Aprendizagem e brincadeiras
Por: jenifferlins88 • 20/5/2015 • Resenha • 2.750 Palavras (11 Páginas) • 348 Visualizações
[pic 1] CURSO DE PEDAGOGIA
PROFESSORA: Lucília Chrispim Corrêa
DISCIPLINA: O jogo na construção do conhecimento
APRENDIZAGEM E BRINCADEIRAS: Será o caminho para o conhecimento?
O que as crianças aprendem através da manipulação ativa do meio é, nem mais nem menos, a capacidade de pensar.
Elkind 1964. p. 64
De acordo com Cória-Sabini (1998), aprendizagem, num amplo sentido, define como a aquisição de habilidades, hábitos, preferência, ou seja, a aquisição de padrões de desempenhos em resposta ao meio em que vive, e as experiências e desafios que vivencia em seu ambiente. Assim cada pessoa cria sua história de acordo com a maneira que enfrenta seus desafios, no seu tempo, no seu ritmo. Essa história, por sua vez, torna-se geradora de valores, normas, padrões de comportamento que só têm sentido se considerarmos o contexto cultural do indivíduo.
A aprendizagem, na situação escolar pode ser definida como a apropriação do saber histórico e socialmente produzido. O aluno, no processo de aprendizagem, parte de seu próprio mundo, dos próprios significados e generalizações e decodifica as informações recebidas, generalizando-as e aplicando-as a novas situações.
Segundo Monteiro (1996), as teorias psicológicas começaram a buscar mecanismos e explicações de certos aspectos do conhecimento, tais como: percepção, inteligência, memória, atenção etc. Por esse prisma, a aprendizagem foi estudada com o objetivo de compreender como acontece a construção do conhecimento.
Há uma abordagem teórica que considera a criança como um organismo que cresce quase como uma planta, carregando em si a semente do adulto. Com isso, a nossa tarefa de pais e professores consiste apenas em fornecer estruturas adequadas para que essa semente possa florescer. Já para outros teóricos, a criança carrega em si, no início, conjunto de reflexos. Tais reflexos contribuirão para seu futuro, constituirá a expressão de sua história de condicionamento. Numa terceira visão considera que a criança é afetada pelo meio; levando em conta que a criança determinará até um certo ponto, certos aspectos do meio que ela responderá. A diferença entre esta concepção e as duas anteriores é que, nesta teoria a criança passa a ser uma peça ativa em sua própria aprendizagem, e o professor deve respeitar suas característica e suas formas de pensar.
Para Vygotsky (1989a) é preciso dar estimulo à criança, pois o meio é o produto de uma ligação entre as características particulares de cada pessoa e as oportunidades oferecidas pela situação objetiva em que ela se encontra. Tais oportunidades são recheadas de elementos que formaram ao longo da história da humanidade, construindo assim a cultura. Ainda na visão de Vygotsky, o sistema funcional de aprendizagem de uma criança não pode ser idêntico ao de outra, mesmo podendo haver semelhança no desempenho de ambas. Com isso o professor deve ter uma postura de investigação permanente sobre cada aluno. Não podemos olhar a classe com um grupo homogêneo, mas é preciso observar os alunos individualmente, perceber detalhes que possam servir de referência para uma possível e estratégica intervenção.
Castro (1983) defende que os conteúdos que a escola irá trabalhar (fatos, eventos ou seqüências) não deverão ser determinados pelo professor, devem ser buscados no meio em que a escola está inserida e nas experiências que os alunos trazem ao entrar na escola. Antes de tudo a escola precisa transformar em ambiente social no qual as oportunidades de interação entre as crianças, e entre elas e os adultos, possam permitir a gradual construção de conhecimentos que conduzam à autonomia pessoal e à cooperação social. Enfim a escola deve ser um local de interação, troca, de construção e experiência, um universo em que haja respeito pelas diferenças, que proporcione a criança antes de tudo um apoio verdadeiro para seu crescimento na busca do conhecimento e de seu aprendizado.
Para Kramer (1991) e Kramer e Souza (1988) comentam que é grande a preocupação em alfabetizar na pré-escola e é comum nas pré-escolas brasileiras, um destaque na preparação para a prontidão , ou seja, em preparar as crianças para a primeira série, olhando para a criança como um adulto no futuro. Desta forma, há uma desconsideração quanto à especificidade desse nível de ensino, antecipando a perspectiva mais tradicional de educação do primeiro grau, uma vez que a preparação para a prontidão, apoiado em treinamento e na aceleração ou compensação de carências das crianças de classes populares, pressupõe alunos passivos no processo de aprendizagem. Trabalhar o jogo, nesse contexto, seria reascender o interesse pelo aprendizado de forma prazerosa, pois a criança, quando brinca, deixa refletir não só sua forma de pensar ou sentir mas também como ela está organizando a realidade.
Em escolas particulares e públicas, encontram-se professores que trabalham o brincar de forma não direcionada, apenas com o objetivo de recreação, sem planejamento que forme um elo com as demais.
Dias (1996), comenta:
Quem trabalha com educação no Brasil, principalmente com a educação de crianças pequenas, depara com um problema crucial (além de todos os relacionados ao descaso econômico-material): o resgate do conhecimento estético-sensorial expressivo, verbal e não-verbal, para energizar e se contrapor ao ensino pseudo-racional que desrespeita a construção do conhecimento e da alfabetização como leitura significativa do mundo, que dicotomiza pensamento e sonho, trabalho e jogo, razão e sentimento-sensualidade, e impõe autoritariamente
Através do trabalho com jogos, com brincadeiras e com linguagens artísticas poderemos trilhar um caminho para a construção do conhecimento da criança na fase pré-escolar. É preciso resgatar os jogos simbólicos, os jogos regrados, as atividades de recreação etc., usando suas manifestações verbais e também as não-verbais, para que a linguagem verbal e socializada possa se transformar em um verdadeiro instrumento do pensamento.
Considerando o Referêncial Curricular Nacional para a educação infantil (Brasil 1998), as atividades de caráter lúdico, permiti uma certa mobilidade à criança, podem ser eficazes também do ponto de vista da ordem, sem, contudo, limitarem as possibilidades de expressão da criança ou tolherem suas iniciativas próprias.
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