A FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
Por: João Carvalho • 24/4/2017 • Resenha • 935 Palavras (4 Páginas) • 174 Visualizações
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
ALUNO: JOÃO CARVALHO DIAS
DISCIPLINA: A FORMAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO
RESENHA: O IDEAL DA UNIVERSIDADE – WOLFF, R.P.
A obra O ideal da universidade de Robert Paul Wolff busca explorar algumas concepções de universidade, em suas pluralidades, atendo-se principalmente as instituições norte-americanas. Tais reflexões surgem como resultado da revolta estudantil, na Universidade de Columbia, em 1968.
Wolff, assim, esboça em seu texto quatro modelos de universidade, sendo eles: a universidade como santuário do saber; a universidade como campo de treinamento para as profissoes liberais; a universidade como agencia de prestação de serviços; e a universidade como linha de montagem para o homem do sistema.
A universidade como santuário do saber:
A imagem mais familiar da universidade é a torre de marfim, símbolo do santuário no qual o erudito silenciosamente persegue seu ofício livresco (...) Quieta, contemplativa, freqüentemente celibatária, ela é avivada por disputas livrescas de notável virulência em que uma nota de rodapé pode ferir tão profundamente como uma espada e uma resenha pode esmagar com força fatal. Os eruditos verdadeiramente grandes são homens de enorme estatura no mundo universitário. (WOLFF, 1993, p. 29).
O autor trata aqui de um modelo que universidade que prioriza o erudito, sendo o principal propósito dessa instituição que seus estudantes iniciem o diálogo com as ideias dos grandes pensadores.
Desse modo, a universidade é concebida como uma congregação de intelectuais e estudantes que se aprofundam em discussões acessíveis a poucos, afastados de preocupações sociais.
Para Wolff, ele e outros apoiadores de outros modelos de universidade defendem que o erudito também deve fazer parte dessa instituição:
na minha universidade ideal, embora talvez não na sua, um canto tranqüilo será separado para o erudito; e eu lhe concederei assim uma deferência que não mostraria a homens meramente ricos ou poderosos. (WOLFF, 1993, p. 34)
A critica que pesa sobre esse modelo é que em um tempo atual de progresso científico, a universidade não pode restringir-se apenas ao erudito e alienar-se da vida que a cerca.
A universidade como campo de treinamento para as profissões liberais:
As profissões liberais têm como uma de suas características o credenciamento profissional. O profissional credenciado é submetido à avaliação de outros membros de sua profissão, conferindo a ele um status social. Essa relação entre profissão e status social levou a profissionalização de muitos outros papeis ocupacionais. Wolff complementa dizendo que muitas profissões foram inseridas na universidade e que isso as concedeu certa relevância, mas ao mesmo tempo passaram a ser enxergadas com maus olhos por uma aristocracia.
Nessa direção, Wolff, na tentativa de responder se a universidade é um local apropriado para formação profissional, supõe que seja pertinente a retirada de cursos profissionais das instituições universitárias e sejam alocados em institutos independentes, pois para ele "a intrusão da profissionalização na educação superior vai sendo favorecida pela total falta de separação entre os currículos ou quadros docentes da graduação e dos cursos profissionais."
Considerando que a universidade deva formar pesquisadores, profissionais e educadores das diversas áreas do conhecimento, essa instituição teria por missão propagar e beneficiar todos que por ela passam uma cultura geral conduzida para um modo teórico, filosófico e científico de pensar. Assim sendo, a especialização precoce dos estudantes estaria mais relacionada com uma ideia de adaptação às necessidades econômicas e empresariais de um determinado local. Esse tipo de educação acaba por dificultar uma visão critica sobre a vida, a sociedade e a história.
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