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As Alianças entre Deus e o Homem

Por:   •  26/8/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.283 Palavras (6 Páginas)  •  319 Visualizações

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Resumo

As Alianças entre Deus e o Homem

O relacionamento entre Deus e o homem tem sido definido por promessas e requisitos específicos desde a criação do mundo. Deus revela a humanidade como ele deseja que ajam e também faz promessas de como Ele agirá em várias circunstâncias. O manual do ser humano, a Bíblia, contém vários tratados a respeito das provisões que definem as diferentes formas de relacionamento entre Deus e o homem que acontecem nas Escrituras, esses tratados são chamados de ‘’alianças’’. Usamos a seguinte definição das alianças entre Deus e o homem na sua palavra: ‘’Uma aliança é um acordo imutável e divinamente imposto entre Deus e o homem, que estipula as condições do relacionamento entre as partes’’.

Embora nessa definição é usada a palavra acordo para indicar que há duas partes, Deus e o homem, que precisam se relacionar, a expressão ‘’divinamente imposto’’, é também acrescentada para mostrar que o homem jamais pode negociar com Deus ou mudar os termos desse acordo: ou ele apenas aceita as obrigações da aliança ou as rejeita. Os tradutores da versão grega do Antigo Testamento (Septuaginta), não utilizaram o termo grego comum para referência aos contratos ou acordos em que ambas as partes são iguais (syntheke), escolheram um vocábulo menos comum, (diatheke) que enfatiza que as provisões da aliança foram estabelecidas apenas por uma das partes. Essa palavra era usada para se referir a um testamento, algo que a pessoa deixava para determinar a utilização ou distribuição de seus bens após a morte. As alianças são imutáveis, elas podem ser substituídas por outra aliança ou pacto, mas uma vez estabelecidas não podem ser alteradas.

A Aliança das Obras

        Será que podemos dizer que existiu uma aliança de obras entre Deus e Adão e Eva no jardim do Éden? Se observarmos, não vemos a palavra aliança ser utilizada no relato de Gênesis. Mas as partes essências da aliança estão presentes lá, que são a promessa de bênçãos pela a obediência e a condição para obter aquelas bênçãos. Podemos observar Oséias 6:7, quando se refere aos pecados de Israel diz: ‘’Mas eles transgrediram a aliança, como Adão’’. Essa passagem Adão está inserido em uma aliança que ele transgrediu no jardim do Éden. É visto que havia um compromisso legal no jardim do Éden estabelecendo provisões que definiam as condições do relacionamento entre Deus e o homem. Os requisitos do relacionamento são claramente definidos nas ordens que Deus deu a Adão e Eva, e também na ordem direta a Adão: ‘’De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás’’. Gn 2:16-17.

Nessa passagem vemos uma promessa de punição pela desobediência, a  morte, compreendida de forma mais completa como significando morte em um sentido extenso: a morte física, espiritual e eterna, e a separação de Deus. Na  promessa de punição pela desobediência existe uma promessa implícita de benção pela obediência. Essa benção consistiria em não receber a morte, e fica implícito que ela seria o contrário da morte. Estaria envolvida a vida física sem fim e a vida espiritual no sentido de um relacionamento com Deus que duraria para sempre. Como vimos em todas as alianças que Deus fez com o homem, aqui não há nenhuma negociação sobre as condições. ‘’A soberania de Deus impôs essa aliança a Adão e Eva, e eles não tiveram nenhuma oportunidade para alterar os detalhes, sua única escolha era mantê-la ou rompê-la’’.

Em alguns sentidos a aliança das obras pode estar em vigor, o apóstolo Paulo deixa implícito que a obediência perfeita as leis de Deus, caso fosse possível, conduzia a vida. Podemos lembrar que a punição para essa aliança está em vigor, ‘’o salário do pecado é a morte’’. Nenhum ser humano pecaminoso consegue cumprir os requisitos da aliança das obras e obter a benção por meio dela. Cristo obedeceu por nós de forma perfeita essa aliança, visto que não cometeu pecado (1Pe 2:22), mas obedeceu a Deus completamente em nosso favor (Rm 5:18-19). Cristo preencheu todos os requisitos dessa aliança. Os cristãos foram libertos da aliança das obras pela virtude da obra de Cristo e pela sua inclusão na nova aliança, a aliança da graça.

A Aliança da Redenção

Estudiosos falam de outro tipo de aliança, que não é entre Deus e o homem, mas entre os membros da Trindade. É um acordo entre o Pai, Filho e Espírito Santo, no qual o Filho concordou em tornar-se homem, tomar o nosso lugar, obedecer às exigências da aliança das obras em nosso favor e pagar o preço do pecado, que merecemos.

Existe um plano específico um propósito de Deus, como um acordo entre o Pai, Filho e Espírito Santo. E essa aliança de redenção da parte do Pai, incluiu um acordo para dar ao Filho um povo ao qual este redimiria para lhe ser propriedade (Jo 17:2,6), para enviá-lo como seu representante (Jo 3:16, Rm 5:18-19), para preparar um corpo para o Filho habitar como homem (Cl 2:9 Hb 10:5). Da parte do Filho, havia um acordo que ele viria ao mundo como um homem e viveria como homem sobre a lei mosaica (Gl 4:4, Hb 2:14-18), e que Ele seria perfeitamente obediente a todos os mandamentos do Pai (Hb 10:7-9), tornando-se obediente até a morte e morte de cruz (Fl 2:8). Da parte do Espírito Santo, Ele concordou em fazer a vontade do Pai e em conceder  sua plenitude a Cristo, dando-lhe o poder para realizar seu ministério na terra (Mt 3:16,Lc 4:1,14,18, Jo 3:34) e concordou em aplicar os benefícios da obra redentora de Cristo para seu povo após seu retorno ao céu (Jo 14: 16-17, 26; At 1:8, 2:17-18,33). O interessante é que essa aliança também é diferente das alianças entre Deus e o homem porque as partes ingressaram nela como iguais, e nas alianças com o homem Deus é o Criador soberano, que impõe as provisões da aliança por decreto próprio.

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