ADEQUAÇÃO CURRICULAR NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM SURDEZ – UMA ANÁLISE CRÍTICA
Por: LeLinda • 7/4/2015 • Monografia • 9.846 Palavras (40 Páginas) • 260 Visualizações
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ELENICE LISBÔA GOMES DA SILVA
ADEQUAÇÃO CURRICULAR NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM SURDEZ – UMA ANÁLISE CRÍTICA
SÃO PAULO
2008
ELENICE LISBÔA GOMES DA SILVA
ADEQUAÇÃO CURRICULAR NO PROCESSO DE INCLUSÃO DO ALUNO COM SURDEZ – UMA ANÁLISE CRÍTICA
Monografia apresentada à Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, Campus de Marília como requisito de conclusão do Curso de Especialização “Formação de Professores em Educação Especial”, sob a orientação da Professora Doutora Rosimar Bortolini Poker.
São Paulo
2008
Silva, Elenice Lisbôa Gomes da
Adequação curricular no processo de inclusão do aluno com surdez – uma análise crítica/ Elenice Lisbôa Gomes da Silva, 2008. Nº PÁGINAS
Monografia (Especilização “Formação de professores em Educação Especial” Faculdade de Filosofia e Ciências – UNESP, 2008.
Orientadora: Rosimar Bortolini Poker
1.Surdez 2. Deficiência auditiva 3. Educação de surdos 4. Adaptação curricular
INTRODUÇÃO
No passado, os surdos eram considerados incapazes de ser ensinados, por isso eles não freqüentavam escolas. As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida.
O deficiente passou a ser objeto de estudo à partir do século XVI, devido ao crescimento do estudo científico que ocorreu nesta época porém, ainda era visto como um ser incompleto, doente, necessitando de pré-requisitos para poder integrar-se na sociedade. Neste sentido, a educação destas pessoas era segregacionista, à margem do processo social
No Brasil, a Educação Especial surgiu com a criação de institutos para cegos e surdos-mudos, na época do Império, mas somente na década de 70 foi criado o serviço de Educação Especial em todas as unidades da Federação. Neste período, a Educação Especial sofreu uma ampliação, através da criação de um verdadeiro subsistema educacional. Assim, criaram-se também as classes especiais e, devido à necessidade de avaliação dos educandos para o encaminhamento para estas salas, inicia-se a categorização e classificação de deficientes mentais, através da aplicação de testes de quociente intelectual (QI).
Tempos se passaram, conceitos foram se ampliando e estratégias novas foram surgindo até que em 1988 a Constituição Federal incluiu em seu texto aspectos relativos ao atendimento educacional de pessoas com deficiência no ensino regular, e surgiram outras leis regulamentadoras de políticas públicas para este segmento da população. A partir de então, as escolas de ensino regular passam a receber em suas salas de aula alunos com deficiência, e, cada vez mais, esta integração passa a ser discutida pelos espaços educacionais e em todos os campos da sociedade.
Atualmente, ter alunos com deficiência freqüentando salas de aula do ensino regular, já não é mais causa de surpresa ou espanto por parte de pais e educadores, haja vista, que cada vez mais esta prática vem se tornando comum, principalmente nas escolas públicas. Não podemos negar, é claro, que isto deve-se quase que exclusivamente ao fato de tal condição ser prevista por lei.
Com a chegada dos alunos portadores de deficiência, em especial a surdez, nas salas de aula do Ensino Regular, os professores passaram a ter novas preocupações com o ensino destes alunos, tais como: como eles aprendem? como atender as necessidades educacionais destes alunos? Quais as modificações pedagógicas devem ocorrer para facilitar sua aquisição de conhecimento?
É exatamente este o ponto central da presente pesquisa, que tem por objetivo compreender quais são as adequações que os professores têm aplicado em sala de aula para facilitar a mediação entre o ensino e aprendizagem do aluno surdo, em especial na fase de alfabetização, ou ainda se os educadores criam suas próprias técnicas de adequação para proporcionar a verdadeira inclusão escolar deste aluno. Tal pesquisa se dará através de estudos bibliográficos e pesquisa de campo utilizando como ferramenta questionário fechado para levantamento de dados junto aos professores que têm em suas salas de aula, alunos com surdez.
Para tanto, o estudo apresentado buscou analisar como diferentes autores tratam a questão da inclusão do aluno surdo no ensino regular, bem como rever como aconteceu este processo ao longo da história especialmente no Brasil, além de analisar côo a legislação contribuiu e ainda contribui como fator decisivo neste processo. Buscou-se também elencar quais as adaptações curriculares existem para auxiliar o professor.
A pesquisa empírica tratou sobre como o professor vê a questão da adaptação curricular em seu cotidiano docente e quais as ferramentas que o mesmo utiliza para facilitar a mediação entre o aluno surdo e os conteúdos curriculares.
Sendo assim, a presente pesquisa irá analisar aspectos relevantes do processo de inclusão escolar dos alunos com surdez, bem como o papel do professor neste processo e as ferramentas das quais ele pode lançar mão para facilitar o processo de alfabetização destes alunos , pretendendo assim, contribuir com a discussão acerca da inclusão escolar de pessoas com deficiência auditiva, tema de grande relevância no meio educacional.
CAPÍTULO I
DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ
O estudo de crianças que são privadas de audição desperta o interesse de muitos pesquisadores, principalmente de cientistas, professores e da própria comunidade surda. As pessoas com perda auditiva constituem um grupo bastante heterogêneo e por isso, se faz necessário neste momento fazer um breve relato dos fatores diferenciadores das causas da surdez, haja vista que estas influenciam também na forma como o indivíduo desenvolve a sua comunicação.
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