A INCLUSÃO DE SURDOS NA PERSPECTIVA DOS ESTUDOS CULTURAIS
Por: Iliziane Fiatcoski • 28/10/2015 • Dissertação • 2.860 Palavras (12 Páginas) • 351 Visualizações
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Ana Lucia Gorchacoski Pinto: RU 1165627
Ilizione Fiatcoski: RU 1181249
Sandra Mara Hypólito: RU 1133718
PORTFÓLIO
SÃO MATEUS DO SUL/PR
2015
CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
Ana Lucia Gorchacoski Pinto
Ilizione Fiatcoski
Sandra Mara Hypólito
PORTFÓLIO
A INCLUSÃO DE SURDOS NA PERSPECTIVA DOS ESTUDOS CULTURAIS
Relatório de Portfólio da UTA de Libras - Fase III
Curso: Licenciatura em Pedagogia
Tutor local: Sérgio Santana
SÃO MATEUS DO SUL/PR
2015
INTRODUÇÃO
O presente trabalho intenciona apresentar elementos sobre os modelos educacionais dos surdos existentes, suscitando um breve histórico da trajetória dos surdos. Mencionaremos, incorporadas ao texto, algumas das dificuldades do processo ensino-aprendizagem dos surdos, bem como sucintamente elencaremos determinados aspectos históricos de como o processo em seu todo aconteceu. No desenvolver deste trabalho, intencionamos introduzir algumas reflexões, abordando pontos positivos e negativos dos modelos educacionais dos surdos existentes. Reflexões estas, fruto de nossas reuniões, estudos e conversas, que se fizeram necessárias para a elaboração desta breve dissertação.
Pretende-se chamar à atenção para a afirmativa de que se faz necessário contínuas leituras sobre o assunto, questionamentos e reflexões diversas que se tornem oportunas no sentido de que é necessário atitudes conscientes da parte de todos, para que as pessoas surdas tenham também seus direitos garantidos, na forma da lei, bem como oportunidades diversas para a realização de seus projetos como cidadãos portadores de direitos e deveres, tal como todos os demais.
DESENVOLVIMENTO
O presente texto pretende analisar sobre a ótica dos Estudos Culturais as concepções subjacentes à inclusão, tendo em vista a opinião de alunos surdos inseridos em sala de aula regular. Algumas considerações e reflexões acerca dos modelos educacionais dos surdos existentes, abordando alguns pontos positivos e negativos de cada modelo. Como o tema é de vasta abrangência, o presente trabalho não tem a pretensão de elencar todos os possíveis aspectos, nem mesmo se considera apto no momento, para apresentar as mais relevantes reflexões do assunto, entretanto, é nossa intenção contribuir de maneira a instigar novas leituras, diferentes formas de reflexões, bem como possíveis questionamentos para futuras contribuições no processo educacional, relacionado a questões do ensino para surdos.
Tratar sobre inclusão é ir além do ingresso de alunos diferentes na escola, estar atento para promover movimentos pedagógico – curriculares que envolvam todos os alunos não como uma massa homogênea, mas como possuidores de histórias próprias, percepções particulares, enfim com peculiaridades que fazem únicos. E, dentre as muitas peculiaridades está a das pessoas surdas que desenvolvem ao longo de suas vidas estratégias visuais, gestuais de apreensão e de expressão de mundo o que se passou a denominar de cultura surda.
Diante de tantas perguntas sem respostas no processo inclusivo, sobre alunos surdos foi desenvolvido um estudo em escolas da rede pública regular de ensino da cidade de João Pessoa – PB, com o objetivo de investigar o processo de inclusão de alunos com deficiência auditiva/surdos em escolas.
Há uma vasta abrangência de questões e aspecto que norteiam o trabalho de educadores da área. Os estudos entretanto, se comparados a outras questões educacionais, ainda estão se estabelecendo, ou seja, ainda há inúmeras analises e pesquisas em curso sobre a melhor ou as melhores opções de ensino-aprendizagem de maneira tender as necessidades desses alunos especiais. Nas instituições especiais era voltado ao processo de reabilitação, visando a suprir as lacunas cognitivas, comportamentais, linguísticas e sociais dos alunos.
Em termos nacionais, as políticas públicas posicionaram-se favoráveis à inclusão, envidando esforços para possibilitar o ingresso de todos à escola regular e instituindo critérios para que isso acontecesse como reza a própria LDB ( Lei 9394| 1996 ), que prevê serviço de apoio especializado e professores capacitados para atender aos portadores de necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino. No terreno prático, já se constatam as iniciativas no sentido de atender a um dos critérios fundamentais para haver o desenvolvimento pedagógico adequado das pessoas surdas: a língua de sinais. Como meio de sanar o enorme problema comunicativo surgido no ambiente escolar, onde se encontram alunos ouvintes e surdos, professores ouvintes o intérprete de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) tem sido valorizado . Fernandes (2003) afirma que garantir a presença do intérprete que a inclusão é uma temática complexa, porque envolve mais do que o ingresso e a garantia de critérios para o ensino dos diferentes, em especial a de surdos, foco de nosso estudo
Iniciemos pelo aspecto de que grande parte dos alunos surdos chegam na escola sem dominar nenhuma língua, ou seja, seu meio de comunicação e interação com outros indivíduos ainda está por se fazer, em alguns casos é praticamente inexistente, dito de outra forma, o processo de construção da linguagem em alguns casos, ainda está nas primeiras fases e o caminho de comunicação entre estes e o outro[1] está todo a ser trilhado, já que não conseguiram aprender em casa. Os motivos decorrentes desse fato são muitos, como a falta de informação e preparo da família, que é o primeiro contato com o mundo, e ainda, poucos são os lugares especializados e pessoas acessíveis e capacitadas para darem orientações pedagógicas à família.
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