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A Gestão e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Básica

Por:   •  30/6/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.905 Palavras (8 Páginas)  •  231 Visualizações

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Claretiano -Centro de Educação.

Gestão e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Básica.

PROJETO DE PRÁTICA.

Gabriela da Silva Lopes, RA:8032085.

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

a) Primeira Etapa: A Leitura do texto

As autoras Jane Margareth Castro e Marilza Regattieri (orgs) na obra intitulada Interação Escola Família: subsídios para práticas escolares, apontam amplas questões que incidem sobre a relação escola e a família. Este tema faz parte de alguns “jargões” verbalizados pelos professores, como por exemplo quando afirmam que as famílias têm pouco interesse pelas escolas e pela vida escolar dos seus filhos. Esta atividade tem como objetivo buscar respostas para algumas questões que permeiam este enunciado e dessa forma, indicamos a leitura das páginas 7 a 62.

b) Segunda Etapa: A produção do texto

Após a realização leitura do texto indicado, elabore um texto respondendo as seguintes questões:

1)Do ponto de vista histórico, o que é possível dizer sobre a relação família-escola?
2) Quais ações são necessárias para que ocorra uma maior relação de proximidade entre a família e a escola?
3) A boa relação em entre a escola e a família contribuem para o bom exercício da prática docente e a qualidade do ensino da escola?

  A escola como conhecemos hoje surge com a instituição da República de 1889, considerada como fundamental e nomeada como escola contemporânea, se inicia no Brasil ainda no período colonial, para as elites, com valores baseados na cultura europeia de conteúdo livresco e aristocrático. A educação era voltada para o trabalho e semelhante a uma catequese, o seu principal objetivo era moralizar, controlar e conformar os indivíduos as regras sociais que existiam, com uma diferenciação gritante entre os mais ricos e os pobres, com a maioria da população analfabeta. Somente os filhos de fazendeiros é que iam a Europa aprimorar seus estudos, as escolas públicas tinham poucos alunos, sendo a maioria destas domésticas e de iniciativa privada, em áreas rurais, atendendo, porém, um número considerável de alunos.

 A partir da Proclamação da República em 1889, a escolarização ganha impulso e as escolas domésticas mesmo que de forma distorcida passam a ser consideradas insuficientes, necessitando assim de profissionais qualificados as tarefas do ensino, sendo assim os familiares passam a ter de mandar seus filhos para a escola, além de também necessitarem ser educados, por serem propostas agora novas maneiras de ensinar, passando o Estado passa a ter um poder maior diante da família e regular hábitos e comportamentos de higiene, saúde e educação.

É na Primeira República (1889-1930), que surge o modelo das escolas seriadas, onde se fizeram escolas grandiosas e limpas, incutindo os alunos uma educação científica e racional, valorizando a estética, cultura e ideologia construída pela República. Esta cultura de grupos escolares ultrapassa o século XX, sendo referência para a criação de séries, utilização racionalizada do tempo e espaço e para controle sistemático do trabalho docente. No fim da Primeira República e início do governo de Getúlio Vargas, se consolida a dimensão reformista da escola, dando destaque a higiene e alimentação e colocando a mulher à frente da ordem do lar e como sujeito que precisa ser reeducado para a compreensão das necessidades infantis, sendo criança a intermediária entre escola e família, influenciando na educação dos adultos.

 A família perde sua função de educadora que agora fica a critério da escola, e ficam na função de auxiliares, onde os profissionais da educação eram que promoviam a educação e os pais agora eram tidos como leigos, havendo assim muitas divergências entre a educação da escola e a de casa, fazendo com que famílias e escolas partilhem desigualmente a responsabilidade de educar, por conduzirem a responsabilidade pela educação de formas diferentes.

O período Vargas se fecha e há o início da ditadura, que volta a educação para o culto a nacionalidade, disciplina e moral, onde a educação é utilizada como meio de controle, para a inserção de ideais de disciplina, hierarquia, solidariedade e cooperação, entendidos como garantia de segurança da nação. Diversos grupos se organizam numa campanha pela escola pública com o fim da ditadura, e início do Estado Novo, liderada por profissionais da educação, profissionais liberais, estudantes, intelectuais e líderes sindicais. O Estado não se posiciona e as iniciativas privadas são o que garantem um aumento quantitativo na escolarização. Em 1961 é aprovada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação, que trata dos fundos nacionais e distribuição de recursos financeiros destinados à educação, com um primeiro plano para a educação juntamente a um Plano Nacional de Alfabetização, inspirado em Paulo Freire, que será novamente derrubado pela ditadura com o golpe militar, por privilegiar a educação popular.

O que se pode observar é que durante o século XX, entre tantos acontecimentos família e escola partilham da responsabilidade por criar condições para que o aluno pudesse ir à escola e aprender, sujeito a idas e vindas dentro de tal processo por conta dos acontecimentos, exemplo claro a ditadura que distanciou as famílias da escola. Em geral a partir de 1950 as famílias dão importância a educação e há aproximação entre escola e família.

A partir da segunda metade do século XX, observamos também mudanças nas configurações do mundo sendo elas políticas, econômicas, sociais e culturais, que mudam o papel da mulher, a configuração das famílias que são agora menos numerosas, e menos sujeitas a controle patriarcal. As famílias contemporâneas assumem um formato com mães responsáveis pelo sustento dos filhos, pais solteiros, madrastas e padrastos, união entre pessoas do mesmo sexo com direito a adoção de filhos, entre tantas outras coisas. Esses novos arranjos evidenciam mudanças socioculturais, e se passa a observar uma nova configuração do mundo, nas últimas décadas do século XX.

 Com a revolução tecnológica, a globalização, a comunicação e a computação criando novos costumes e demandas, altos índices de violência e de conflitos sociais impactando as famílias e a rotina das escolas públicas, com a consolidação da democracia surge a busca conjunta pela qualidade do ensino abrindo um espaço para uma maior entendimento e colaboração entre a escola e as famílias, gerando o envolvimento dos responsáveis na educação dos filhos, porém ainda com alguma ideias errôneas que perpassaram as barreiras do tempo por vezes, como a ideia de que a escola teria papel mais importante que a família, a ainda forte associação da escola pública a uma má qualidade de ensino, apesar de se atestar que hoje as escolas e as famílias intensificaram como nunca suas relações.

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