Creche e educação infantil
Por: pollyana andrade rangel • 30/5/2017 • Trabalho acadêmico • 5.907 Palavras (24 Páginas) • 429 Visualizações
[pic 1] | UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ/Campus Cabo Frio | ||
Curso: PEDAGOGIA | Disciplina: CMPE CRECHES EDUCAÇÃO INFANTIL | Código: CEL0059 | Turma: 3014 |
Data da prova: 06 ABR 16 | Professor: MARCOS ANTONIO DA SILVA | Trabalho Acadêmico: AV1 | Semestre 2016.1 |
Educação Infantil: Viver o Faz de Conta!
Giselly Hygino De Oliveira Sodré Rodrigues da Silva[1] 201408116014
Pollyana Andrade Rangel[2] 201402227671
Introdução
O conceito de Educação Infantil deu-se a partir do artigo 29 da L.D.B. (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) direcionado às crianças de até 6 anos de idade com o intuito de complementar a formação que a família e a comunidade proporcionam para desenvolvimento integral da criança nos aspectos: físico, psicológico, intelectual e social.
A Educação Infantil divide-se em duas etapas: Creche (crianças de 0 a 3 anos e 11 meses) e Pré-escola (crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses). É fundamental para as crianças por desenvolver suas estruturas físicas e psíquicas e as habilidades sociais.
Este trabalho propõe uma discussão sobre a evolução histórica da concepção de infância e sua repercussão no atendimento destinado às crianças em instituições de Educação Infantil nos dias de hoje. Baseando-se nos textos: “A pata nada, mas será que brinca?” de Mario Sergio Cortella; “Um convite ao debate” e “A história de uma conquista” do livro: Creches: crianças, faz de conta & cia de Zilma Moraes Oliveira; Livro: O que é criança de Reynaldo Luiz Damazio e o artigo “A prática pedagógica da educação” de Lívia Alves Branquinho, o objetivo é fazer compreender que através da Educação Infantil as crianças podem desenvolver todas as suas habilidades. Fazer com que este período na vida da criança seja visto como seu direito subjetivo e não da mãe trabalhadora apenas.
Palavras chave: Brincar – Desenvolvimento da criança – Creche – Educação Infantil
A Educação Infantil está passando por transformações desde seu surgimento através da criação das creches para os filhos dos operários. Houveram grandes avanços socioculturais relacionados ao processo de ensino-aprendizagem, mas ainda há muito o que conquistar, muitos conceitos a serem descontruídos. A seguir estaremos demonstrando as dificuldades que a Educação Infantil tem enfrentado atualmente. Também pontuaremos os aspectos socioculturais que dificultam a prática educativo-pedagógica e os aspectos estruturantes que favorecem o processo de ensino-aprendizagem e a integração sociocultural da criança.
Brincadeira é coisa séria!
O atendimento às crianças de 0 a 6 anos em instituições especializadas tem sua origem com as mudanças sociais e econômicas causadas pela revolução industrial no mundo todo. Neste momento as mulheres, que até então eram “donas de casa” cuidando do marido e dos filhos, entraram no mercado de trabalho precisando assim de um local para deixar seus filhos enquanto trabalhavam. Após movimentos de protestos reivindicando creches para os filhos dos operários os donos das indústrias começaram a criar creches e escolas maternais. Nesta época, décadas de 30 a 50, começaram a surgir também as creches filantrópicas que recebiam ajuda das famílias mais ricas e do governo. Como relata a Professora Zilma de Oliveira:
Em resumo, o trabalho junto às crianças nas creches nesta época era de cunho assistencial-custodia. A preocupação era com alimentação, higiene e segurança física das crianças. Um trabalho voltado para a educação, para o desenvolvimento intelectual e afetivo das mesmas não era valorizado. (OLIVEIRA, Zilma de Moraes – 1992 p.19)
Neste contexto a creche era considerada um favor às famílias, um depósito para “jogar” as crianças enquanto suas mães trabalhavam. Só a partir das décadas de 60 e 70 que começou-se a considerar o atendimento às crianças nas creches como superação das condições sociais precárias defendendo o preparo para a alfabetização.
Culminando este processo, a própria Constituição de 1988 reflete o movimento recente de repensar as funções sociais da creche. Ela reconhece a creche como uma instituição educativa, “um direito da criança, uma opção da família e um dever do Estado”. Tal concepção opõe-se à visão tradicional da creche como uma dádiva, como um favor prestado à criança, no caso à criança pobre e com funções apenas assistencialistas e de substituição da família. (OLIVEIRA, Zilma de Moraes – 1992 p.22)
É a partir do século XX que a criança na infância (período do desenvolvimento humano entre 0 e 6 anos) começa a ter reconhecido seu estatuto enquanto sujeito de direitos, um cidadão no mundo e do mundo. Tratar a criança como cidadão implica no reconhecimento dos seus direitos. Em 1989, com a Declaração do Direito da Criança, começou a ser reconhecido que a criança é legalmente um ser humano singular, com características específicas e com direitos próprios.
A Educação Infantil foi por muito tempo vista como um período neutro na vida da criança. Ela era educada dentro do ambiente doméstico, onde seus educadores eram representados principalmente pela mãe, que por sua vez, mostrava o caminho que a criança deveria seguir para se enquadrar numa determinada sociedade, sendo cada criança educada de acordo com a sua cultura. Hoje percebe-se que é uma fase fundamental para a formação humana mas ainda há muito o que conquistar. O grande desafio da educação infantil tem sido emparelhar o desenvolvimento da criança (que hoje está em contato com tantas informações tão cedo devido ao avanço da tecnologia) e o planejamento tradicionalista que muitas escolas persistem em aplicar.
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