BUMBA MEU BOI
Por: Regianep • 3/4/2016 • Relatório de pesquisa • 1.689 Palavras (7 Páginas) • 2.246 Visualizações
BUMBA MEU BOI
INTRODUÇÃO
A festa do Bumba-meu-boi é uma das maiores festas culturais do Brasil, principalmente na região Norte e Nordeste do país. Acredita-se que a dança surgiu no século XVIII, como uma crítica à situação vivida pelos índios e escravos na época. O Bumba-meu-boi combina vários elementos de tragédia, sátira, comédia e drama, mostrando a força bruta de um boi, perante o homem frágil.
O Bumba-meu-boi é a união de várias culturas, como europeia, indígena e africana. A dança utiliza elementos da tradição portuguesa e espanhola, misturada com elementos religiosos de luta contra o paganismo. Os jesuítas difundiram o costume da dança, na tentativa de evangelizar os índios, negros e portugueses.
Sua comemoração ocorre principalmente nos meses de junho e julho, durante as Festas Juninas, mas também acontece em outras épocas, variando de região para região. O nome também varia muito: Boi-Bumbá, no Amazonas e no Pará; Bumba-meu-boi, no Maranhão; Boi Calemba, no Rio Grande do Norte; Cavalo-Marinho, na Paraíba; Bumba de reis ou Reis de boi, no Espírito Santo; Boi Pintadinho, no Rio de Janeiro; Boi de mamão, em Santa Catarina e boizinho no Rio Grande do Sul.
LENDA
Pesquisadores acreditem que a lenda surgiu no século XVIII, no Nordeste, mais especificamente no Piauí, pois havia uma grande migração de vaqueiros vindos da Bahia povoando o estado, para trabalhar nas fazendas de gado da região. O Bumba-meu-boi foi mais popularizado no estado do Maranhão, e de lá foi para Amazonas, mas com o nome de Boi Bumbá. A festa de Parintins (Amazonas) é a mais famosa do Brasil, recebendo milhares de visitantes todos os anos.
O Bumba-meu-boi é baseado numa lenda que se passa em uma fazenda, próxima ao rio São Francisco.Existem várias versões para a lenda do Bumba-meu-boi, uma conta que o boi morreu e foi ressuscitado por curandeiros indígenas, outra conta que ele se perdeu e morreu e algumas que o boi ficou doente e foi curado pelos pajés e curandeiros. A história dos escravos também muda, uma diz que o fazendeiro, dono do boi, perdoou o escravo, outra conta que ele foi preso e castigado pelo fazendeiro.
Todas as histórias têm como personagens principais a Catirina (ou mãe Catirina) e Chico (pai Francisco), que trabalham em uma fazenda de criação de gado. Catirina estava grávida e estava com desejo incontrolável de comer língua de boi, como o marido achando que deseje de grávida é uma ordem, atende ao pedido consegue uma língua para ela comer.
Algumas versões dizem que o boi foi morto pelo marido e dividido entre os vizinhos, sobrando somente os chifres e rabo, já outras dizem que ele só cortou a língua e serviu à esposa, deixando o boi muito doente e machucado. O fazendeiro só deu falta do boi alguns dias depois e ficou inconsolado, pois esse era seu boi favorito, mas não sabia se ele estava morto ou havia fugido.
O casal ficou com medo da reação do fazendeiro e fugiu para outra cidade. O fazendeiro fez de tudo para reaver seu boi, chamou curandeiros, pajés, rezadeiras para ajudar na busca. A história de espalhou por todas região e outras pessoas vieram para ajudar.
A versão que conta que o boi foi dividido pelos vizinhos, diz que um dos escravos não ganhou sua parte e contou que o boi havia sido morto pelo Pai Francisco. O fazendeiro achou o rabo, os chifres e os ossos, mas deixou-os no lugar, afim de que alguém conseguisse ressuscitar seu boi. Mas ninguém conseguiu.
O casal soube que o fazendeiro estava fazendo de tudo para ter seu animal de volta. Seu filho, já crescido, ouviu a história e pediu para que fosse levado até a fazenda. Eles ficaram com medo, mas foram até lá e confessaram o que haviam feito. Uns dizem que o filho pegou o rabo do boi, deu três assopros fortes e o boi de levantou e saiu chifrando todos por perto. Como o filho salvou seu boi, o fazendeiro perdoou o casal e todos foram festejar.
Uns dizem que um curandeiro encontrou o boi no mato com a língua cortada, ele estava muito doente e fraco, mas o curandeiro conseguiu salvá-lo. Ao terminar sua cura, o boi se levantou e saiu dançando. O casal se arrependeu e confessou ao dono o que haviam feito e foram perdoados, outras versões contam que os casal foi punido pelo fazendeiro.
Todas as lendas terminam da mesma maneira: com uma grande festa dada pelo fazendeiro para comemorar a volta do boi para sua fazenda.
FESTA
A festa do Bumba-meu-boi sofreu muita repressão no seu início, por ser de origem escrava, os participantes eram perseguidos pelas elites e até pela polícia, tendo sido proibido entre os anos de 1861 e 1868.
Atualmente os ensaios começam por volta de maio, quando o “couro” do boi começa e ser bordado. O couro é feito de veludo e não pode ser visto por ninguém, só por quem o está confeccionando, somente após o batismo e consagração a São João ele é revelado para o público. Durante toda a festa, a religião está muito presente.
Em algumas regiões, ela é comemorada nas ruas do mês de novembro até 6 de janeiro (noite de reis), em outras durante as festas juninas (junho e julho)
Os ensaios vão até o dia de Santo Antonio, 13 de junho, dia do último ensaio. Na véspera do dia de São João, 23 de junho, ocorre o batismo do boi e o “couro” é montado na armação e apresentado a todos. A partir desse dia, o touro apresenta-se frequentemente até o mês de setembro.
O grupo se apresenta em frente às casas de quem convida o grupo. O dono da casa começa a apresentação com a toada inicial, chamada Guarnecer. Após, é a hora do Lá Vai, que serve para avisar ao dono da casa que o boi está indo. Então é cantada a Licença, pois o boi pede licença para iniciar sua apresentação.
Durante a apresentação, os participantes cantam louvores a São João, São Pedro, ao boi, ao dono da casa e para a natureza, outras lendas, amores, etc. Após as músicas, começa o Auto, aonde é contada a história de Mãe Catirina e Pai Francisco. A apresentação termina com a Urra do Boi e a toada de despedida.
As apresentações costumam durar até o mês de setembro, quando o boi é “morto”. Preparam-se um grande mourão no centro do terreiro e um grande altar, todos enfeitados. Os participantes rezam a ladainha, antes da retirada do manto da armação e a festa termina. Essa última parte dos festejos dura três dias ou mais, sempre com muita festa e dança. Para o ano seguinte, outro manto é confeccionado, outras toadas compostas e o ciclo de inicia novamente.
A festa do bumba-meu-boi possui vários personagens como:
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