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ANALISE CRÍTICA A QUESTÃO DA PERIODIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO

Por:   •  5/5/2015  •  Resenha  •  1.920 Palavras (8 Páginas)  •  484 Visualizações

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TRABALHO- RESENHA – ANALISE CRÍTICA

RESENHA: “A QUESTÃO DA PERIODIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO”

SÃO PAULO

2015

TRABALHO- RESENHA – ANALISE CRÍTICA

Resenha: “A questão da periodização do desenvolvimento Psicológico”

Psicologia do desenvolvimento.

Professora: Roseli

SÃO PAULO

2015

RESENHA: “A QUESTÃO DA PERIODIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO”

INDRODUÇÃO:

VYGOTSKY

Vygotsky buscava uma periodização baseada na essência do processo de desenvolvimento psicológico. Essa preocupação do autor revela sua perspectiva de que a apreensão da realidade pelo pensamento não se realiza de forma imediata, pelo contato direto com a aparência dos fenômenos.

Para Vygotsky manifestações externas do fenômeno não expressam as, verdadeiras relação entre as coisas por este motivo defende uma análise psicológica explicativa e não, meramente descritiva, que revela os nexos dinâmicos causais que determina sua origem e desenvolvimento.

Vygotsky condena a metodologia de investigação que determina pensamento e a palavra como dois processos, dois elementos autônomos, independentes eisolados, porque para explicar as propriedades do pensamento discursivo como uma totalidade seria incorreta.

A periodização de Vygotsky acontece em etapas:
Inicia-se com a crise pós-natal, que sugere um período de transição e de conexão entre os últimos meses do desenvolvimento intra-uterino e as primeiras semanas após o nascimento.
Entre o segundo e o décimo segundo meses decorre a segunda etapa, onde se encontra duas características, a primeira é o fato de que a relação do bebê com a realidade é necessariamente mediada pelo outro e a segunda é que a criança seja totalmente dependente do adulto, no primeiro ano não dispõe dos meios fundamentais da comunicação social na forma da linguagem.
É a crise do primeiro ano, que se caracteriza pela impetuosidade afetiva, como ocorre em todas as etapas críticas, e pelo surgimento do afeto da personalidade própria, que se constitui no primeiro passo no desenvolvimento da vontade infantil.
Ocorre entre 1 (um) e 3 (três) anos, é a primeira infância. Dentre os traços essenciais que se caracterizam o comportamento nessa idade, destaca a total dependência da criança em relação à situação imediata. Surge a linguagem onde representará a linha central do desenvolvimento, onde passará a adquirir conhecimentos.
É a crise dos 3 (três) anos. Trata-se de uma crise própria personalidade uma vez que essa crise é produto da reestruturação das relações sociais recíprocas entre a personalidade da criança e as pessoas de seu entorno.
De 3 (três) aos 7 (sete) anos decorre a idade pré-escolar, essa idade caracteriza-se pela espontaneidade e por uma certa ingenuidade, de modo que acriança manifesta-se externamente tal como vivência internamente suas experiências.

Na passagem da idade pré-escolar, do ponto de vista afetivo consolidam-se as novas formações da etapa anterior, em que Vygotsky destaca o amor próprio e auto-estima.

A verdadeira tarefa das etapas do desenvolvimento psicológico consiste em investigar o que se oculta por trás dos sintomas, o que os condiciona, isto é, o próprio processo de desenvolvimento infantil com suas leis internas.

As passagens da idade pré-escolar, do ponto de vista afetivo, consolidam-se as novas formações da etapa anterior, dentre as quais Vygotsky (1996) destaca o amor próprio e auto-estima.
A crise dos 13 (treze) anos, cujo aspecto mais evidente parece ser a perda do rendimento escolar e da capacidade de trabalho geral.
Após a crise dos 13 (treze) anos, entre os 14 (quatorze) e os 18 (dezoito) anos decorre a adolescência. Essa idade não considerada um momento crítico para Vygotsky, uma vez que se trata de uma etapa de grande vigor vital e pessoal, de sínteses superiores da personalidade e, portanto, bem mais estáveis e duradouras das que obtidas nas idades críticas.

Dessa forma, Vygotsky, postula que devese investigar as novas formações de cada estágio do desenvolvimento, o novo tipo de estrutura da personalidade e da atividade da criança, as mudanças psíquicas e sociais que se produzem pela primeira vez em cada idade e determinam a consciência da criança e sua relação com o meio.

