânea composta por 19 artigos, uns recentes outros reescritos e que vem discutir e proporcionar reflexões acerca das práticas acadêmicas de professores, orientadores e pesquisadores, da escrita científica e das questões que envolvem os programas de pós-graduação no Brasil.

É preciso deixar dito aqui que, embora não se cite nominalmente todos os artigos que compõem o livro, a leitura dos mesmos foram fundamentais para a articulação e construção desse trabalho e suas contribuições estão imersas nas entrelinhas ao longo deste resumo.

  Os programas de Pós-graduação é apresentado por Dermeval Saviani, em seu artigo de forma bem clara e objetiva diferenciando as características das pós-graduação entre lato senso (aperfeiçoa[mento e especialização) e stricto sensu (mestrado e doutorado). Faz também uma retrospectiva da trajetória dessa pós-graduação abordando desde seus antecedente, a fase da implantação, da consolidação e expansão. Descreve as características atuais desses programas, ressaltando a implementação de programas de mestrado e doutorado pelo mecanismo de ensino a distância. Fala que o arrojo da política educacional entre 1980-1986 vem operando o padrão do ensino superior no Brasil fazendo distinção entre universidades de pesquisa e universidade de ensino, consagrada no Decreto n. 2.306/97 e regulamentada em consonância com a nova LDB. Este documento distingue universidades e centros universitários (universidades de segunda classe), uma vertente do mestrado profissional.

O Saviani, assim como Antônio Joaquim Severino em seu artigo Pós-graduação e pesquisa: processo de produção e de sistematização do conhecimento no campo educacional, faz uma crítica as pós-graduações stricto sensu puramente profissionalizante ao dispensar a realização de uma pesquisa e de elaboração de uma dissertação. Para ele isto é uma deturpação do sentido de um curso de pós- graduação stricto sensu.

Severino, afirma ainda que, a natureza da pós-graduação é ser o lugar da produção de conhecimento e da decorrente centralidade da pesquisa, pois o objetivo prioritário dos graduandos e professores é a realização de uma pesquisa científica.  Ao se preparar um bom pesquisador estar se preparando um bom professor universitário ou qualquer outro profissional. Explica as exigências epistemológica, metodológicas e técnicas do processo investigativo – a apropriação das referências epistemológicas para a construção do conhecimento no campo educacional é uma exigência intrínseca ao candidato pesquisador que é aluno de pós-graduação, bem como a capacidade do manuseio de um conjunto de métodos e técnicas especificas. Descreve as práticas e posturas acadêmica-cientificas imposta às comunidades de pós-graduação discuti ainda seu papel e seus resultados destacando a dissertação de mestrado e tese de doutorado e por fim, reitera a significação política fundamental da pesquisa em educação como decorrência do compromisso substantivo da educação com a construção da cidadania.

Para Mario Osorio Marques (Orientação da pesquisa nos programas de pós-graduação) os programas de pós-graduação tem como objetivo a formação de professore qualificados para o ensino superior, assim como formação de pesquisadores para o trabalho cientifico, tendo o mestrado como a porta de entrada para a autonomia do pesquisar sempre que deverá ser consolidada no doutorado.

 A vertente da avaliação dos programas de pós-graduação é discutida no artigo de Maria Célia Marcondes de Moraes, “Avaliação na pós-graduação brasileira: novos paradigmas, antigas controvérsias” e Reflete que  os problemas referentes a essa questão possuem determinações substantivas, teóricas e históricas, contudo, para que um paradigma seja aceito não precisa estar diretamente relacionado a tais determinações, mas sim, que seja consensual em uma comunidade importante de pesquisadores que o adotem, legitimem e lhe confere estatuto de autoridade; todavia, isto não impedem a adesão de pesquisadores a um determinado paradigma, a realidade se lhe impões indagações, perplexidade, questionamentos. É nessa fenda que o autor encontrar a possibilidade de intervenção que é necessária urgente da crítica e autocritica  

Um segundo elemento elencado na discussão sobre o processo de avaliação da pós-graduação é o fator tempo/prazos como vedete do processo de avaliação da pós-graduação. De acordo com Lucido Bianchetti em seu texto Desafio de escrever dissertações/tese: como incrementar a quantidade e manter a qualidade com menos tempos e menos recursos? Afirma que o fator tempo tem custado aos orientandos, orientadores e PPGEs uma repercussões nada desprezíveis na qualidade das dissertações e teses. Aponta que sua redução é o meio de caminho para a eliminação do próprio curso de mestrado, ratificado com o pensamento de Mirian Jorge Warde, quando, em seu texto, deixa claro que há fortes pressões das agências federais para o ingresso direto ao doutorado, podendo tal tendência ser constatada pela licença desenfreada para abertura dos mestrados profissionalizantes.

Essa triste tendência de descaracterização da natureza real da pós-graduação é alimentada pelo pensamento de Paulo Ghiraldelli Júnior em Treze “teses” sobre a pós-graduação no Brasil em Filosofia, Ciências Sociais e Educação”, quando em sua tese de número doze, defende uma pós- graduação lato senso onde uma seria com tese, outra sem tese, ou seja, a possibilidade dos alunos pagarem só os créditos e serem só especialistas. Aponta ideias de organização de como seria a forma carreira para aqueles que não optassem fazer dissertação ou tese para não se criar uma situação desagradável do ponto de vista salarial.

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