A INFÂNCIA HOJE: DESAFIOS PARA O TRABALHO DO PEDAGOGO
Por: Jéssika Lima • 27/2/2016 • Trabalho acadêmico • 2.158 Palavras (9 Páginas) • 410 Visualizações
INTRODUÇÃO
A sociedade tem sido marcada por inúmeras e profundas mudanças sociais, econômicas e culturais. Nessa perspectiva as ideias e representações sociais sobre as crianças, bem como as suas condições de existência, estão a sofrer transformações significativas, com isso o papel do professor mudou. Despertando assim um questionamento: Quais os desafios dos pedagogos na Educação Infantil na contemporaneidade?
Diante desse questionamento o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o papel do pedagogo na educação infantil na sociedade atual. Levando em consideração a sua importância no estimulo e desenvolvimento da criança.
Para tanto, faz-se necessário apresentar a distinção do termo criança e infância, destacando nesse tópico a institucionalização da infância, a infância na sociedade contemporânea, no segundo tópico será apresentada a Educação Infantil, mostrando as infraestruturas das creches e as formações dos professores, para finalizar será discutido os desafios do pedagogo da educação infantil diante das exigências dessa sociedade contemporânea que se apresenta.
Esse relatório foi realizado como requisito para a obtenção da 1ª nota da disciplina de Organização e Prática Educação Infantil. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, adotou como método a análise documental, tendo como fontes principais artigos publicados em meio digital. Como os principais autores destacam-se: Sarmento (2004), Barbosa (2004), entre outros.
- Concepção de Criança e Infância
Para entender a diferença de infância e criança é necessário fazer uma contextualização acerca desses conceitos nos diferentes momentos da sociedade. As crianças em meados do século XX eram tratadas como adultos em miniatura, na maioria das vezes enfrentavam o trabalho infantil, a exploração sexual, entre outros empecilhos. Criança e infância foram formulados em momentos distintos um do outro.
“sempre houve crianças, mas elas não eram reconhecidas como grupo social com especificidades próprias. Foi ao longo dos últimos séculos que a idéia da infância como período separado e diferenciado da idade adulta emergiu”. (BARBOSA, 2009, pag. 25)
Assim sendo, criança corresponde ao ser humano de pouca idade, está ligado ao campo biológico. E a infância é uma fase da vida do ser humano, que vai do nascimento até a puberdade. Onde não existe apenas uma infância, são diversas, variam de criança para criança.
Por exemplo, para Arroyo (1994) a criança de favela não é igual a da criança do condomínio fechado, elas não deixam de ser crianças, mas viverão a infância de forma diferente, uma poderá ser livre e trará o sustento da casa desde cedo, a outra não precisará trabalhar tão cedo, poderá ter uma infância mais longa, mas será privada da liberdade que a criança da favela desfruta.
- Institucionalização da infância
Foram múltiplos os fatores que contribuíram para o processo de formação do sentimento de infância. Destacam-se, entre eles, os processos de Reecentramento do núcleo familiar, família começou a se envolver mais nos cuidados e na proteção e estímulos do desenvolvimento da criança; A criação de instâncias públicas de socialização, aonde a escola aparece como principal centro de socialização das crianças, o trabalho infantil vai sendo substituído por espaços educativos e a educação passa a ser concebida como forma de ascensão de classe; Os saberes periciais são marcados pelo surgimento de áreas de estudo, que tem no centro de suas pesquisas a criança, destacam-se a Pediatria, a Pedagogia e a psicologia do desenvolvimento; Reiteração “transmissão de brincadeiras, jogos e rituais das crianças mais velhas para as crianças mais novas, de modo continuado e incessante, permitindo que seja toda a infância que se reinventa e recria, começando tudo de novo.” (BARBOSA, 2009, p. 18); E por ultimo a administração simbólica da infância, baseia nas normas estabelecidas pela sociedade de como as crianças deveriam participar da vida em sociedade.
- Ser criança no contexto atual
Ser criança na sociedade atual é muito diferente de ser criança nos períodos que antecederam a contemporaneidade. Com as transformações no âmbito da institucionalização, mudou-se o cenário infantil, fazendo com que ocorresse a reentrada da infância na esfera econômica, seja através do consumo, por influência da mídia e do marketing.
Vivemos mudanças tecnológicas, científicas, religiosas e políticas o que vem causando alterações no comportamento humano. A mídia e o consumo, por exemplo, acabaram por estabelecer um estilo de vida onde sempre há uma nova necessidade a ser atingida, um novo objeto a ser consumido. (BARBOSA, 2009, pag. 01)
Os meios midiáticos fazem parte do cotidiano das crianças, aumentando assim o consumo de produtos (roupas, brinquedos, alimentação e etc.) o universo infantil através no marketing.
Deste modo, a infância não é um processo natural, e sim uma construção a partir de interesses sociais, políticos, culturais e econômicos de uma determinada sociedade. Esse cenário que se apresenta exige que a educação se adaptar às demandas da sociedade.
- 2. A Educação Infantil
Segundo as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil, no Artigo 5º, diz que a Educação Infantil deve ser:
Oferecida em creches e pré-escolas, as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social.
Assim as instituições da Educação Infantil deve ter como objetivo principal promover o bem-estar das crianças, sendo necessário para seu sucesso uma infraestrutura adequada além de uma formação dos profissionais.
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