A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA MEDIAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE PEDAGOGIA

SARAH LINDA DOS SANTOS CAMPOS

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA MEDIAÇÃO

Niterói

2019

SARAH LINDA DOS SANTOS CAMPOS

CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA MEDIAÇÃO  

Trabalho de Pesquisa apresentado como exigência de disciplina Pesquisa e Prática de Educação VI.

Orientadora: Flávia Ernesto

Niterói

2019

Aluna: Sarah Linda dos Santos Campos

Linha de pesquisa: Representação e práticas educativas.

Assunto: Desenvolvimento infantil (crianças de 0 a 6 anos – Educação infantil).

Título Contação de história na educação infantil sua mediação.

1- INTRODUÇÃO/ JUSTIFICATIVA

Os momentos de ouvir histórias, que vivenciei, sempre foram acontecimentos encantadores, eram horas de soltar a imaginação e viajar sem sair daquele lugar - frente a professora ao lado dos colegas. Esse encantamento virou uma questão problematizadora, pois como era possível aquelas simples folhas, com aqueles símbolos e letras dos quais ainda não faziam sentido, terem esse poder? Como eles, os livros e a professora, poderiam penetrar a mente de quem os ouviam e fazer sonhar? Seria algum tipo de pó mágico como as histórias ouvidas? Seria feitiço como os poderes dos personagens encantados? Ou talvez uma outra dimensão de mundo, onde os animais pudessem falar e interagir conosco?

Por ser sempre uma criança tímida, preferia imaginar a falar. No entanto, as minhas bonecas que ouviam horas de histórias após as aulas, mas, não por muito tempo. No decorrer dos anos esse deslumbramento foi se perdendo, resumindo-se apenas a poucas leituras, talvez por conta da timidez, ou talvez por péssimas escolhas de livros, quiçá por pouco incentivo familiar. Contudo, na formação normalista, houve um despertar, que fez recordar os momentos de alegrias ao presencia-los novamente em estágios realizados. Surgia uma imensa vontade de proporcionar àqueles alunos o mesmo que pude experimentar, um dia, porém, por conta da timidez que ainda me dominava, não fui capaz de proporcionar essa experiência.

Após as vivências em sala de aula e a participação de um curso de contação de história, cursando a graduação, que esse deslumbre por essa prática tomou força o suficiente para desabrochar e virar tanto uma prática ativa, quanto inspiração de pesquisa. Todo esse fascínio trouxe questões mais profundas que puderam ser observadas ao longo das práticas cotidianas e transformadas em buscas cientificas para todos os porquês que iam surgindo em cada momento de aprendizado. O presente estudo que pretende analisar práticas pedagógicas voltadas para a contação de histórias na educação infantil.

1.1- APRESENTAÇÃO DO TEMA/ O PROBLEMA

O ato de contar/narrar histórias começou, no Brasil, como prática de ensino da língua portuguesa, do qual o acesso se dava somente por aquela parte da população que possuía maior renda social. Em alguns casos se tratava apenas de um momento para distração, entretenimento e relaxamento da criança. Após longos anos de estudos, veio ressurgindo com um novo olhar de destaque no direcionamento educacional e emocional, sendo uma ferramenta de aprendizagem não somente da língua portuguesa, mas como elemento de formação ampla da criança.

Essa tradição oral vem com grande valorização na formação do leitor desde as series iniciais escolares, junto a ela o desafio do professor/contador de histórias em manter esse hábito vivo na era tecnológica. Visto que, as mídias se tornaram aliados para as crianças, onde as informações chegam ampliando os conhecimentos, por meio do fácil acesso, deixando, muitas vezes, a busca em livros para trás. Resgatar esse gosto, mantê-lo vivo, trazer para o âmbito escolar essa importante ferramenta, é algo que muitos professores tentam alcançar a todo instante nas suas práticas educacionais.

Contar histórias estimula a escuta atenta, desenvolve a fala, a escrita, o afeto, a compreensão de mundo social do qual vivemos, nos modelando em afincos leitores. Assim como afirma a poeta (Rocha, 2009) no trecho da sua poesia: “O contador de histórias é aquele que te leva aos lugares mais distantes/ Instiga a tua curiosidade/ Traz à tona teus medos/ Liberta teus sonhos. ” (14-18). Esse hábito de contar história passa por uma prolongada via educacional, que permitiu-me avaliar como sua desvalorização fora se ressignificando e tomando espaço no contexto escolar, bem como seu percalço no desenvolvimento de aprendizagem da criança. Tanto no aspecto cognitivo, como no aspecto do indivíduo social, do qual será capaz de promover conhecimento de si próprio e do mundo explorando sua curiosidade, encantamento, sua indagação e seu questionamento.  

Pretende-se com essa pesquisa, como objetivo geral: entender como esse hábito aliado às práticas cotidianas poderá influenciar no desenvolvimento da criança; como a exploração dessa ferramenta poderá propagar valores.

Apoiando-se em alguns objetivos específicos, como: cooperar em buscas de respostas dos questionamentos até aqui levantados; analisar os conceitos adquiridos ao decorrer dos anos sobre o ato de contar histórias; compreender como sucedeu seu reconhecimento e sua transição em magnitude transformadora da aprendizagem.

1.2 - QUESTÕES NORTEADORAS

• Qual o caminho da contação de história na sociedade e seu envolvimento com a educação?
• Como inserir a contação de história nas práticas educativas?
•  Essa prática pode ser ferramenta de resgaste ao gosto pela leitura?
• Quais influencias a contação de história pode acarretar no desenvolvimento infantil?

2- LEVANTAMENTOS DO REFERENCIAL DA PESQUISA

BUJES, Maria Isabel E. Escola Infantil pra que te quero? In: CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. (orgs.). Educação Infantil: pra que te quero. Porto Alegre: Artmed, 2001. P. 13-22

FELIPE, Jane. Desenvolvimento Infantil na Perspectiva Sociointeracionista: Piaget, Vygotsky, Wallon. In: CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. (orgs.). Educação Infantil: pra que te quero. Porto Alegre: Artmed, 2001. P. 27-38

MATEUS, A.; SILVA, A. et.al, A IMPORTÂNCIA DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO PRÁTICA EDUCATIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. 2014. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/pedagogiacao/article/viewFile/8477/7227. Acesso em: 27 març. 2019.