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A inclusão do aluno surdo no ensino regular

Por:   •  27/11/2016  •  Resenha  •  1.518 Palavras (7 Páginas)  •  986 Visualizações

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A inclusão do aluno com deficiência auditiva na classe regular: reflexões sobre a prática pedagógicas.

Gabriela da Cruz Couto

Isabella Herculano de Almeida

Introdução

Antes de começarmos a traçar os desafios que envolvem a prática docente na busca diária pela inclusão de alunos com deficiência no ensino regular, é necessário entender que temos muita vontade de o fazer, mas por diversas vezes ficamos paralisados frente às políticas públicas que o envolvem, ora por não a conhecer ora por não serem colocadas em práticas tornando a inclusão deste aluno cada vez mais difícil.
        A maior preocupação de alguns professores quando chegam a uma turma de ensino regular e se deparam com um aluno com deficiência é, como vou agir perante esta dificuldade, alguns professores se sentem paralisados frente a esta situação, pois podemos dizer que a grande maioria dos profissionais de educação do ensino público regular, não tem nenhum tipo de experiência ou preparação para trabalhar um aluno com deficiência.

Com o ensino regular totalmente despreparado, professores que não sabem como agir, um currículo educacional que não é adequado ao uso de um aluno com deficiência, muitas vezes nos deparamos com a segregação desse aluno. Quantas vezes já ouvimos casos de alunos que foram separados de o restante da turma com a desculpa desse aluno não conseguir acompanhar o conteúdo que estava sendo passado? isso não é motivo para que haja exclusão desse aluno, quando discutimos acessibilidade, queremos também que o ambiente escolar seja de acesso igual para todos.
        O que queremos discutir neste trabalho é, de que forma o professor pode contribuir com uma prática pedagógica adequada para o melhor aproveitamento deste aluno em sala de aula, e como uma escola de ensino regular pode se adaptar e quais são as medidas legais que podem ser tomadas para receber esse aluno, é claro que não temos receitas prontas, porém a busca por essa adaptação deve ser contínua, até conseguirmos uma educação acessível e igual para todos.

Educação Inclusiva

“...escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Aquelas deveriam incluir crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais, e crianças de outros grupos desvantajados ou marginalizados.” (Declaração de Salamanca,1994).

A educação inclusiva, visa que o acesso à educação deve ser de igualdade para todos, mesmo que haja deficiência ou transtornos, a educação básica deve oferecer um ambiente de ensino para todos os indivíduos sem distinção, seja de qualquer natureza.

No art. 1° do decreto n° 7.611 de 17 de novembro de 2011, diz que é dever do Estado garantir o acesso de pessoas com deficiência no ensino regular gratuito e de qualidade por toda a vida, sem qualquer tipo de exclusão ou descriminação, garantido as adaptações necessárias para cada tipo de deficiência, garantia de atendimento individualizado, no caso de alunos com deficiência auditiva, se garante a presença de um interprete quando comprovada a necessidade.

A educação inclusiva veio para desmistificar a ideia de que um indivíduo com algum tipo de deficiência, não pode frequentar a escola com os ditos “normais”, pois inicialmente os alunos com algum tipo de deficiência eram levados para organizações específicas, fazendo com que eles não tivessem o convívio com outros alunos sem deficiência. Já na época do império surgiu algumas organizações de apoio como, a Fundação do Instituto dos Meninos Cegos em 1854, hoje conhecida como Instituto Benjamim Constante, já em 1857 foi criado a organização de surdos mudos, hoje conhecida como INES – Instituto Nacional de Educação de Surdos -  os alunos considerados deficientes intelectuais, inicialmente, eram atendidos nas Pestalozzi (1926) e nas APAE (1954), onde eram realizadas atividades de AVD (atividades de vida diária).

Inicialmente a educação inclusiva não possuía uma função pedagógica, isto foi acontecendo ao longo dos anos, as organizações tinham uma função mais assistencialista, deixando a prática pedagógica bem distante de ser alcançada, mas com a área em constante crescimento, foi sendo pensada, e hoje conseguimos incluir alguns desses indivíduos em classes regulares, mas é claro que o caminho ainda é longo.

Características da surdez

A surdez tem quatro níveis de classificação por decibéis, onde se classificam, surdez leve, moderada, severa e profunda.

  • Surdez leve- Perda auditiva de até 40 dB;

O indivíduo não ouve sons muito baixos, e não percebe todos os fonemas, pedindo para que se repita o que é dito diversas vezes.

  • Surdez Moderada- Perda auditiva entre 40 dB e 70 dB;

O indivíduo apenas ouve os sons mais altos, apresenta dificuldades ao falar no telefone, conversar e etc.

  • Surdez severa- Perda auditiva entre 70 dB e 90 dB;

O indivíduo ouve apenas sons mais altos como a turbina de um avião.

  • Surdez profunda- Com perda superior a 90 dB.

A pessoa ouve apenas alguns ruídos de sons muito altos.

As perdas auditivas são diagnosticadas com exame de Audiometria.

Segundo LANDIN, existe uma relação entre deficiência auditiva e pobreza, pois em cidades mais ricas existe uma relação de uma pessoa com deficiência a cada 1.000 habitantes, já em cidades mais pobres existe uma relação de quatro pessoas a cada 1.000 habitantes, e isso pode ter relação com infecções como rubéola, e falta de acompanhamento durante a gestação.

Dados sobre prevalência da deficiência auditiva

Com uma população estimada em 187.281.040 habitantes, há um percentual de 3,04%. O censo escolar de 2005 mostrou que em um total de matricula de 640.317 são matriculas de alunos com algum tipo de necessidade educacional especial no sistema de ensino regular. O número de matriculas de alunos com deficiência auditiva chega 19.646 ou 3,06% (perda parcial).

Dessas 640.317 matriculas 80% são matriculas feitas no sistema público de educacional e apenas 20% são feitas na rede particular.

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