A Educação para Martinho Lutero

Conceito de educação segundo Martinho Lutero:

Partindo do estudo da História da Educação se torna clara a ligação entre essa e a Igreja Católica, chegando a se mostrar associadas em alguns momentos da história. Durante a Idade Média, essa relação perpassa alguns níveis e se torna mais intensa e clara, a Igreja, nesse momento, é a única a ter o controle da educação escolar, as crianças eram formadas por suas entidades, como bispos e abades, e tinham aspirações para cargos religiosos. A educação cristã, no decorrer dessa época, era considerada crucial e os pais que desejavam propiciar uma educação para seus filhos eram obrigados a remeter seus filhos à educação clerical.

Por ordem do Papa e do Concilio, a Igreja passa a ser obrigada a abrir suas portas para as demais crianças e jovens. Apesar do crescimento da devoção popular, acarretados pelas guerras, pelas pestes, pela fome e pelo medo da morte súbita, a Igreja católica passava por dificuldades. Sua doutrina começa a ser contestada, ocorrem críticas às vendas de indulgencias, denuncias de abusos financeiros e julgamento ao despreparo do clero, pois o baixo clero era pouco instruído.

Com o passar dos séculos a Educação medieval transitou por diversas mudanças, sofreu influencia dos movimentos humanistas, que cresciam durante a época, e algumas tradições medievais foram suprimidas pelos novos ideais presados pelo Renascimento, contudo a presença do carácter cristão continuava presente.

Não somente a Educação passou por drásticas mudanças, no período ocorreram as Grandes Navegações, as avanços científicos, por exemplo o entendimento do heliocentrismo, o invento da bússola, do relógio mecânico, da pólvora, entre outros.

A passagem da Idade Média para a Idade Moderna, datada de 1453, após a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, foi uma transição lenta e com muitas mortes. As mudanças causavam uma crise existencial, social, política e econômica, sendo uma mudança radical em relação ao modo de vida anterior. À vista disso, após a tomada de Constantinopla, datada em 1453, pelos turcos otomanos a Idade Média é considerada tendo um fim.

Ao passo que o que se pretende analisar, são as ideias que, no contexto do movimento da Reforma Protestante, Martim Lutero (1483-1546), monge agostiniano da ordem de Santo Agostinho, pretende defender, em amparo da reforma do ensino secundário e da criação de escolas elementares que abranjam toda a população. Fica claro a precisão de compreender as ideias do período em que o mesmo se encontra ao nascer, ou seja, o Renascimento e as divergências desse com a Idade Média..

Durante a Idade Média a infância era entendida conjuntamente com a idade adulta, não existia uma separação entre as duas épocas, as crianças eram envolvidas no mundo dos adultos, portanto, a sexualidade e a violência não eram veladas para as mesmas. Como escreve J.H.Plumb, “Não havia, em separado, um mundo da infância. As crianças compartilhavam os mesmos jogos com os adultos, os mesmos brinquedos, as mesmas histórias de fadas. Viviam juntos, nunca separados. A festa vulgar de aldeia pintada por Brueghel, mostrando homens e mulheres embriagados, apalpando-se com luxuria desenfreada, inclui crianças comendo e bebendo com os adultos.”.

Ao decorrer do Renascimento a infância começa a ser concebido de modo diferente do até então, o período da infância começa a ser entendido como um período tênue e as particularidades dessa época passam a ser discutidas.

A Renascença carrega consigo uma dinâmica social, as rupturas socioeconômicas, o aparecimento das cidades e o consequente surgimento das burguesias, o desenvolvimento do comércio e o surgimento do capitalismo desenvolvem uma mentalidade geradora de uma maior racionalização. Todas elas acarretadas pela valorização do corpo humano, pelo o antropocentrismo e pela mudança em relação ao tempo, que passa a ser flechado, passando pelo passado, presente e futuro, com uma aparente projeção ao futuro, ideia que não era compreendido na Idade Média, época em que o tempo era ligado a repetição, em que era considerado como um ciclo.

As concepções de Lutero sobre Educação, principalmente sobre a Educação cristã, acabam por ser influenciados pelas mudanças do tempo em que o mesmo se encontra. Todas suas ideias passam pelos suas teses e escritos, pois, neles, ele expõe e ataca a Igreja, além de também fazê-lo com a sociedade, aconselhando a todos como deveria ser a educação escolar.

Durante sua viagem a Roma, Lutero, toma conhecimento da desordem disciplinar e da corrupção que banhavam o seio da hierarquia eclesiástica, o mesmo se opõe veementemente a essa corrupção e à prática da venda de indulgencias. Deste modo, decide pregar na porta da Igreja do Castela de Wittenberg 95 teses, protestando contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana. Essa ação de Martinho Lutero culmina em um movimento reformista cristão, intitulado Reforma Protestante, no início do século XVI.

Por meio da leitura das Escrituras, Lutero se convence de que a salvação teria principio na fé e não somente na realização de boas ações, Lutero pregava que somente a fé em Deus teria o poder de salvar as pessoas. Uma interpretação feita pelo monge que ia contra as práticas da Igreja, pois ofereceria aos fiéis à retirada da culpa por meio da contribuição e da penitencia, outrossim, mudava a noção de religião, tornando a mesmo pessoal e interior.

Além disso, entre os principais fundamentos da Reforma Protestante, estava o contato mais estreito e pessoal entre o crente e as Escrituras, deste modo cada pessoa poderia ler a