TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Propósito da Questão

Por:   •  3/5/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.561 Palavras (7 Páginas)  •  76 Visualizações

Página 1 de 7

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
Centro de Ciências Humanas

Curso de Pedagogia

Departamento Métodos e Técnicas Educacionais

Acadêmica: Bruna Nohanny Borges Santos

Professora: Maria Jacy Maia Velloso

Disciplina: Fundamentos e Metodologia da Geografia nas  SIEF

 O contexto de construção da BNCC

De acordo com o texto,  é de suma importante ressaltar que a elaboração da BNCC estava prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), promulgada em 1996. E a propósito, a Base Nacional Comum Curricular foi estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE), votado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff, em junho de 2014. Dessa forma , a BNCC é uma política pública amparada em determinação legal e legítima. Tendo como objetivo estabelecer um conjunto de conhecimentos e aprendizagens essenciais a todos os alunos brasileiros . No  ano de 2015 o  Ministério da Educação iniciou as ações, objetivando a construção da Base Nacional Comum Curricular.

No ano de 2015, ano que vivenciamos o processo de impeachment do Presidente da República3 e uma mudança significativa das orientações políticas e do curso das ações do governo. Esse fato ressoou no Ministério da Educação e  na mudança da equipe que liderava a pasta. Foi contratada uma  outra equipe para construir uma nova proposta. Foi nesse contexto em que a terceira versão do documento foi encaminhada para o Conselho Nacional de

Educação, aprovada e homologada pelo MEC, em dezembro de 2017, que acabou optando pela publicação de dois documentos separados, um para a educação  infantil e o ensino fundamental, outro para o ensino médio. A BNCC foi criada,  portanto, em um contexto político nacional conturbado, de instabilidade e conflito, o que gerou muitos questionamentos  por parte dos profissionais do campo da Educação, dentre outros.

Vindo com uma proposta centralizadora e se configura como um  currículo prescrito que será implementado na ação docente e escolar. Segundo o texto, há uma forte indicação de que o processo foi marcado por  um caráter conservador e reflete os interesses do mercado e de grupos privatizantes dos setores relacionados à Educação.

De acordo  com o texto mesmo a  BNCC anunciando  que seu intuito mais significativo é garantir os direitos dos alunos à aprendizagem, há um questionamento,  por parte da comunidade docente, sobre a pouca eficiência na implementação de políticas públicas centralizadoras e sobre as repercussões que elas podem ter, de fato, na melhoria da qualidade da Educação Básica brasileira.

Um fato a se chamar atenção é o fato da ambiguidade do documento ao afirmar que a BNCC não é currículo, mas apenas diretrizes para a elaboração dos currículos pelas escolas. Uma análise do arranjo do documento mostra que essa assertiva pode ser  amplamente contestada, pois o texto especifica os conteúdos e os objetivos do ensino.

A BNCC de Geografia para o ensino fundamental

De acordo com o texto,  existem questionamentos quanto as finalidades de práticas pedagógicas de Geografia pautadas em metodologias de ensino que giram em torno do uso exclusivo de uma apostila ou de um livro didático. Além dos questionamentos quanto as aulas de Geografia direcionadas pela exposição oral de conteúdos listados e subdivididos em unidades temáticas. Se referem a  práticas pedagógicas em que o  giz, a lousa e o material impresso predominam como únicos recursos didáticos. De acordo com o texto são aulas  que se pautam em conteúdos estipulados em currículos instrumentais, que desconsideram os alunos e os seus desejos, os seus contextos de vida, as suas realidades, os seus sonhos e as suas potencialidades.

A base foi escrita de modo a obedecer a uma diretriz tecnicista, objetiva, breve, econômica e prática. Não há análise ou problematização sobre o conhecimento geográfico em si, pois o texto é marcado, do início ao fim, pelo prescritivismo no sentido de “aplicação”.  Por causa do estilo de texto adotado, é notório no documento, declarações acentuadas de princípios gerais, marcados pela superficialidade  teórica. São abordados algumas evidências textuais nos chamaram a atenção para problematizar as convicções e opções postuladas na BNCC:

a) A falta de conexão entre o texto introdutório da área de Ciências  Humanas e o texto da área de Geografia

De acordo com a autora  pode-se observar com clareza que o texto que introduz a Área de Ciências Humanas (Geografia e História) não dialoga de modo consistente com o texto introdutório da proposta de Geografia, o que nos dá a impressão  de que eles não foram escritos pela mesma equipe ou que houve uma  fragmentação do trabalho de construção. Enquanto o primeiro texto defende que “retomar o sentido dos espaços percebidos, concebidos e vividos nos permite reconhecer os objetos, os fenômenos e os lugares distribuídos no território e compreender os diferentes olhares para os arranjos desses objetos nos planos espaciais” (BRASIL, 2018, p. 351), o texto introdutório da  área de Geografia não faz referência alguma a essa concepção teórica.

b) O tecnicismo como fundamento da proposta

O texto inicial que fundamenta a proposta é excessivamente curto, contendo apenas oito páginas (357 até 364) destinadas a mostrar os fundamentos, os objetivos, os conceitos e as unidades temáticas que sustentam a estrutura curricular de Geografia apresentada. Por sua vez, a parte que demostra a organização curricular em Unidades temáticas, os objetos de conhecimento e  as Habilidades ocupa a maior parte do documento. Desses quesitos, o tópico destinado às habilidades específicas evidencia, de modo detalhado, tudo o que se quer atingir em termos da aprendizagem da Geografia. Logo, a preocupação central da proposta é estipular e enquadrar os conteúdos de modo pormenorizado, desprezando a discussão dos fundamentos, do embasamento teórico-conceitual, das discussões didático-pedagógicas, basilares para a compreensão do que é o ensino e a aprendizagem de Geografia de qualidade.

c) O excesso de conteúdos

De acordo com a autora, os conhecimentos escolares são elementos centrais de um currículo. Nenhuma instituição de ensino pode menosprezá-los, pois são eles que justificam a existência da escola e o trabalho do professor, por isso é imprescindível a seleção de conhecimentos que sejam significativos e relevantes para a composição do currículo. Afinal, o aluno vai à escola para ampliar os seus saberes e, no caso da Geografia, para ampliar os seus  horizontes geográficos.

É imprescindível que o ensino de Geografia propiciar ao aluno desafios intelectuais e, por conseguinte, ultrapassar o saber comum. Nem sempre o desafio intelectual do aprendiz e a atividade de estudo vão ser mobilizados quando os professores ficam ancorados nos contextos de vida. É preciso ir além, sabendo que aprender geografia é uma atividade intelectual e que só há engajamento do aluno quando este confere sentido à atividade realizada.  

...

Baixar como (para membros premium)  txt (10.2 Kb)   pdf (80.1 Kb)   docx (11.5 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com