Como a Linguagem Modela o Pensamento

BORODITSKY, Lera; Como a Linguagem modela o pensamento: diferentes idiomas afetam de maneiras distintas a percepção do mundo. Scientific American Brasil, edição 106 de março 2011.

O presente artigo encontra-se publicado na Scientific American Brasil pela autora Lera Boroditsky, professora – assistente de psicologia cognitiva da Stanford university e editora-chefe de Frontiers in Cultural Psychology. Seu laboratório faz experimentos em todo o mundo, concentrando-se em representações mentais e nos efeitos do idioma na cognição. Aborda sobre a percepção do mundo através de diferentes idiomas.

O texto apresenta a percepção da cientista cognitiva Lera Boroditsky dando exemplos de como os idiomas falados em todo o mundo sai de diferentes sons, vocabulários e estruturas, visto diferentes idiomas modelam o pensamento.

A pesquisa foi feita em uma comunidade aborígene da Austrália, onde se tem diferentes pontos de vista. A autora diz que: A beleza da diversidade linguística revela para nós a flexibilidade da mente humana.

As línguas variam e os diferentes idiomas modelam o pensamento segundo os linguísticos americanos Edward Sapir e Benjamin Lee Whorf.

Culturas diferentes prezam de maneiras diferentes sobre um mesmo assunto. Pessoas que pensam de modo diferentes sobre o espaço também são suscetíveis a pensar de forma diferentes sobre o tempo. As representações de tempo variam de várias maneiras pelo mundo.

A linguagem realmente desempenha papel causal na formação da cognição. Estudo demostram que ao mudar o modo de falar mudamos a maneira de pensar.

A autora cita exemplos de um inglês, como ele faria para organizar o tempo: da esquerda para direita. Árabes ou hebraico fariam no sentido oposto: da direita para a esquerda. Outros grupos organizam o tempo de modo diferente, para eles o tempo não fica preso ao corpo de forma alguma, fica preso a paisagem. Há idiomas que não tem palavras definidas para números. Alguns idiomas têm muitas palavras para cores, outros tem apenas duas: “claro” “escuro”. Há idiomas que diferem onde colocam os limites entre as cores. Os russos são mais rápidos nesse limite linguístico.

Os falantes de línguas diferentes também diferem na forma como descrevem os eventos e podem se lembrar bem de quem fez o quê.

A autora cita sua aluna Caitlin Fausey que ambas descobriram que diferenças linguísticas influenciam o modo pelo qual as pessoas analisam o que aconteceu e exercem consequências na minoria de testemunhas.

Quando olhamos para as informações da memória, encontramos exatamente as diferenças na memória de testemunhas oculares previstas pelos padrões de linguagem.

Não apenas as línguas influenciam o que lembramos, mas as estruturas dos idiomas podem facilitar ou dificultar o nosso aprendizado de coisas novas. A maneira como pensamos influência na maneira de como falamos, mas a influência também age na direção contrária. Estudos demostram que ao mudarmos o modo de falar, mudamos também a maneira de pensar.

9As pessoas confiam na língua mesmo quando fazem coisas simples como distinguir cor.

Vygotsky (2008) afirma que o desenvolvimento de linguagem ocorre por meio da interação com o outro. Desse modo, o ser humano se constitui como sujeito e desenvolve funções mentais, tais como o pensamento. Os indivíduos pensam por meio da linguagem.

Realmente a linguagem age em nossa maneira de pensar e agir. Mesmo que o indivíduo esteja inserindo em uma cultura diferente da dele, o mesmo pode ser adaptar a esse novo desafio de fazer parte desse contexto, porém tomar conhecimento de um nova língua pode influenciar outros conhecimentos que não estão somente relacionados com a linguagem,  como por exemplo: o desenvolvimento do raciocínio logico, melhorando o entendimento nas disciplinas exatas; um pensamento crítico em filosofia e política, além melhorar o desempenho social e benefícios ligados à saúde.