Abordagens de Ensino e Aprendizagem
Por: superamigos • 18/8/2017 • Resenha • 663 Palavras (3 Páginas) • 255 Visualizações
Abordagens do processo ensino-aprendizagem e o professor
Segundo Mizukami, a partir de análises feitas sobre as diferentes abordagens do processo ensinoaprendizagem pôde-se constatar que certas linhas teóricas são mais explicativas sobre alguns aspectos em relação a outros, percebendo-se assim a possibilidade de articulação das diversas propostas de explicação do fenômeno educacional. Ela procura fazer uma sistematização válida de conceitos do fenômeno estudado. Mesmo com teorias incompletas por estarem ainda em fase de elaboração ou reelaboração, faltando validação empírica ou confronto com o real. Lembrando ainda as teorias não são as únicas fontes de resposta possíveis e incorrigíveis, pois
(...) elas são elaboradas para explicar, de forma sistemática, determinados fenômenos, e os dados do real é que irão fornecer o critério para a sua aceitação ou não, instalando-se, assim, um processo de discussão permanente entre teoria e prática (MIZUKAMI, 1986, p. 107).
Mizukami ainda critica a formação de professores colocando que o aprendido pelos professores nada tinha a ver com a prática pedagógica e seu posicionamento frente ao fenômeno educacional. A experiência pessoal refletiria um comportamento coerente por parte do educador, pondo fim assim ao permanente processo de discussão entre teoria e prática. Uma possível solução seria repensar os cursos de formação de professores, voltando as atenções principalmente para as disciplinas pedagógicas que analisam as abordagens do processo ensino aprendizagem, procurando articulá-los à prática pedagógica. Também é discutida uma forma de aproximar cada vez mais as opções teóricas existentes analisando e discutindo as vivências na prática e à partir da prática, se pudesse discutir e criticar as opções teóricas confrontando com a mesma prática. É tentar criar teorias através da práticaanalisando o cotidiano e questionando, evitando-se assim a utilização de Receituários pedagógicos, que é o que a autora chama de seguir cegamente a teoria ignorando a prática.
Um curso de formação de professores deve possibilitar o embate entre as abordagens quaisquer que sejam estas, entre seus pressupostos e implicações, limites, pontos de contraste e convergência. O curso também deveria permitir que o futuro docente fizesse uma análise da sua própria práxis pedagógica, suas implicações, pressupostos e determinantes para que tenha consciência de sua ação, podendo interpretar e contextualizar além de superar a mesma frequentemente.
Alguns dados revelam que são preferidas pelos professores as abordagens cognitivista e sociocultural deixando as abordagens tradicional e comportamentalista em segundo plano. E também que a abordagem que mais faz sucesso neste momento histórico é a cognitivista.
Na abordagem cognitivista que foi descrita neste trabalho (a piagetiana) e a preferida pelos professores, desde que o aluno se encontre em um ambiente que o solicite devidamente, e que tenha sido constatada a ausência de distúrbios biológicos ligados preponderantemente à atividade cerebral, ele terá condições de chegar ao estágio das operações formais. Não se justificam nem se legitimam, por esta abordagem, desigualdades baseadas nas potencialidades de cada um, tal como poderia decorrer dos princípios escolanovistas. Estaria neste detalhe, talvez de grande importância, já que o determinismo biológico age mais em função de determinar desenvolvimento, do que de determinar máximos de desenvolvimento para cada sujeito, a ideia que despertaria maior interesse para um trabalho realizado por um profissional com as idiossincrasias de um educador (MIZUKAMI, 1986, p. 111).
...