COMPETINDO COM A TECNOLOGIA E ATRAINDO OS PEQUENOS COM O LÚDICO: OBSERVANDO A TURMA DE PRÉ II DA ESCOLA JOSÉ DE ABREU

COMPETINDO COM A TECNOLOGIA E ATRAINDO OS PEQUENOS COM O LÚDICO: OBSERVANDO A TURMA DE PRÉ II DA ESCOLA JOSÉ DE ABREU

Daniela Pereira de Oliveira

INTRODUÇÃO:

De forma geral, competir com a tecnologia é algo que hoje em dia não é fácil. Atrair as crianças todos os dias para a sala de aula sem usar essa ferramenta é mais difícil ainda.

Trazer o lúdico e fazer dele instrumento principal de trabalho é uma tarefa que nem todos professores estão dispostos, mas ainda têm aqueles que acreditam e até buscam novas brincadeiras e idéias para deixar a aula mais criativa e envolvente. Por ser uma linha mais prática e também enriquecedora uma nova corrente está se formando entre os professores de pré-escola e é justamente isso que queremos observar.

É importante observar essa nova corrente porque cada vez mais a tecnologia toma espaço nas vidas das pessoas, inclusive na das crianças. O lúdico geralmente envolve aprendizagem e prática e sabe-se que praticando se aprende melhor. Desta forma um trabalho que dispensa a tecnologia poderá ser encarado como obsoleto ou será, ainda, uma fórmula que pode dar certo? Notamos uma busca por novas fontes de inspiração para trabalhar com o lúdico em sala de aula, vemos em vídeos na internet, postados por vários professores de pré-escola e anos iniciais, uma constante inovação de ferramentas lúdicas unindo o ensino a prática. Pode a tecnologia ser deixada de lado? Os educandos resistem a essa forma de trabalhar? Que contribuição o lúdico trás para as crianças? Há de fato uma competição entre o lúdico e a tecnologia? Brincadeiras são válidas, todos sabemos, mas não são cansativas? Daria para unir a tecnologia com o lúdico, como seria esse trabalho?

A presente pesquisa busca ver de que forma o lúdico e a tecnologia irão ajudar o trabalho em sala de aula, quais conflitos podem ter entre essas duas ferramentas e o que é feito para resolver. Chamar a atenção dos alunos para o conteúdo não deixando que a mesmice e a rotina atrapalhem é uma luta diária dos professores e continuamente eles precisam inovar em busca de atrativos para incentivar os pequenos a continuarem interessados e aprendendo.

O objetivo geral competindo com a tecnologia e atraindo os pequenos com o lúdico: observando a turma de pré II da escola José de Abreu pretende responder até que ponto a tecnologia e o lúdico brigam entre si. Especificamente queríamos saber questões que nos suscitaram curiosidade tais como a professora mantém o interesse os alunos usando o lúdico e onde ela busca idéias para trabalhar em sala de aula, se a professora usa em algum momento a tecnologia em seu trabalho, se o lúdico ainda chama à atenção das crianças, se é possível trabalhar, hoje em dia, sem usar a tecnologia, dispensar a tecnologia ajuda ou atrapalha o trabalho dela, ela dispensa a tecnologia, como o lúdico auxilia na aprendizagem dos alunos. Queríamos saber até onde a tecnologia entra para o trabalho no cotidiano escolar e de que forma, ela, a tecnologia ajuda o trabalho com o lúdico.

REFERENCIAL TEÓRICO:

A tecnologia e o lúdico têm gerado conflito aos professores na hora de escolher como ensinar. Usar um ou outro pode custar algo a educação contemporânea que não é mais permitido perder, eles competem entre si para ser a melhor opção de escolha e dar a aprendizagem infantil uma melhor qualidade.

A tecnologia nos últimos anos vem tomando conta de todos os espaços e no espaço escolar não é diferente, é usada em larga escala para quase tudo no cotidiano das pessoas e quando o assunto é educação ela é inserida por vezes de forma a tornar o trabalho do professor mais fácil. A tecnologia tem mudado as relações dando outra base. “Na atual configuração social, o avanço tecnológico e as mídias têm provocado profundas mudanças nas relações humanas”. (CHAVES, 2014). As crianças já não são como antes e sofrem essa influência, levam para os bancos escolares informações que mudaram o seu jeito de aprender. A tecnologia vem ganhando cada vez mais força no cotidiano infantil, é preciso saber dosar o seu uso e dirigir a criança no aprendizado delas. Crianças hoje nascem praticamente, com um celular ou tablet nas mãos e sabem usar recursos bem melhores que muito adulto. “Diante desta situação, as escolas encontram-se nem desafio não apenas de incorporarem as novas tecnologias como conteúdos de ensino, mas também, e principalmente, de reconhecer a concepção que o educando tem sobre esta tecnologia. (MOTA, 2007) Usar a tecnologia em detrimento do lúdico não é o que buscam os professores de séries iniciais, antes querem aliar uma a outra e nessa busca de aliados entram diversas formas de ensinar.

“O brincar possui um papel importante no desenvolvimento da criança- é uma das suas linguagens e, portanto, é preciso garantir seu espaço nas instituições de educação infantil”. (BLANCO, 2007) É preciso deixar aberto para as crianças há possibilidade de brincar mesmo na escola, deixar que ela use sua imaginação para do seu jeito assimilar os conteúdos. O lúdico ensina e bota em prática a teoria ensinada, a brincadeira como método de aprendizagem já é reconhecida como forma de transmitir ensinamentos, já não é apenas uma brincadeira banal e simples s e usada de forma didática e dirigida.

“Nesta perspectiva, percebe-se o quanto a criança aprende nas trocas sociais com diferentes crianças e adultos” (...) (SILVA, 2007) Fazer a interação entre alunos e professores trás benefícios para o educando no sentido que através do brincar e da troca a criança consegue botar em prática o ensinamento passado. Facilitar nas séries iniciais o aprendizado usando o brincar favorece a criança a desenvolver suas percepções do que está sendo ensinado, á medida que suas habilidades se desenvolvem ela aprende mais rápido e de forma precisa. “É importante também que os pais e educadores resgatem sua capacidade de brincar, tornando-se assim mais disponíveis para as crianças enquanto parceiros e incentivadores de brincadeiras”. (SILVA, 2017). O adulto que brinca que mostra que é companheiro da criança e a estimula, através da brincadeira a aprender, demonstra que pode- se brincar e aprender. O lúdico sempre fez parte do universo infantil e, os pais e educadores ao resgatarem isso com a criança, proporcionam uma maneira leve de aprender. “O lúdico é um ótimo recurso didático, que somente contribui como professor-educador e com certeza para o processo de ensino-aprendizagem. “Entendemos que o lúdico apresenta uma concepção teórica profunda e uma concepção prática, atuante e concreta”. (SILVA-2017). Fazer do lúdico um recurso de aprendizagem é uma bela ferramenta no cotidiano diário dos educadores. Trazer a sua contribuição e usá-la pode resultar em aprendizagem que fica e não se desconstrói com um ensinamento novo. O que aprendemos de fato fica gravado de forma definitiva e o que se experimenta une a teoria com a prática.

...