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Análise do poema "A Casa"

Por:   •  8/4/2015  •  Trabalho acadêmico  •  746 Palavras (3 Páginas)  •  29.206 Visualizações

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O POETA E O POEMA

Nascido em 19 de outubro de 1913, Marcus Vinitius da Cruz de Melo Moraes, o Vinicius de Moraes, escreveu seus primeiros versos e poemas ainda no colégio. Em meados de 1928 começou a compor suas primeiras canções e, no ano seguinte, formou-se em Letras. Mas foi somente em 1932 que Vinicius publicou pela primeira vez um poema de sua autoria: “A transfiguração da montanha”. Formou-se em Direito em 1933, mesmo ano em que publicou seu primeiro livro de poemas: “O caminho para a distância”, que deu início à sua carreira – e permanecendo – como um dos principais poetas do Brasil. Publicou com freqüência até a década de 1950, quando passou a deslocar sua poesia para a letra de música popular.

“A Casa”, poema escolhido para a realização da análise, nasceu de um improviso de trova infantil para as filhas de Carlos Paéz Vilaró, artista uruguaio e amigo de Vinicius. Em 1958, Vilaró construiu um pequeno quarto feito com latas e, aos poucos, ergueu novas estruturas e cômodos. Hoje, depois de trinta anos em construção, a Casapueblo se parece com um grande castelo branco à beira-mar em Punta Ballena, litoral uruguaio. O fim original de “A Casa” foi substituído tanto no poema, quanto na música gravada em parceria com Toquinho, e era: “Mas era feita com pororó / Era a casa de Vilaró”.

A CASA

Era uma casa

Muito engraçada

Não tinha teto

Não tinha nada

Ninguém podia

Entrar nela não

Porque na casa

Não tinha chão

Ninguém podia

Dormir na rede

Porque a casa

Não tinha parede

Ninguém podia

Fazer pipi

Porque penico

Não tinha ali

Mas era feita

Com muito esmero

Na Rua dos Bobos

Número Zero.

(Vinícius de Moraes. Rio de Janeiro, 1970)

A ANÁLISE

O poema “A Casa” possui somente uma estrofe composta por vinte versos regulares, tetrassílabos, com tonicidade na 4ª sílaba poética e ocorrência de alguns versos brancos. Os versos, estruturados por frases curtas e fragmentárias, apóiam-se para comporem sentido.

As rimas, internas, apresentam-se misturadas ao longo do poema. Alternam-se entre agudas e graves, e são ricas pela variedade gramatical que contempla as classes dos adjetivos, advérbios e substantivos. São consoantes, embora a do 1º verso – que se repete na extensão do poema – tenha levantado dúvidas no que se refere a uma possível rima toante.

No poema também encontramos casos de assonância (“Era uma casa / Muito engraçada / Não tinha teto / Não tinha nada”) e aliterações (“Não tinha teto / Não tinha nada” e “...podia fazer pipi / porque penico...”).

(A) E/ra_u/ma/casa

(B) Mui/to_en/gra/çada

(C) Não/ti/nha/teto

(B) Não/ti/nha/nada

(D) Nin/guém/po/dia_

(E) _Entrar/ne/la/não

(A) Por/que/na/casa

(E) Não/ti/nha/chão

(D) Nin/guém/po/dia

(F) Dor/mir/na/rede

(A) Por/que/na/casa

(F) Não/tinha/pa/rede

...

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