As Agressões mútuas que se manifestam na situação ensino-aprendizagem

Agressões mútuas que se manifestam na situação ensino-aprendizagem

(O caso de “Ana”)

        Os alunos da sétima série do ensino fundamental reuniram-se para assistirem um filme. A professora relatou que naquela manhã veriam um documentário sobre a “Revolução Francesa” e explanou partes do conteúdo do filme. Logo após sua fala uma aluna chamada Ana, perguntou: Por que não trouxe o filme “A Estuprada?”. A professora sentiu-se agredida e agiu com a mesma intensidade de palavras e emoções negativas.

        Portanto, percebemos que a professora agiu de forma errada e demostrou sua dificuldade na compreensão da situação vivida pela aluna. Demonstrou também desconhecimento da relação aluno/professor que deve ser de uma relação de amor, uma relação afetiva, uma relação de confiança que só é possível através da afetividade. A partir da afeição a criança aprende a se amar, transferindo seus afetos para a aprendizagem escolar.

        Desta forma, agiríamos de forma diferente da professora em questão. Ao sermos abordados por uma aluna (a) nessa situação diríamos à aluna que após o filme conversaríamos sobre o tema sugerido por ela. Agindo assim, ela estaria aberta para o diálogo após o filme. Nós educadores, temos que entender que as crianças e adolescentes desenvolvem a transferência das agressões sofridas em diferentes momentos, e devemos estar preparados para lidar com essa situação e envolver-nos com as pessoas e levá-la a perceber, estimular a manifestar a causa das suas ações para uma intervenção profissional qualificada, que media esses conflitos cognitivos dos alunos.

        Concluímos, que seria ótimo se todos os profissionais da educação compreendessem melhor os conceitos de transferência para melhor entender as ações dos alunos e em vez de agir com contratransferência,  ser um suporte para a saída dessa situação emocional que o aluno vivência.