A Carta Pedogogica
Por: Thainara Dos Reis Martins • 20/6/2021 • Resenha • 1.044 Palavras (5 Páginas) • 160 Visualizações
BRUMADO, BAHIA 25 de Maio de 2021.
PREZADO DIRETOR(A)
Nós discentes do IV semestre do Curso de Pedagogia ofertado pela Universidade do Estado de Brumado, como futuros profissionais de Educação, escrevemos esta carta para descrever um pouco sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEI). Já adiantamos que esta carta é uma proposta de trabalho solicitada pela disciplina de Currículo, onde temos feito análises das Diretrizes Nacionais da educação Infantil, refletindo se tudo que é determinado por lei acontece na prática dentro da instituição escolar e que rumos isso tem tomado diante ao isolamento social devido ao Coronavírus.
Inicialmente faz-se necessário compreender que a Educação Infantil sempre foi motivo de debates e disputas com relação a qual a concepção adequada de currículo destinada a esse público. De acordo com Sacristán(2000,p.17) currículo é muito mais do que um simples papel, ele vai além de um grande número de letras, frases, conteúdos, não é algo acabado e determinado, nele está descrito vários aspectos sociais e culturais de uma sociedade, também está atribuída a ele desejos de um grupo social sob a educação escolarizada, logo também incluiria conflitos e interesses sobressaindo "os valores dominantes que regem os processos educativos" Logo conforme o autor é possível dizer que o currículo escolar é um meio de produção de discursos, formas de interesse e conceitos de grupos socais, o que torna assim algumas orientações educacionais permanentes, que não podem ser desprezadas. A compreensão do currículo para a educação infantil por vários anos seguia a perspectiva de uma listagem de conteúdos disciplinares que não levava em consideração as especificidades de crianças de 0 a 6 anos. Neste cenário além da Constituição Federal de 1988 que garante uma educação de qualidade para todos, a Lei de Diretrizes e Bases da educação que trata sobre a finalidade da educação infantil, surge também o Parecer do Conselho Nacional da Educação/CBE N° 20/2009 apresentando as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (DCNEIs) que constitui-se de princípios e práticas obrigatórias nas instituições da educação Infantil, estabelecendo assim as funções sociopolíticas e pedagógicas em que promovam o desenvolvimento integral de crianças 0 a 5 anos, que garanta o direito a conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, a liberdade, a brincadeira, à convivência e a interação.
Assim essas diretrizes apontam novas formas de pensar o currículo para os bebês e as crianças pequenas, levando em consideração as vivências e experiências para as práticas cotidianas, que engloba um “conjunto de experiências culturais de cuidado e educação, relacionados aos saberes e conhecimentos, intencionalmente selecionados e organizados” (FARIA, 2012, p.32). As crianças pequenas são sujeitos constituídos através das suas relações, das trocas de experiência com seus pares e com os adultos, pois através dessas relações é que as crianças pequenas passam a construir e apropriar-se de novos conhecimentos. Então, no atual contexto de Pandemia da COVID 19, em que os encontros presenciais foram suspensos, não sendo mais possível o contato físico entre os sujeitos, as aulas passam a ser remotas, através do uso videos, aulas virtuais, assim nos questionamos de como a sua instituição escolar tem acolhido essa prática neste período de pandemia? Como tem sido o planejamento e a execução das atividades na busca da experiência vivenciada pela criança? De fato, está havendo retorno positivos para a efetivação do ensino?
As redes de ensino têm se esforçado para garantir os direitos das crianças em tempos de isolamento social, os professores têm se desdobrado para que o ensino seja ministrado da melhor forma possível, uma vez que devido a pandemia é impossível ter este contato com as crianças pequenas. Destacamos, assim, alguns pontos cruciais que nos ajudam a pensar sobre a Educação Infantil considerando o que é estabelecido pelas DCNEIs, (i) a ludicidade, as interações e brincadeiras; (ii) o educar e o cuidar; (iii) a acessibilidade e a ordem democrática. Questionamos se é possível uma educação infantil Remota? Compreendemos que a educação infantil é marcada pela interação e experimentação, entretanto com a chegada do ensino remoto, esse espaço foi alterado para um espaço virtual, atividades, vídeos e o único vínculo mantido entre professores e alunos passa a ser a distância. Logo surgem alguns questionamentos, a partir deles podemos perceber o quanto tem sido desafiador alcançar tais objetivos que estão previstos nas diretrizes para a educação Infantil, pois as práticas pedagógicas devem ser orientadas por eixos de brincadeiras e Interações, sobre isso Paulo Freire (2011) afirma que o processo educativo se dá através da interação e o educador é tido como mediador do processo de aprendizagem. Será possível então que através do envio de atividades, em um ambiente que não há contato das crianças com seus pares e nem com seus professores estes direitos estão sendo assistidos?
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