A Influencia da Cultura Africana na Sociedade

            Em meados do século 16 os africanos desembarcaram no Brasil para assim trabalhar como escravos, e junto com eles vieram os seus costumes, as suas religiões e também suas tradições. Propiciando assim uma aculturação forte e diferente das que já haviam se instalado aqui, vidas dos europeus e as já existentes dos índios. Assim sendo, a mistura de tais elementos deram origem à identidade brasileira que conhecemos hoje.

           São inegáveis as contribuições da cultura africana para a moldagem da personalidade brasileira, e elas estão em todas as áreas, como a música, a comida, religiões, dentre tantas outras. Na música tem-se o Samba, o estilo musical brasileiro mais famoso no mundo.

          Na culinária, vieram ingredientes e pratos típicos de tais regiões africanas que chegaram. Ingredientes como leite de coco, a pimenta malagueta, o gengibre, até o milho e o feijão preto não eram conhecidos nem usados no Brasil antes da chegada dos povos africanos. Pratos como o vatapá, o acarajé, a galinha cabidela, a moqueca e a tão querida feijoada vieram de matrizes africanas. Sem falar nos doces como bolo de milho, a pamonha, paçoca e o quindim estão dentre as iguarias tão famosas e apetitosas no Brasil.

São várias as religiões africanas, e antes de serem tragos á força para o Brasil, cada povo seguia uma religião diferente, da sua família ou clã. Porém, quando foram despachados no Brasil, os escravos foram separados de seus parentes e passaram a comungar com pessoas de outras etnias para realizar seus cultos de maneira secreta. De maneira inclusiva, essas reuniões eram uma mistura de várias religiões, assim todos podiam participar, realizando seus rituais e partilhando de suas culturas.

 Assim surgiu o Candomblé. A crença tem sua origem na Bahia e carrega o sinônimo de tradições religiosas afro-brasileiras de maneira geral. Há também a Umbanda que tem origens africanas e une práticas de várias religiões, até mesmo da católica. Sua origem é dada no Rio de Janeiro, no inicio do século vinte. Existem várias outras religiões afrodescendentes menos conhecidas como a Babaçu, culto aos Egungun, Omoloko, Quimbanda, Confraria, dentre tantas outras.

 Há também contribuições nas artes maciais, como a Capoeira que é é uma mistura de dança e luta criada pelos escravos como uma estratégia de defesa, e como os treinamentos eram proibidos, embalados pelo berimbau, os escravos que eram conscientes na arte e que ao fugir acabavam sendo capturados, ao voltar para senzalas, ensinavam aos demais os movimentos. O barulho do berimbau confundia os guardas que achavam que eles estavam apenas dançando, assim eles treinavam nos engenhos e senzalas sem levantar suspeitas. Até 1930 a capoeira era criminalizada e proibida no Brasil, só em 1953, o atual presidente, Getúlio Vargas consagrou a arte como “único esporte verdadeiramente nacional”.

As línguas africanas influenciaram demais no modo de falar da população brasileira e assim o português brasileiro é bem diferente do português de Portugal. Na Bahia, por exemplo, são utilizadas mais de cinco mil palavras de origem africana, grande parte do vocabulário português é enriquecido pela língua do povo banto, o quimbundo que era a língua mais falada nas regiões Norte e Sul do País.

Apropriar-se dos conhecimentos que a Cultura Afro Brasileira transmite, contribui para o respeito e valorização dos direitos da população negra. A garantia de ampliar novas discussões que levem a mudança social, que alcancem uma postura fortalecida por meio das reflexões e resistências.