A PRÁXIS PEDAGÓGICA ORIENTADA PELO MATERIALISMO HISTÓRICO
Por: Karine Andrade Moura • 15/10/2018 • Artigo • 751 Palavras (4 Páginas) • 168 Visualizações
A PRÁXIS PEDAGÓGICA ORIENTADA PELO MATERIALISMO HISTÓRICO
Este trabalho está embasado nos estudos realizados na disciplina Fundamentos da Prática Pedagógica, ministra pela professora Maria Iolanda Fontana no Programa de Pós Graduação Stricto Sensu – Mestrado em Educação, da Universidade Tuiuti do Paraná.
Os estudos fundamentam-se no conceito de prática pedagógica a partir das autoras Maria Antônia de Souza e Iêda Viana expressas no livro Práticas Pedagógicas e Elementos Articuladores (2016) e em Dermeval Saviani, na sua obra Escola e Democracia.
SOUZA (2016, p. 40) afirma que a prática pedagógica tem sempre uma intencionalidade, cuja finalidade está associada à dimensão da prática social. Dessa forma, sua análise precisa ocorrer de forma a ser vinculada a uma concepção de sociedade e educação. Na escola, é marcada por determinantes internos à instituição (organização e gestão do coletivo, os materiais produzidos ou escolhidos para fundamentar as ações, as hierarquias estabelecidas dentro do grupo, PPP, as rotinas, infraestrutura) e também externos, tais como as legislações e DCNs, avaliações de larga escala, ações de formação continuada que são pensadas de fora da escola, ideologias veiculadas na mídia.
Ao se analisar uma prática pedagógica, afirma ser necessário conceituar três elementos: o contexto em que ela está inserida (escola, ONGs, movimentos sociais); a sua intencionalidade (formação escolar, formação política, formação sócio-cultural, formação técnica); e os sujeitos envolvidos (docentes, gestores, lideranças, assessores).
A práxis pedagógica orientada pelo materialismo histórico consiste em uma pedagogia articulada aos interesses populares, buscando a emancipação.
O materialismo histórico busca superar os métodos de ensino tradicionais e novos, entretanto sem negar as contribuições destes. Não se trata, entretanto, de uma mistura de métodos, mas sim de uma reorganização lógica capaz de promover a vinculação entre educação e sociedade, superando o uso de ações fragmentadas.
Sua proposta estimula a iniciativa dos alunos, mas sem abrir mão da iniciativa do professor. Favorece sobretudo o diálogo dos alunos entre si e com o professor, além da valorização da cultura historicamente acumulada. Levam em conta os interesses dos alunos, os ritmos de aprendizagem e o desenvolvimento psicológico. Entretanto, sem perder de vista a sistematização lógica dos conhecimentos necessária para que haja a efetiva transmissão-assimilação dos conteúdos cognitivos.
Sistematizando os métodos de ensino, teremos:
Herbart (tradicional) | Dewey (Escola Nova) | Saviani (histórico-crítica) |
1. Preparação dos alunos; | 1. Atividade; | 1. Prática social (inicial); |
2. Apresentação dos novos conhecimentos; | 2. Problema; | 2. Problematização; |
3. Assimilação de conteúdos; | 3. Coleta de dados; | 3. Instrumentalização; |
4. Generalização; | 4. Hipótese; | 4. Catarse; |
5. Aplicação. | 5. Experimentação. | 5. Prática Social (final) |
Nota-se que no método de Saviani, tem-se a Prática social como início e fim do processo. Constitui no ponto de partida como algo comum ao professor e aluno, onde ambos podem posicionar-se enquanto agentes sociais. Saviani não releva, entretanto, a distinta posição social em que aluno e professor estão inseridos. Assim, nesse início, afirma que o professor detém de um síntese precária, que necessita de preparação prévia para a aula que se decorrerá, e também sintética, visto que implica certa articulação entre os conhecimentos e suas experiências sociais.
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