A IMPORTÂNCIA DA ADAPTAÇÃO ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA PARA O TRABALHO DO DOCENTE
Por: Fernanda Prof Fê • 20/11/2020 • Trabalho acadêmico • 5.143 Palavras (21 Páginas) • 233 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA ADAPTAÇÃO ESCOLAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA PARA O TRABALHO DO DOCENTE
LATOCZINSKI, Fernanda R. Martins RU 1952761
GONÇALVES, Luciéle Orientadora
RESUMO
Este artigo aborda o tema “A importância da adaptação escolar no desenvolvimento da criança para o trabalho do docente”. Quando a criança inicia sua vida escolar, passa pelo processo de desprendimento da família, pois sua vida se limitava apenas a convivência familiar. É comum acontecer resistência nesse processo, pois a criança está deixando sua “zona de conforto”, para iniciar uma nova etapa de sua vida. O processo de adaptação de crianças e suas famílias constituem no vínculo afetivo entre os sujeitos escolares. Assim como as crianças, as famílias também passam por processo de adaptação na escolarização dos filhos. A construção de vínculos sólidos e de afetividade positiva torna o processo de adaptação mais fácil e suave para as crianças e as famílias. É muito importante integrar a família, principalmente do cuidador (mãe, pai, avós, etc.) nos processos de adaptação, pois a adaptação tranquila da criança e de sua família no ambiente escolar reflete não só no desempenho da criança, como no convívio com seus colegas e professor.
Palavras-chave: Criança. Adaptação. Família.
1 INTRODUÇÃO
Este artigo aborda o tema “A importância da adaptação escolar no desenvolvimento da criança para o trabalho do docente”. Construir uma proposta didática de adaptação com ênfase nos aspectos afetivos e na construção de vínculos, tanto do educando quanto de sua família.
Entendemos que a adaptação é de extrema importância no início da vida escolar de uma criança, pois uma adaptação traumática interfere diretamente na evolução e rendimento escolar e nas relações com colegas e professor.
Partindo deste princípio, uma das formas de acolher as crianças e seus familiares é apresentar a escola como espaço afetivo, de cuidado, de aprendizagem e de desenvolvimento. Proporcionar ações, espaços e tempos que incluam a família nos processos de adaptação do aluno a rotina escolar. Preparar materiais e atividades adequadas para que os pais participem da vida escolar das crianças em forma de integração casa/escola, estendendo o vínculo.
A mudança de rotina da criança quando ela inicia sua vida escolar, é bastante grande, a criança a partir disso, se depara com diferentes situações e sentimentos: se sente abandonada pela família; sente euforia pelo desconhecido, pois está conhecendo pessoas novas e amigos novos; se sente desprotegida; etc. É quando o vínculo família/escola se torna fundamental na adaptação para minimizar esses sentimentos e transmitir para a criança o conforto e a confiança dentro do ambiente escolar.
Este artigo possui como justificativa a relevância do tema, pois a adaptação é de suma importância para o rendimento do aluno dentro do ambiente escolar, pois uma criança exposta a uma adaptação traumática terá dificuldades em aprender e a se relacionar com os demais.
A escola é lócus privilegiado dos processos relacionais, da interação com o outro e na relevância das trocas e estabelecimentos de vínculos, assim a afetividade é elemento intrínseco e imprescindível nesta construção, tornando-se sustentáculo e baliza de um processo de desenvolvimento de aprendizagem significativa e relevante.
Fortalecer os vínculos e espaços afetivos no ambiente de aprendizagem, através da cooperação, do afeto, da acolhida e da motivação, faz com que os vínculos entre professor, família e aluno transformem as ações em rede de relações, ampliando e fortalecendo todo o processo escolar.
2 A IMPORTÂNCIA DE CADA ETAPA DA CRIANÇA PARA O ENSINO E A APRENDIZAGEM
O ensino e a aprendizagem dependem de um trabalho educativo que atenda as necessidades do educando de forma científica. Este trabalho possui uma série de regras que precisam ser respeitadas, as etapas do desenvolvimento da criança correspondem as suas possíveis habilidades e com o estímulo correto o educador será capaz de proporcionar ao educando o aprendizado correspondente a cada fase do desenvolvimento.
O mundo da criança é permeado por diversos estímulos e seu interesse ira criar a ponte necessária para o desenvolvimento da imaginação, o domínio da palavra, a capacidade de ver o desenho como algo próximo. Estes são instrumentos que a criança utiliza para se relacionar com o mundo, com as pessoas e expressar seus sentimentos e desejos. Através destes gestos ou ações a criança expressa o que aprendeu e o que observou e pode se conectar a realidade que a cerca.
Segundo Piaget, (1983, p.11):
O desenvolvimento psíquico que começa quando nascemos e termina na idade adulta, é compatível ao crescimento orgânico: como este se orienta, essencialmente, para o equilíbrio. Da mesma maneira que um corpo está em evolução até atingir um nível relativamente estável – caracterizado pela conclusão do crescimento e pela maturidade dos órgãos -, direção de uma forma de equilíbrio final, representada pelo espírito adulto. O desenvolvimento, portanto é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior.
Conforme Piaget entende-se que a importância de se definirmos e respeitar os períodos de desenvolvimento da criança, estão definidos pelo fato de destas, adquirem novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de interpretação e compreensão da realidade que a cerca.
Visando isso para o início da vida escolar da criança, vemos que um processo de adaptação dela na escola, vai gerar modificações em sua rotina, e isso é tanto para a criança quanto para sua família, isso gera novas expectativas, que são totalmente naturais neste processo de socialização. A adaptação ao ambiente e às pessoas, as experiências e as novas rotinas fazem parte do processo de aprendizagem (VYGOTSKY, 1989). A rotina escolar consta de aulas, atividades, tarefas, leitura, escrita, desenhos, brincadeiras, rituais e procedimentos que, algumas vezes, podem ser opressores ou libertários (FREIRE, 1981). Essa quebra de rotina, no entanto, vai proporcionar situações de prazer, mas também de desconforto, pois faz parte desse processo. Infelizmente, em uma adaptação não muito adequada, alguns educadores e também familiares passarão pelo desconforto como se estivessem em situação de crise.
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