A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Por: Cras Jaupaci • 2/11/2018 • Artigo • 4.723 Palavras (19 Páginas) • 596 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Celeste Vieira da Silva¹
Email: celeste.vieira@outlook.com
Disciplina: Professor: Saulo
Resumo
O presente trabalho tem como tema a importância da afetividade na relação professor-aluno, e o objetivo principal desse estudo é os benefícios de uma relação baseada na afetividade, especificamente entre professores e alunos, fundamental no processo de aprendizagem. Sabemos que o afeto é um ingrediente primordial em qualquer relação humana, e que este deve estar presente em todas as fases da vida do indivíduo. Por isso foi feito um estudo sobre conceito de afetividade, aprendizagem e cognição e seu papel no desenvolvimento humano, buscou-se também compreender como a afetividade contribui para a construção do vinculo entre professore/aluno como ela beneficia o aprendizado em sala de aula. O referencial teórico foi baseado nos pressupostos da teoria de Henri Wallon e John Bowlby, a coleta de dados foi feita através de leitura em textos, livros e outros artigos científicos. Este trabalho tem por base que o afeto conduz parte das emoções humanas, e por isso deve ser valorizado no processo de ensino e aprendizagem.
Palavras-chave: Afetividade. Vinculo. Aprendizagem. Relação professor/aluno.
- INTRODUÇÃO
Este estudo abordarei os principais conceitos de afetividade baseando-me, principalmente nas ideias do psicólogo Henri Walon que foi um grande estudador da afetividade e da construção do vinculo afetivo através do cognitivo, estudaremos também a construção dos vínculos afetivos e seus benefícios no processo de ensino aprendizagem, por isso também buscaremos alguns conhecimentos sobre a teoria do desenvolvimento da aprendizagem da criança segundo Piaget.
O estudo visa refletir sobre a importância e contribuição da afetividade no processo de ensino-aprendizagem, destacando a necessidade de trazer para o ambiente escolar uma convivência agradável entre todos os que nele estão envolvidos, contribuindo para a formação integral da criança. Não há como negar a interligação da afetividade e a aprendizagem, pois na escola a criança se relaciona emocionalmente com os colegas e professores em sala de aula, o que nos remete a refletir sobre a necessidade de resgatar este tema na ação pedagógica como facilitador do processo de ensino-aprendizagem, despertando no aluno a motivação, a segurança e a melhora no seu desempenho escolar, a partir de atividades e atitudes que direcionem a um maior conhecimento do aluno e de sua realidade, pois é a partir de sua realidade social e que conhecendo a mesma que surgem caminhos para idealização desta afetividade. Pois se faz fundamental para o processo de aprendizagem, a construção de uma relação de qualidade entre professor/aluno sendo que isto apresenta caminhos concretos para o enriquecimento da educação dentro de sala de aula.
A afetividade está firmemente presente na vivência da criança, independente de sua origem, gênero ou classe social, sempre as pessoas se lembram de como um professor marcou sua vida escolar. Porém, ainda encontramos resistência na valorização da mesma em sala de aula, visto que a escola ainda é fortemente influenciada por métodos que privilegiam o tradicionalismo que, com frequência desvalorizam a importância da vivência na formação do aluno. O aluno é convidado a se manter imóvel numa carteira por horas, tornando-se mero expectador do processo de ensino-aprendizagem, prática adotada anteriormente na tendência tradicional de ensino, onde o aluno era visto como um depósito de conhecimentos, e o professor evita se envolver afetivamente com o aluno, pensando erroneamente que o excesso de aproximação levaria a um “excesso de confiança” e ao fracasso do processo de aprendizagem, por isso nem sempre é fácil trazer esta concepção a luz transformando o aspecto afetivo parte da pratica pedagógica.
Apesar da afetividade na aprendizagem ser bastante explorada no meio acadêmico − desde o final do século XIX vem havendo uma grande transformação, no sentido de quebrar a pedagogia tradicionalista, reconhecendo uma pedagogia modificada (Educação Nova, instituída por educadores como Jean Piaget, Paulo Freire, Emília Ferrero, entre outros) −, pois no contexto da educação ocidental pós-iluminista os alunos e professores pertenciam a mundos diferentes e distantes com interação limitada, a escola parece não receber os resultados das diversas pesquisas realizadas neste meio, pois ainda insiste em manter, na maioria das vezes, métodos tradicionalistas e antiquados de ensino, muitas vezes imobilizando o aluno por horas numa cadeira com atividades mecanizadas e descontextualizadas, impostas por um professor que age como possuidor do saber, o que acaba por desestimular o aflorar das emoções e do raciocínio. Logo, é fundamental que o educador tenha acesso a informações sobre a contribuição da afetividade no processo de ensino-aprendizagem, da relação direta do afeto com a socialização da criança.
Sem outros espaços de convívio e com pais ausentes pelos mais diversos motivos, as crianças estão chegando às escolas com uma maior carência afetiva, apontam professores, o que vem causando o aumento da violência, indisciplina, desmotivação e dificuldade de manter a atenção que pode ter origem nesta falta de vínculos professor/aluno.
Segundo Wallon (1999), em sua teoria psicogenética o indivíduo é um ser corpóreo, concreto e deve ser visto como tal, ou seja, seus domínios cognitivos, afetivos e motor fazem parte de um todo, a própria pessoa. Desta forma a criança não pode ser percebida de forma fragmentada.
A partir desta concepção, o afeto surge como um instrumento que proporciona a integração da criança com a sensibilidade, através da motivação e da conscientização, buscando a formação de um cidadão crítico e reflexivo.
Para a realização da pesquisa, foi adotada a abordagem qualitativa, sendo utilizado como instrumento de pesquisa livros e sites, assim como algumas indicações que possam introduzir as bases gerais sobre as quais Jean Piaget, Lev Vigotsky, Paulo Freire e Celso Antunes pensam a questão do afeto, porém com um enfoque maior na obra de Henri Wallon, visto que a afetividade ocupa posição relevante em sua teoria.
O presente trabalho propõe a reflexão sobre a importância da afetividade para a formação do indivíduo e como ela vem sendo utilizada na prática pedagógica, considerando que a escola deve oferecer uma educação de qualidade para todos dentro de um contexto significativo para o aluno, muito além da valorização restrita dos aspectos cognitivos. Também disserta um pouco sobre a história da afetividade, bem como a relação entre afetividade e aprendizagem e seus resultados na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.
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