ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS TEORIA E PRÁTICA

Tecnologia educacional como suporte no processo de ensino

As tecnologias da informação e comunicação (TIC), atualmente tem impactando todas as esferas de atuação humana, incluindo os sistemas educacionais. Segundo Zandvli (et al., 2012), tal inserção -  pressões de naturezas tecnológicas, sociais, políticas e econômicas -  manifestada nos aparatos tecnológicos adquiridos e usados nas escolas, devido a diversidade de seus fins didáticos, o que tem provocado debates e pesquisas..

De acordo com Souza e Linhares (2011), políticas públicas no Brasil têm estimulado a elaboração de programas e projetos, como a Secretaria de Estado de Educação (SEED), o Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo), as Mídias na Educação e o Programa "Um Computador por Aluno" (Prouca), que visam formar professores para utilização didática das TIC, estruturar laboratórios de informática e distribuição de laptops e tablets..

Entretanto, ainda persiste uma falta de consonância entre a formação e o efetivo uso no que diz respeito a propiciar ações formativas aos docentes, pois os modelos formativos atuais, por participação passiva, demonstram esgotamento. Desse modo não se pode esperar que os professores viabilizem a autonomia intelectual, a capacidade de reflexão crítica e a construção de conhecimentos, se os próprios professores não podem desenvolver sua independência de pensamento e criatividade, sendo meros consumidores de programas prontos.

Como afirmam Costa et al. (2012), a articulação das TIC com as práticas educativas depende da reflexão e de apropriação pessoal  (Nóvoa, 1994, p. 9). Essa apropriação educacional da tecnologia deve ser mesma forma como o é no cotidiano social, mobilizando conhecimentos, atendendo demandas, contribuindo para a resolução de problemas o que implica na revisão de currículos oficiais e dos processos formativos docentes, com a constituição de novos saberes que Mishra e Koehler (2006) denominaram "Technological Pedagogical Content Knowledge" (TPCK) - o conhecimento sobre tecnologia em suas áreas e nível escolar de atuação (Palis, 2010, p. 434).

A proposta de imersão tecnológica na sala de aula deve ser num ambiente com recursos disponíveis para o planejamento e as necessidades educativas, segundo  Zandvliet (2012) e Tan et al. (2012) de modo que torne a sala de aula um ambiente que esteja em condições adequadas, conforme suas demandas e os interesses docentes e discentes.

Referencial Teórico

Breve histórico sobre a origem da internet

A Internet, a invenção de maior destaque no meio da comunicação, é uma rede de computadores interligadas, responsável pela disseminação mundial de informações. Teve inicio na década de 1960, no período da Guerra Fria, com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que desenvolveu a Advanced Research Projects Agency (ARPA), com o intuito de garantir a segurança do país no caso de queda nas comunicações e perda de dados e informações em caso de guerra. O seu principal projeto foi a Arpanet, primeira rede nacional de computadores.

Nas décadas de 1970 e 1980, a Internet passou a ser utilizada também como meio de comunicação acadêmica, onde estudantes e professores universitários, principalmente dos Estados Unidos, trocavam ideias e mensagens. Na década de 1990 a Internet foi privatizada e com o  desenvolvimento da World Wide Web (WWW), surgiram vários navegadores (browsers) como, por exemplo, o Internet Explorer®, da Microsoft, o Mozilla Firefox® e o Netscape Navigator® contribuindo para ser considerada a maior criação tecnológica de todos os tempos.

No setor econômico-financeiro, as páginas virtuais são transformadas em grandes shoppings centers virtuais, nas quais também as pessoas utilizam  para ingressarem no mercado de trabalho e também como lazer e diversão, através dos sites de jogos.  A partir dos anos 2000, segundo, Daquino (2012) - “2004 pode ser considerado o ano das redes sociais, pois nesse período foram criados o Flickr, o Orkut e o Facebook - algumas das redes sociais mais populares, incluindo a maior de todas até hoje.” ( p.1).

A informática educacional no Brasil: o uso da internet e os novos desafios para a educação.

A história da informática educacional no Brasil começa na década de 1960, segundo Moraes (1997), com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), na disciplina de Física. (apud TAVARES, 2013, p.1). Com os computadores pessoais, algumas escolas particulares incluíram a disciplina de informática, mas como fim e não como meio. O setor público, por sua vez, começou a investir na informática educacional, com alguns projetos pioneiros que contribuíram para o fortalecimento da informática nas escolas.

De acordo com Tavares (2013), os Núcleos de Tecnologia Educacional – NTE, criados em todo o país, dispunham de projetos educacionais em que foram distribuídos computadores com acesso à Internet em escolas públicas com o intuito de capacitar os professores para condições reais de trabalharem com informática na área educacional.

 As mudanças, assim, são muitas, as metodologias e práticas pedagógicas podem agora contar com tecnologias e o uso da Internet pode ser visto em todas as modalidades de ensino. Assim, não existe separação entre modalidade de ensino presencial e à distância uma vez que por mais que um curso seja presencial ele se utiliza muitas vezes de elementos do ensino virtual.

Com tantas mudanças no meio tecnológico os professores têm o desafio de preparar os alunos para a sociedade tecnológica, onde a maioria dos professores são iniciantes e os alunos muitas vezes mais ágeis e experientes com as tecnologias. Por isso as escolas devem se adequar a essa situação, disponibilizando laboratórios de informática, para que a educação de hoje precisa se modernizar, oferecendo menos momentos presenciais tradicionais e proporcionando mais momentos de inovação que possibilite múltiplas formas de ensinar, motivar e avaliar.

Nesse sentido os professores precisam trabalhar com projetos pedagógicos que enfatizem a interdisciplinaridade para uma aprendizagem contextualizada que leve o aluno na busca do conhecimento na cultura da informática. De acordo com Neto e Rocha (2013) o uso da Internet proporciona a interatividade, que está caracterizada na arquitetura hipertextual e no ciberespaço, elementos que permitem a comunicação sob múltiplas redes articulatórias de conexões e liberdades de trocas, associações e significações potenciais.