A GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS DESAFIOS
Por: loriane.cal • 21/11/2017 • Artigo • 2.978 Palavras (12 Páginas) • 331 Visualizações
GESTÃO DEMOCRÁTICA E SEUS DESAFIOS
Especialização em Gestão da Educação Habilitação em: Administração, Supervisão, Inspeção Escolar, Coordenação Escolar e Orientação Educacional.
Faculdade
RESUMO
A gestão escolar tem passado por várias transformações devidamente pela mudança dos paradigmas educacionais que visa efetivar uma unidade de ações no estabelecimento escolar de ensino, voltada para a construção da excelência em torno dos objetivos de atender as demandas internas e externas que acopla os interesses educacionais. Partindo deste princípio, pode-se dizer que os desafios dos gestores aumentam cada vez mais, por serem exigidos mais atenção, conhecimento e habilidade.
Palavras-Chave: Gestão; participação; Democracia.
INTRODUÇÃO
A gestão escolar assume atualmente um grande desafio de abranger a participação reflexiva e crítica dos envolvidos no âmbito escolar, para ter um trabalho coletivo, na hora de tomar as decisões e no planejamento das suas ações. Rompendo assim, com paradigmas de centralização de poder e de sistema tradicional do ensino, que durante muito tempo se fez presente na história da nossa educação. Deste modo, nessa nova conjuntura, a gestão escolar necessita de acompanhar as evoluções e as mudanças da educação, promovendo uma maior qualidade do ensino por meio das ações coletivas, sendo assim, todos os colaboradores da equipe escolar deverão estar envolvidos com as práticas da gestão, cada um dentro das suas competências profissionais.
A meta de uma política democrática de educação é levar a escola a definir o seu próprio modelo de educação, a gerar a sua prática pedagógica. A educação política concretiza institucionalmente na escola democrática, consiste em conseguir que os indivíduos se eduquem para viver como cidadãos. A qualidade de uma política escolar é avaliada, com relação ao resultado ou excelência da formação oferecida.
A função social da escola participativa ultrapassa a troca do conhecimento sistemático, é um espaço importante de convivência humana, lugar de socialização, de troca de experiência e de descobertas.
O gestor educacional, como um agente de mudança e grande liderança, necessita trabalhar para desenvolver a autorrenovação interna e sua organização como um todo. Porém, não pode ficar alheio aos anseios dos aspectos externos que envolvem a escola. A escola depende dos seus profissionais, que devem exercer papel de líderes, que sejam talentosos e estejam preparados para aplicar seus conhecimentos na sua atuação, para proporcionar aos educandos conhecimento reflexivo, em relação à realidade atual.
Para a eficácia de uma boa gestão é necessário conhecimento e este é uma transformação permanente a partir do conhecimento que já existe através do que se vai construindo de acordo as novas formas de pensar, agir e atuar na realidade.
Diante destas indagações, visa-se discorrer a importância desta função dentro de uma instituição educacional, bem como a relação de todos que estão envolvidos no processo de ensino e administrativo.
A GESTÃO E SEU CONTEXTO HISTÓRICO
No Brasil, um marco normativo foi a Constituição Federal de 1988 que institucionalizou a “Gestão Democrática do Ensino Público”, sendo dessa forma assegurada como o princípio da educação pública. A partir dessa lei a organização escolar ganha um novo perfil, agora não mais embasada nas conjeturas da administração, mas, sim, nos princípios da Gestão, por possuir um caráter mais democrático.
Outro marco foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394, de 1996, que vem unir forças com a Constituição de 1988, e com o mesmo objetivo, surge para assegurar o princípio da Gestão Democrática do Ensino Público. Essa é a primeira das leis de educação a dispensar atenção particular à gestão escolar, esta se situa no âmbito da escola e diz respeito a tarefas que estão sob sua esfera de abrangência.
A gestão democrática no nosso país é um processo que vem sendo vivenciado por toda a sociedade. Em relação ao âmbito político, foram ocorrendo mudanças em todos os seus segmentos e a organização escolar como instituição tem o compromisso de socializar o saber historicamente construído não podendo estar de fora de todas estas mudanças.
A gestão de pessoas constitui ferramenta administrativa imprescindível na nova administração, o que atualmente é tendência reconhecida. A atenção às políticas voltadas ao recurso humano reflete na qualidade dos serviços prestados e por consequência à satisfação do cidadão, motivo e finalidade da existência das instituições públicas.
É importante destacar que a administração é uma prática e uma necessidade primitiva, pois, desde os tempos mais remotos, as sociedades humanas já exerciam determinadas formas de administrar em função de interesses comuns e, com a crescente complexidade dessa sociedade, a partir da família, do estado, igreja ou tribo, foram surgindo modos diferenciados de administrar o tempo e os recursos. Contudo, ao buscar um conceito geral de administração, é necessário levar em consideração os seus determinantes sociais, sendo entendida essa condição da administração geral como a utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. Dessa forma, a administração é capaz de estabelecer objetivos livremente e utilizar-se dos recursos de modo racional (MARTINS, 1991).
Todavia, a administração escolar não está fora desse contexto capitalista e sofre influências de suas ideologias e valores agarrados no bojo dessa sociedade, de sorte que muitos administradores escolares confundem alunos, ora como clientes, ora como produtos. Não se pode negar, entretanto, que muitos problemas e características que se verificam nos tipos de administração de qualquer empresa também se observam na administração escolar.
Conforme apontado por Lück (2000, p. 11), gestão escolar:
[...] constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino orientadas para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento.
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