Atividades Interdisciplinares Escola da Ponte
Por: Mariana Cardoso • 14/5/2019 • Trabalho acadêmico • 2.143 Palavras (9 Páginas) • 274 Visualizações
FORMAÇÃO PEDAGÓGICA EM MATEMÁTICA
MARIANA HELENA CARDOSO COSTA
a ESCOLA DA PONTE
Um modelo inovador de ensino
Mateus Leme
2019
mariana helena cardoso costa
a escola da ponte
Um Modelo Inovador de Ensino
Trabalho apresentado ao Curso de Formação Pedagógica em Matemática para a disciplina de Atividades Interdisciplinares.
Mateus Leme
2019
INTRODUÇÃO
O período atual em que se vive na educação brasileira requer uma busca por novos ideais sobre a aprendizagem realizada nas escolas, porque o conhecimento e a informação estão cada vez mais acessíveis ao aluno, porém, os mesmos percebem que a escola já não satisfaz mais aos seus anseios e ainda o frustra com mecanismos ultrapassados como quadro e giz. E mesmo que os profissionais da educação tentem enfatizar mudanças no cenário educacional e destaquem o diálogo, onde falem que a escola prepara o aluno para o futuro, esta fala já não convence, demonstrando que algo permanece desconexo entre a teoria e a prática.
Tendo em vista que a autonomia é um tópico que tem sido desenvolvido por diversos educadores que a consideram fundamental para a formação de cidadãos aptos a exercer sua cidadania e direitos democráticos, a Escola da Ponte, que é o centro deste trabalho, traz uma nova visão totalmente diferente da escola tradicional. A Escola da Ponte é um modelo de ensino onde os estudantes tem plena autonomia para escolherem o que querem, quando querem, e porque querem estudar. Porém, o aluno deverá escolher o seu próprio caminho escolar, mas não pode confundir liberdade com falta de responsabilidade ou com desresponsabilização. Deve ter autonomia com responsabilidade.
Este novo modelo de escola ainda inova quando o assunto é inclusão e diversidade, pois para a Escola da Ponte todos os alunos são especiais e únicos, não colocando, portanto, diferença entre os alunos, dessa forma é implantada a cultura do respeito de um para com o outro.
O desafio maior fica na transformação dos professores e de alunos que são transferidos da escola tradicional e se veem de frente com um modelo completamente novo, precisando muitas vezes dar alguns passos para trás para conseguir se adaptarem.
DESENVOLVIMENTO
O modelo de educação brasileira, e de muitos outros países estão passando por transformações. A melhor maneira de compreender esse processo é considerar que a nova geração de alunos já não possui mais a mesma forma de pensar e de agir daquela geração que deu origem a escola disciplinada que temos hoje. Não se trata de desinteresse dos alunos pelo conhecimento, mas sim um desinteresse pela forma maneira com que esse conhecimento está sendo passado.
Como bem nos assegura Alves (2000), pode-se dizer que um dos modelos de ensino que pode modificar este cenário é a Escola da Ponte, que traz uma ideia totalmente inovadora em aprender, buscando o respeito pelas escolhas de cada aluno, fazendo com que eles se sintam como membros pertencentes à escola e com plena autonomia para buscar o conhecimento da forma que desejam.
A autonomia é uma ferramenta fundamental no desenvolvimento da aprendizagem e as ações que são decididas partem sempre da decisão coletiva. Nada é imposto e todas as ações são tomadas de maneira democrática (SILVA, 2018). Essa escola com uma concepção pedagógica radicalmente diferente da concepção tradicional, ao invés de produzir um aluno repetidor, formatado e sem iniciativa acaba por formar alunos criativos, ousados e, em suma, autônomos (HONAISER, 2016).
Na escola regular de ensino, os alunos são colocados em salas de aulas e se veem obrigados a assistir cada horário uma matéria diferente, com um professor diferente, e muitos dizem estar aprendendo quando na verdade ou não absorvem nada, ou decoram o conteúdo apenas para as provas e em pouco tempo já não se lembram mais de nada. Já na Escola da Ponte é diferente, neste novo modelo proposto, os alunos estudam o que estão interessados em aprender naquele momento, exercem assim, a autonomia através do desenvolvimento de seu próprio planejamento de horários e disciplinas de estudo, e se sentem realmente como alunos e pertencentes àquele meio, e não apenas como um coadjuvante.
O autor Rubem Alves (2000) em suas crônicas, compara a escola regular de hoje com os processos de linha de montagem de grandes fábricas, onde são produzidos "objetos", que são os alunos, no mesmo molde e modelo, no intuito de que todos atinjam o mesmo nível de aprendizado e saiam da escola capazes de exercer atividades em qualquer campo do conhecimento. Porém, o ser humano não é um objeto e cada um tem seu tempo para aprender, absorver um conteúdo, uns tem mais facilidade em português outros em matemática, e, portanto, buscarão por áreas diferente no futuro.
Assim, esses alunos, que são seres humanos diferentes, devem ser respeitados em suas individualidades, o que ocorre na Escola da Ponte. Pois, eles são incentivados a buscar o conhecimento através da curiosidade e da pesquisa de assuntos que os interessam. Eles formam grupos de afinidade de assuntos, estudam, aprendem, se dissolvem e formam outros grupos, e assim eles adquirem todo o conhecimento que necessitam. E tudo isso é feito pelos próprios alunos, apenas com acompanhamento de tutores e professores.
Na Ponte não existe um professor para cada turma, não há uma divisão de alunos por faixa etária ou anos de escolaridade. Os grupos não são homogêneos, os graus de dificuldade e os níveis de desenvolvimento são distintos e refazem-se quando novos grupos surgem. Os grupos mudam o tempo todo em função das aprendizagens e dos planos de ação que tem como apoio os professores (HONAISER, 2016).
A inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas regulares é um tema muito complexo, pois envolve diversas questões, como a aceitação dos outros alunos, a preparação dos professores, o desenvolvimento do conteúdo em sala de aula, o nível de aprendizagem, e até mesmo os pais, tantos dos alunos portadores de necessidades que ficam preocupados se os filhos serão aceitos e se irão aprender tudo que precisam, como também os pais dos alunos regulares, que julgam que os filhos não terão o mesmo nível de ensinamento com um aluno especial em sala de aula.
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