Alfabetização e alfabetização em prática pedagógica
Seminário: Alfabetização e alfabetização em prática pedagógica. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: maricolt • 15/3/2014 • Seminário • 4.424 Palavras (18 Páginas) • 375 Visualizações
A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
The alphabetization and literacy in the teaching practice
Deloíze LORENZET
Juliana Carla GIROTTO
RESUMO
Este trabalho traz a concepção de alfabetização, como um processo de contínua reflexão, sobre o ato da leitura e da escrita, através de experiências sociais significativas. Aborda ainda a origem do termo letramento, como complemento à alfabetização de forma a valorizar o cotidiano social no qual o sujeito está inserido. Abordamos como fundamental a atuação comprometida do professor no reconhecimento dos saberes prévios dos sujeitos envolvidos, fundamental para atribuir significado e construir autonomia no processo de ensino-aprendizagem.
Palavras-chaves: aprendizagem, alfabetização, letramento.
ABSTRACT
This work brings the concept of literacy as a process of continuous reflection on the act of reading and writing through meaningful social experiences. Also discusses the origin of the term literacy, in addition to literacy in order to enhance the social routine in which the subject is inserted. As we approach the fundamental role of the teacher engaged in the recognition of prior knowledge of those involved, to assign fundamental significance and build autonomy in the teaching-learning process.
Key words: learning, literacy, literacy
INTRODUÇÃO
A educação é um processo amplo e complexo que abrange diversos sujeitos em diferentes modalidades de aprendizagem, que distingue e personaliza esse jeito de aprender.
A aprendizagem é um processo contínuo de construção e superação do não-aprender temporário. É fundamental ao pedagogo conhecer a bagagem que cada sujeito cognitivo construiu, para compreender suas estruturas mentais e seu modo de reflexão, tentando evoluir de um quadro mais simples e menos consistente para elaborações superiores. Esta construção de conhecimento implica numa inter-relação entre sujeitos, para que, num espaço de confiança, juntos possam recriar o conhecimento.
Para que haja aprendizagem o vínculo professor e aluno precisa estar fortalecido. Primeiramente, o aluno deve alçar seu professor a um lugar de admiração, de modelo ideal, com identificação e fascínio pela relação pedagógica. E, em segundo lugar, o professor deve tratar seu aluno com respeito, despido de todas as suas certezas, sem ostentar sua posição de “dono da verdade”, nem de onipotente, para aberto à curiosidade e às descobertas do aluno, numa relação horizontal, construírem um processo de trocas de desejos, de aprendizagem. De acordo com Fernández, “não aprendemos de qualquer um, aprendemos daquele a quem outorgamos confiança e direito de ensinar”. (1991, p.52).
Desta forma, a aprendizagem envolve inúmeras características, sendo necessário uma identificação e uma relação prazerosa, tanto com o conhecimento, como também com o educador, num processo dinâmico, ativo e contínuo; pois aprendemos desde o nascimento até a morte. O aprender envolve diferentes aspectos, competências e habilidades múltiplas. É também um processo pessoal, de forma que cada um aprende e deve buscar seu auto-aperfeiçoamento, sendo também, gradativo e ascendente; pois em nossa trajetória vamos incorporando novas experiências e novos saberes de maneira a ajustar estes conhecimentos com os que já possuíamos.
O aprendizado de um sujeito é uma tarefa em constante modificação. Seu conceito já sofreu diversas alterações de acordo com as suas experiências na sociedade e o anseio carregado com o mesmo. O professor que ensinar por mera ação, de repetição, desqualifica todo o espaço educativo, que é o espaço de relação. Na alfabetização, ler e escrever por saber apenas, por estar meramente alfabetizado aponta para um índice quantitativo, diferente de quem realmente se beneficia deste conhecimento e o utiliza diariamente, tornando esse processo qualitativo e significativo.
Alfabetizar, também é um processo político, que promove a cidadania, a autonomia, quando for praticada com lucidez, pois oferece condições aos educandos de construírem sua bagagem de conhecimentos num contexto mais amplo, sendo esse refletido e apreendido pela complexidade das interações múltiplas que os ambientes, as pessoas e os objetos implicam.
Abordaremos na primeira parte deste artigo um aprofundamento do conceito de alfabetização, seguido de uma abordagem sobre a temática do letramento. Dando seqüência, na terceira parte, o texto refere-se à inter-relação da alfabetização e do letramento. E, posteriormente, temos as considerações finais.
1 - CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO
A Alfabetização é um processo complexo ligado à construção do conhecimento. Atualmente, este conceito está sendo desdobrado aliado a outras áreas do conhecimento, por exemplo: Alfabetização Musical, Alfabetização Matemática, Alfabetização em Informática, além da sua origem que era para designar a aquisição da leitura e da escrita formal.
Alfabetizar é um conceito amplo, portanto, torna-se fundamental compreender as várias concepções que o envolvem. Diversos são os teóricos que analisaram este processo, são indispensáveis as abordagens do neuropsicólogo Luria sobre mediação cultural, do desenvolvimento, pensamento e linguagem de Vygotsky, das teorias da evolução da escrita de Ferreiro, estas embasadas na Epistemologia Genética de Piaget, e de Freire sobre a educação cidadã e popular. Tratando especificamente da alfabetização temos: Mary Kato, Esther Pilar Grossi, Ângela Kleiman, Magda Soares, entre outros.
Inicialmente, o ato de alfabetizar era considerado como um processo de decodificação, ou seja, que através de mecanismos repetitivos o aluno iria decorar os códigos, ou letras para simultaneamente ler e escrever.
Esta idéia foi colocada em crise a partir das diversas pesquisas e investigações que vêm ocorrendo na área da linguagem e no entendimento de como construímos o conhecimento.
Atualmente, a alfabetização não é
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