CONSTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSTRUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Evandro Montenegro,Vinícius F. Machuca, Guilherme S. Oliveira, Jean P. F. Romero, Neil F. Tanaka, Guilherme R. Lamm, Silene Fernandes Bicudo, Teresinha Nogueira, Maria Tereza D. de Paula, Italo O. R. Léon.

UNIVAP / Univap Virtual - [e-mail]

Resumo: Este artigo apresenta o roteiro empregado pela equipe da Univap Virtual para o projeto, a produção e a avaliação de material didático destinado a cursos oferecidos na modalidade a distância. Este processo é oriundo da necessidade de se construir um material adequado a modalidade e a um público alvo específico. A metodologia desenvolvida é centrada em cinco fases principais: análise, planejamento e desenvolvimento instrucional, pré-produção, produção e integração. O processo de planejamento prevê a criação de objetos de aprendizagem (OA) visando sua futura utilização em ambientes virtuais de aprendizagem (AVA). A avaliação do material ocorre durante o seu desenvolvimento e na sua implementação no curso. Como resultado, apresenta-se um material didático desenvolvido com tecnologia Flash, abordando o tema eletricidade por atrito para alunos do ensino fundamental e médio.

Palavras-chave: Educação a Distância, Material Didático, Animações 2D, Eletricidade por Atrito.

Área do Conhecimento: Ciências Humanas

1. Introdução

A preocupação com a criação de condições para a aprendizagem do aluno deve estar presente em todas as modalidades de ensino. Na Educação a Distância (EAD) o material didático constitui-se em elemento mediador entre o aluno e o conteúdo a ser aprendido e traz em seu cerne a concepção pedagógica que norteia o ensino-aprendizagem do curso.

Pode-se afirmar que o sucesso de um curso a distância é diretamente proporcional à sua qualidade pedagógica. No caso dos materiais didáticos a qualidade pedagógica pode ser entendida como afirmam Leitão et al. (2005), não só no sentido do conteúdo e do alcance dos objetivos, mas fundamentalmente, no sentido da forma e da possibilidade de serem interativos e estimulantes.

Buscando desenvolver uma metodologia para o projeto, o desenvolvimento e a avaliação de materiais didáticos de qualidade e respeitando as especificidades características da instituição, a equipe da Univap Virtual desenvolveu uma metodologia própria e flexível baseada na ação de virtualização de conteúdos para EAD.

Este artigo relata um projeto piloto, no sentido de virtualizar um conteúdo instrucional já existente, por essa razão, seu planejamento foi bastante flexível e se configurou em um estudo de caso. O material didático virtualizado foi embasado no livro Eletricidade e Magnetismo, de Filho (2005), cujo parte do conteúdo se refere à eletricidade por atrito dirigido a alunos do ensino fundamental e do ensino médio.

O tema abordado no material, via de regra, constitui-se em conteúdo que oferece dificuldade para os discentes como indicam Orneles et al. (2006).

Este trabalho tem como objetivo descrever o processo e a metodologia desenvolvida e aplicada pelas equipes pedagógica e técnica da Univap Virtual para a virtualização do conteúdo de um livro didático de Física, aliando som, animações em 2D e tecnologia flash.

1. Metodologia

O planejamento, a construção e o gerenciamento de materiais instrucionais a serem disponibilizados devem passar por cuidadosas análises didáticas e avaliativas para que se tenha um ensino com qualidade.

A Univap Virtual tem procurado desenvolver uma metodologia de produção e avaliação de materiais educacionais baseada em processos que podem contribuir para que o produto final atinja as necessidades almejadas pelos usuários. A metodologia em descrição foi centrada em cinco fases principais: análise, planejamento e desenvolvimento instrucional, pré-produção, produção e integração com a plataforma (Figura 1).

1. Análise

Envolve o planejamento de todos os mecanismos envolvidos no processo e leva à definição da macro-estrutura do curso. Durante o desenvolvimento desta fase a equipe da Univap Virtual identificou três etapas distintas:

2.1.1. Detalhamento das necessidades, objetivos e público alvo

As necessidades estão relacionadas à necessidade de se produzir, através da virtualização de um conteúdo já existente, um material lúdico, interativo e motivante visando facilitar aos alunos do curso fundamental e médio a aquisição dos conceitos do tema Eletricidade por Atrito. Os objetivos abrangem também levar o aluno a se apropriar dos conhecimentos através da realização de experimentos envolvendo materiais improvisados e facilmente adquiríveis bem como sugerir questionamentos e segurança na montagem de experimentos.

2.1.2. Definição da estratégia pedagógica e instrucional

Procurou-se enfatizar o aluno atribuindo a ele um espaço de aprendizagem independente através das possibilidades interativas do material e da realização das experiências, embora os elementos professor e tecnologia estejam também presentes. Nesta fase também foram definidos os critérios de avaliação do aprendizado e do material desenvolvido e as ferramentas para a gestão acadêmica.

2.1.3. Levantamento de todo o conteúdo a ser trabalhado: O conteúdo a ser trabalhado baseou-se principalmente em Filho (2005), mas outras fontes também foram pesquisadas, principalmente a partir de materiais publicados na internet. Nesta etapa gerou-se a “espinha dorsal” do curso.

1. Planejamento e Desenvolvimento Instrucional

Pode ser considerada a fase mais crítica do projeto, pois é a partir dela que o curso é planejado detalhadamente. Nesta fase a equipe identificou duas etapas:

2.2.1. Desenvolvimento dos roteiros e detalhamento do conteúdo

Nesta etapa fez-se o desenvolvimento grosseiro do roteiro e detalhou-se minuciosamente todo conteúdo a ser exposto ao aluno. No desenho instrucional procurou-se privilegiar o aluno como agente na auto-aprendizagem, através de uma linguagem acessível e através da exploração de diferentes estilos cognitivos com a utilização de som, animações e texto.

2.2.2. Definição das metodologias e avaliações

Define-se que o conteúdo seja virtualizado de maneira que estimule uma experiência feita pelo aluno, que o projeto gráfico seja desenvolvido através do storyboard e que a interatividade e a linguagem visual sejam o diferencial do processo. Com relação à avaliação do aprendizado, concluiu-se que deve ser vista como um momento de continuidade da aprendizagem o que demanda fornecer ao aluno realimentações sobre seus erros e questionamentos. Optou-se pela elaboração de atividades avaliativas que envolvessem diferentes estilos de raciocínio como: múltipla escolha, caça-palavras, completar a frase, palavra cruzada, entre outras.