Um conceito fundamental para o estudo do processo de desenvolvimento infantil na perspectiva vigotskiana é a noção de estrutura da idade em cada idade, a multiplicidade dos processos parciais que integram o processo de desenvolvimento constitui um todo único e possui uma determinada estrutura. Para cada idade a estrutura é especifica única e irrepetível e determina o papel e o peso específico de cada linha parcial do desenvolvimento. O que significa que não se verificam modificações em aspectos isolados da personalidade da criança, mas ao contrário, modifica-se a estrutura interna da personalidade como um todo.

O autor diferencia nesse processo as linhas centrais do desenvolvimento que se referem aos processos diretamente relacionados a essa nova formação específica da idade das linhas acessórias, as quais estariam ligadas aos processos secundários.

Fica claro que na perspectiva de Vygotsky, o desenvolvimento infantil é um processo dialético no qual a passagem a passagem de um estágio a outro se realiza não por via evolutiva, mas revolucionária. Comparando com a natureza das crises que constituem ao longo do processo do desenvolvimento infantil.

PIAGET

Na teoria Piagentina, a participação do outro na formação da consciência se dá muito tardiamente, uma vez que esse percurso opera-se ao longo dos primeiros seis ou sete anos.

Para Piaget, a criança parte do autismo, passa por um período marcado pelo egocentrismo, para só então poder imaginar os outros como parceiros capazes de manter relações de reciprocidade. Ou seja, diferentemente de Wallon, Piaget entende que o sujeito deve antes de tomar consciência de si do que do outro.

Piaget e Freud também discordam quanto a gênese da consciência do Eu.Piaget acreditava que o distingue o ser humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico e abstrato. Acreditava que a maturação biológica estabelece a pré - condição para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais significativas são qualitativas (em gênero) e não qualitativas (em quantidade).
Piaget descreveu dois processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação: assimilação e acomodação.
Assimilação: moldar novas informações para encaixar nos esquemas existentes
Acomodação: mudança dos esquemas existentes pela alteração de antigas formas de pensar ou agir.
Equilibração: tendência para manter as estruturas cognitivas em equilíbrio.
A perspectiva de Piaget é freqüentemente comparada com a Vygotsky, que olhou mais para interação social como fonte primária da cognição e do comportamento. 
Os estágios de desenvolvimento sensório motor, pré – operatório e operatório formal. Piaget deduziu a partir das observações com crianças que o desenvolvimento mental influenciado por quatro fatores inter-relacionados: maturação, experiência, interação social e equilibração.
A maturação depende fundamentalmente do amadurecimento físico especialmente do sistema nervoso central. Já a experiência está associada à manipulação, movimento e pensamento sobre objetos concretos e processos de pensamento que os envolvem. Por outro lado a interação social está representada pelo jogo, conversa e trabalho com outras pessoas, especialmente outras crianças e a equilibração é o processo de reunir maturação, experiência e socialização de modo a construir e reconstruir estruturas mentais.
Podemos afirmar que as contribuições à educação oferecidas pelas teorias de Vygotsky, Wallon e Piaget, promovem uma ampla compreensão do que é aprendizagem, como se dá o processo de construção do conhecimento na prática pedagógica e nos faz refletir sobre qual é o papel do educador e como ele deve tecer o planejamento educacional das atividades pedagógicas, com o intuito de auxiliar o individuo no processo de construção do conhecimento, conhecendo as formas que individuo aprende as informações.
Ao apresentar alguns aspectos das teorias de Wallon e Vigotski acerca do desenvolvimento psicológico, enfatizamos que esses autores desenvolveram seus trabalhos sob a ótica do materialismo dialético, fato esse que os aproxima. 
Uma importante diferença entre as psicologias de base materialista dialética e as demais é a recusa das primeiras em enquadrar o desenvolvimento psicológico em esquemas rígidos, orientados por uma lógica linear. Isso é particularmente observável em Wallon e Vigotski, como demonstramos. No que diz respeito à teoria walloniana, apresentamos dois aspectos: o processo de desenvolvimento do psiquismo, realçando o jogo de alternância entre cognição e afeto ao longo do tempo e as relações entre razão e emoção. Ou seja, a idéia de que o conflito se apresenta como parte inseparável e constitutiva do processo de constituição do psiquismo. 
Nesse contexto, Piaget, Wallon e Vygotsky mostram que o conhecimento se dá a partir do sujeito em sua ação no mundo e conferem a esse processo sujeito-mundo uma dialeticidade ímpar nas teorizações sobre como conhecê-lo. 
Depreende-se desse âmbito discursivo uma relação dialética entre homem e mundo que despolariza a velha querela entre a concepção de um sujeito que apenas atualizaria o conhecimento que traria consigo e a de que o meio determinaria tudo no desenvolvimento.

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